sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Castro Alves Pede Passagem !!! Comemorando a publicação de nº 3.000 - apenas neste blog - Muito, muito, muito obrigado a todos!!!!



Quando tinha vinte e poucos aninhos,
Fiz um espetáculo de teatro chamado:
"Castro Alves Pede Passagem"
De Gianfrancesco Guarinieri,
Com músicas de Toquinho
E Vinicius de Moraes: meu ídolo idolatrado!
O espetáculo mudou-me consideravelmente,
Estruturalmente,
A paisagem.

Entrei quase por acidente na montagem
E acabei com o papel principal.
Isso mesmo, um loiro paulistano,
Fazendo a personagem de um moreno baiano...
Foi uma experiência extra forte,
Que mexeu com todo o meu sensorial...
Onde pela primeira vez avistei meu norte,
Mesmo sem perceber,
Sem poder imaginar, que, ali, para sempre,
Por entre,
Estaria alterado o meu perceber,
O próprio destino.
Foram meses e meses de ensaios exaustivos.
Elenco muito grande, texto complicado,
Alguns atores meio despreparados...

A peça tinha dois atos. No primeiro eu tinha até pouco texto.
Mas, no segundo, era quase que só meu o enredo...
Poemas enormes em português arcaico, maravilhoso.
E aquele coração estrondoso
Do efusivo e politizado Poeta,
Que usava sua incomparável arte como seta!!!

Resumindo: eu me acabava.
Era caixa do bradesco. Mas, era nele que o dia todo eu pensava.
Sonhava,
Para ele rezava,
Para que eu achasse o tom certo, aquele que ele merecia.
Que valorizasse a sua incomparável melodia.

Havia visto com Othon Bastos e odiado.
Ele fez o Castro bêbado do começo ao fim.
Achei o fim!
Lembro-me de sair do teatro revoltado,
Com aquele desrespeito,
Para com aquele especialíssimo peito.

Analisando o texto concluí que ele morreu de Amor.
Ou falta de Amor...
A tuberculose foi o veículo de seu discreto suicídio.
Afetivo martírio.
Assim o fiz. Caprichei na paixão,
Mergulhei de cabeça em sua emoção.
Chorei em todos os ensaios, em todas as apresentações.
Eu era um vulcão expelindo emoções.

Lembro-me que ficamos muito tempo
Ensaiando o primeiro ato.
Quando fiz pela primeira vez o final do segundo ato,
Onde ele morre no colo do irmão...
Fiquei estatelado no chão
Chorando convulsivamente,
Desesperadamente...
Não queria voltar. Não queria reassumir a minha vida.
Era caixa de banco... fraquinha a vida...
Uma parte de mim, tinha ali tinha morrido,
Sem que eu tivesse percebido
Tamanho o sentimento...

Trinta anos depois, acidentalmente,
Novamente,
Passo a viver em Poesia!
Para a Poesia...
Longe de me querer comparar ao incomparável,
Mas, sem dúvida, ali foi trabalhada a semente admirável!

Hoje, vivo em Poesia
Para a Poesia!!!




"Havia uma sensação de Amor difícil de explicar era como se eu estivesse transportando Amor uma carregadeira de Amor. Você não me vê assim, me vê? Pois essa sou eu"
https://www.youtube.com/watch?v=r6-MnNp1_3Y

























Trabalho nº 3.000 - Uhu !!!!!!!!!!!!!!

Nenhum comentário: