terça-feira, 31 de julho de 2012

Por Sobre as Horas


 



Escrever me faz transpor o tempo.
Eleva-me o sentimento,
Até o celeste pavimento,
Onde o todo movimento,
Obedece ao primeiro ardor,
Ao primogênito calor!

Onde o céu se abre.
A harmonia, já não se cabe...
Transborda
Por todas as bordas,
Por todas as dobras,
Por sobre a passagem das horas.

Escrevendo, reconstruo o mundo,
Com gentilezas,
Com delicadezas!
Com muito respeito,
Ao que carrego no peito,
Ao que me está cravado no mais profundo.

Afugento qualquer possibilidade de insegurança.
Mantenho o pensamento em permanente bonança.
Recosto-me no balanço
Do inquestionável encanto
Que emana da poesia,
Matéria prima de toda essa fogosa sinfonia!

Plena de bem querências,
Latências!
Absorvências,
As melhores premências!
A reciprocidade entre o azul e o dourado,
O puro e o alado!

Escrever me absolve
E me comove.
Remove
E devolve!
Promove
E me envolve

Em um manto,
Em um canto,
Onde a existência pulsa em magnífico tom,
Abençoado som
De luz e carinhos.
...A paz dos ninhos!




Vídeo complementar:
Leoni e Léo Jaime
“Fotografia”





segunda-feira, 30 de julho de 2012

Descarga Involuntária







Ah! Como eu queria ser mais controlado!
Embora tenha o peito sangrando
De tentar segurar meus cavalos selvagens,
Vez por outra, escapam
E me desacatam.
Saem me apontando detalhes de minha paisagem,
Ríspidos de se ver.
Piores ainda de se viver.
Ficam se rebelando,
Impedindo assim, que permaneça bem comportado.
Como se fosse a pessoa mais feliz do mundo,
Tendo abismos emocionais tão profundos.


O processo todo é horrível, dilacerante.
Saem monstros horripilantes,
Violentos,
Pelo desgaste ter chegado a extremos.
Entalhes, até agora, incompreensíveis,
Para quem está tão vulneravelmente sensível.
Sei que passa.
Mas, invariavelmente, me arregaça.
Não acredito que volte melhor.
Ao contrário, volto menor.
Acrescenta-se, apenas, mais uma cicatriz, 
Mais um borrão, em meu desenho a giz.




Para voltar ao normal,
Preciso me atirar nos braços do excepcional.
Momentos de intimidade florestal...
... De navegação sideral!
Preciso escrever, como agora,
Ouvindo música,
Minha Deusa Única,
Para esticar, novamente, a corda.
Volto, rapidinho,
Para o meu cantinho,
No ar...
Onde me é espontâneo versejar e cantar!








Som New Age
"The Golden Voyage"
http://www.youtube.com/watch?v=LxVXAgXIbcY






domingo, 29 de julho de 2012

Podemos, Sim!


 


As pessoas pensam-se restritas a limites...
Dependentes de ilusórios rituais. Que triste!
Diante dessa balbúrdia material,
A que reduzimos nossa experiência sensorial,
A multidão foi agraciada com viseiras,
Que a mantém sobre a estreita esteira,
Dos atuais interesses das classes dominantes,
Senhoras de um egoísmo revoltante!

Egoísmo esse, pai de toda a manipulação,
De toda a devastação
Ética,
Estética...
Que assola o planeta, irresponsavelmente,
Lamentavelmente!
A ele, é que interessam os limites... alheios!
Espinhoso,

Venenoso
Esteio!
Via expressa para o deserto...
Para o incerto,
Escuro,
Impuro...
Para a solidão miserável...
Previsível, mais que provável!

A estúpida,
Fútil, rasa e, absurdamente, injusta,
Corrida capitalista,
Incentiva o cultivo das limitações,
Para manter o controle das alucinações,
Provocadas pela fragilidade de sua essência,
Pelo ritmo, vergonhosamente, atravessado de sua cadência.
Seu posicionamento
Escravagista,
Totalmente contrário ao firmamento!

Precisamos entender:
Podemos sim, ser
O melhor que pudermos ser!
É nosso dever,
Nossa obrigação,
Para com a vastidão.
Não tem mais graça brincarmos de revoltados,
Inconscientes,
Dementes!
Em nossa própria tristeza, aprisionados...

Permitiu-nos fazer essa viagem,
Por essa magnífica paisagem:

A Vida...

Que se quer florida!




Música indicada:
"Porto"
MPB4


 branco pérola fotos de flores

sábado, 28 de julho de 2012

Plexos da Pele





Prefiro mesmo, as looooooooongas sessões de carinho...
Beeeem devagarzinho...
De leve,
Sobre a pele!

