sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ah! Já...!



Já, sim! Já me senti muito mal!
Uma aberração
Digna de internação!
Um equívoco do sobrenatural!
Tão diferente,
Mas, tão diferente...
Que não podia ousar acreditar,
Ser o único certo.
Era-me claro, que eu era um erro do processo,
Algo a se dissecar e analisar!

Foi da metade da infância,
À metade da adolescência.
Era mesmo um drama de consciência,
Que beirava à ignorância.
Daí eu tinha que ser o mais bonzinho,
Bem educado, sorridente, estudioso, comportadinho!
Tudo sob o rigor desumano do leste europeu:

O pior que me aconteceu!!!

Mas, era um fato: eu era de outra laia.
Tentava desesperadamente, adaptar-me a essa raia.

Mas, tinha umas atrações estranhas,
Que explodiam com uma força tamanha...
Algo impossível de conter,
Muito difícil de esconder...
Por isso, embora fosse exibido,
Adorava mostrar meus talentos,
Mantinha-me atento,
Para não ser perseguido.
Esforçava-me muito,
Para tentar fazer parte do mundo.

Por dentro, já tinha meu mundo,
Crivado de significados profundos.
Eu via aura de padre
Odiava conversa de comadre!
Tinha um exército de amigos invisíveis,
Todos com poderes incríveis!
O que tinham em comum? – A pureza!
A delicadeza!
O cuidado!
O tato!

A sabedoria,
A paciência...
A decência!
Falavam sempre a verdade,
Com toda a humildade!
Senhores de fantásticas alegorias!
Acompanhados sempre por estonteantes melodias,
Emprenhadas de sensíveis poesias...
Capazes de potencializar
O melhor da vida: gostar!

Sentia-me isolado, porque no exterior não era essa a realidade.
A estupidez beirava à crueldade.
O regime ditatorial altamente castrador,
Fundeado em grotescas mentiras,
- Caí em todas as armadilhas! -
Fazia o ex-presidente parecer um bom senhor!
Tudo na base da opressão,
Da coação!
Das mais baixas chantagens emocionais,
Das mais vis demarcações territoriais!

Faço o que digo, mas não faça o que faço!
Era o ditado vigente.
Mas, eu desconhecia. Acreditava em tudo, piamente!
Eis a origem de todo o meu embaraço.
Como eram outras as minhas impressões,
As minhas pulsações,
Era eu que estava errado...
Por isso, interiormente, vivia atormentado!
Queria, de qualquer jeito, me adaptar,
Participar, comungar!

Até certo ponto, consegui!
Mas, não me convenci!
Só na maturidade
É que encontrei a minha claridade!
Aquela plena!
Estupenda!
Encontrei minha tribo do Eu Sozinho!
E assim vou seguindo...
Percebendo
E escrevendo!




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