Penso que o ser humano fica melhor,
Após uma boa sessão de carinho.
Fica mais mansinho.
Integra-se mais, com tudo ao redor.
Relaxa...
O quebra cabeça encaixa!
Respira-se mais,
Suspira-se muito mais.

É isso! – Penso que a vida precisa de mais suspiros...
Quero ver as pessoas suspirando pelas ruas,
Embevecidas pela luz que conseguiram,
Finalmente, enxergar...
Desfrutar,
Da afetividade espalhada
Despudoradamente,
Abundantemente,
Pelo ar!
Etéreo trilho!

Sim, sobre aspereza,
Violência,
Inconsciência!
Falta delicadeza,
Paciência,
Consciência!
A arrogância tem nos desviado,
De nosso caminho estrelado.
A ilusão de poder,
Tem-nos posto a perder.

Não há poder mais absoluto,
Do que se expandir,
A ponto de se sentir,
Parte integrante,
Responsável,
De tudo!
Isso sim, é relevante,
Louvável!
Entender, que absolutamente tudo, nos diz respeito,
Aumenta a capacidade de afeição do peito.

Assumir a função de plexo:
Irradiar, ininterruptamente, o eterno reflexo!




Música indicada:
"Dores de Amores"
Zezé Motta e Luiz Melodia



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Platônico







Diante da impossibilidade constante,
Que delineou toda a minha vida,
Dificultando por demais, a subida
De degustar os prazeres de um relacionamento,
Sigo, ainda que relutante,
Sob a plataforma de meus platônicos sentimentos!
Verdadeiros, densos...
Profundamente intensos!

Foi o jeito que encontrei, para me manter,
Onde penso que todos devemos pertencer:
No solo sagrado do exercício da afetividade,
Em toda a sua grandiosidade!
Afinal, acredito que essa seja nossa única missão,
Diante da generosidade da vastidão.
Qualquer outra argumentação,
Não passa de ilusão!

Basta avistar uma pequena possibilidade,
Ainda que imaginária,
Ou arbitrária,
De se desenvolver a afetuosidade,
Embarco, instantaneamente,
Espontaneamente,
Conscientemente,
Poeticamente,

Em meu universo, tão quântico,
Quanto romântico!
Onde todos tem sim, a chance de ser feliz;
De caprichar em seu desenho a giz...
De se realizar emocionalmente,
Vivenciando um enlace plenamente!
Repleto de sinceridade.
Transbordando cumplicidade!

Com cada gesto,
Cada intenção,
Declarada ou não,
Vou construindo o teto,
De meu caramanchão,
Para vê-lo florir,
Em cada coração,
Que eu conseguir fazer sorrir!

Claro, que não era esse, meu sonho.
Mas, como não posso viver tristonho,
Vou suspirando romances,
Com as mais lindas nuances,
Que minha inspiração puder alcançar,

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Conclusões de Aniversário





Este dia é um marco importante.
Marca o início de um ano definitivo.
Minha saída do infinitivo.
Será tudo, ou nada.
Tenho que fazer tremer as arquibancadas,
Orientado pelo relevante.

O ano que terminou, passei brigando com a solidão.
Resolvi assumi-la, integrá-la ao meu chão.
Cheguei a pensar que não daria mais um passo,
Sozinho.
Entretanto, o lirismo preencheu-me o ninho.
É o meu abraço.
Obriga-me a relevar
E voar!

Entendi que, como eu suspeitava,
Incandescente clava,
Era, um pouco mais claro, em meu destino,
O som dos internos sinos.
Pedaços de mim,
Pereceram em Paraty, sim!
Não deu para salvar tudo,
Que era para constar em meu mundo.
...Precisava ter trazido para a Bahia,
Para terminar de compor a sinfonia...

Penso sempre, que é melhor,
Produz um resultado maior,
Lidar com a realidade,
Em sinceridade,
Com todas as cartas na mesa.
Mesmo que nos causem alguma estranheza,
Algum desconforto.
É necessário, para dar veracidade ao rosto.
Deixar-se iludir,
É se diminuir.
Itacaré está me fazendo pensar ampliado.
Provou-me, que é uma benção, ser arrebatado!

Pude provar aqui, por sobre as sequelas,
Cores inimagináveis desta artística aquarela.
Devolveu-me, do menino, as certezas,
A preciosa pureza:
Mola mestra de minha arte,
Do Universal, que em mim arde.
Encontrei a explicação
Para este tipo específico de pulsação.
Imediatamente, a direcionei para a multidão,
Encorajado pela evolução,
Pelo seu irrequieto batimento,
Sempre disposto a se expandir em belos sentimentos.
É este incrível processo evolutivo,
Que me induz a espalhar poéticas flores, pelo caminho.





Música indicada:
"Trampolim"
Maria Bethânia





quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pimenta de Cheiro


 


Os riscos
Fazem parte dos trilhos.
Devem ser tratados com respeito,
Mas não devem dominar o peito!
Não podem virar vaidade,
Capricho da personalidade...

Eles não devem ser a meta.
Não são eles, que estão no final da reta!
Mas, é inegável que eles existem.
Não devem ser ignorados,
Nem desafiados.
Os riscos também não gostam
Dos que se esgotam
E desistem!

É sábio, analisá-los,
Mas, nunca, potencializá-los,
Alimentá-los com medo,
Ou permitir que embaralhem o novelo...
Bom senso,
Atenção,
São os mais adequados elementos,
Para se seguir rumo à evolução!

São os espinhos das flores...
Os cantinhos das dores...
O desgaste
Do engaste!
O entrave
Do enlace
O abismo da ponte...
...Alguns ventos no horizonte!

Por outro lado,
Eles completam o tempero.
Dão certa graça ao enredo.
Mantêm o caminhante acordado,
Para não ser tragado,
Pelo que tanto havia sonhado!
Como tudo nessa existência:
Os risco exigem consciência!





Música indicada
"Coração Ateu"
Maria Bethânia





terça-feira, 24 de julho de 2012

Perdoe-me, a Sinceridade!


  


          

Queria descobrir a exata razão,
De nunca percebermos,
Quando estamos sendo egoístas,
Nocivamente individualistas...

É-me estranho,
Soa-me como tacanho,
Termos dois pesos e duas medidas,
À disposição de nossa conveniência,
De nossa inconsciência...
Quando somos o sujeito da ação,
É super fácil entendermos
As razões,
As complicações,
De determinado enredo.
Já a mesma situação,
Sendo com outro cidadão,
O rigor é cego,
Governado, claro, pelo ego!
Julgamos,
Condenamos,
Sem direito a escusos
Recursos...
Apelações,
Ou anulações!

Tenho a certeza de que, enquanto continuarmos a nos iludir,
A nos deprimir,
Com os tentáculos dessa moral fajuta,
Que não reflete a altura,
Ah! Pouca coisa será possível,
Perto do incrível,
Que está esperando por nós...
...Que desatemos nossos nós
Ancestrais,
Medievais!





Pérola indicada:
"Mamãe Merece"
Zizi Possi - primeira e única!!!





segunda-feira, 23 de julho de 2012

Perda Parcial de Apetite


 

É um querer bem, o que sinto,
Pelos quatro cantos, vindo...
Indiscrimado acalanto!
Apoderou-se de meu canto.
Amenizou-me as faces.
Trocou as fases.
Alguns já começam a perceber
A profunda mudança
Nos passos de minha dança...
As faces... vivem a se enrubescer!

Alguns membros a desobedecer...
Pirraça adolescente,
Só que, agora, consciente.
Bem mais paciente...
Menos tempestuoso,
Nem por isso, menos saboroso.
Ao contrário, o que se passa comigo,
Alterando o padrão do umbigo,
É, absurdamente, apetitoso!
Sensorialmente, delicioso!

Um vento quente...
Bastante convincente!
Um bem estar,
Estelar!
Perda parcial de apetite.
Uma vontade que a humanidade acredite,
Que está bem de frente para a única saída,
Para a inevitável subida.
Enquanto isso, sigo espalhando carinhos,
Através de meu muito mais que amado ofício.




Para Wé e Narlei




Música indicada:
"Essas Coisas Que Eu Mal Sei"
Marina e Zizi









domingo, 22 de julho de 2012

Pequenas Saliências





Olho para o lado,
E o que vejo é um insano desperdício
De energia vital,
Por um ideal,
Francamente banal!
Criminosamente desleal!
Inóspito.
Inócuo!
Absurdo sacrifício,
Por algo desbotado...

Embolorado,
Apodrecido,
Esquisito...
Fétido,
Indigesto...
Traiçoeiro!
Enlouquecido vespeiro!
Ideal falsificado!
Borrado...
Plastificado!

A multidão deixou-se pasteurizar!
Tristemente, minimizar!
A falta mais grave perante a eternidade,
Que é pura criatividade!
Quer experiência,
Para expandir a consciência!
Validar o argumento,
Através do experimento!
A intelectualidade passiva,
É uma covarde alternativa:

Não tem valia
Nem serventia!
Só alimenta o ego do cidadão,
Tornando-se um trancado alçapão...
O Bom,
Pra ser Bom,
Precisa ser compartilhado,
Precisa ser espalhado...
Mais que nunca,
É preciso convencer a multidão... à altura!
A existência não pode ser desperdiçada.
Quer ser abraçada,
Festejada,
Celebrada!
Com reverências
E pequenas saliências...
A vida está viva!
É bonita!
Tem que ser bem vivida,
Com carinhos e alegrias!



Para Marilene Rangel Plessier




Música indicada:
"Manhã Brasileira"
Zezé Motta - um escândalo de brasilidade!