quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Espanto




Entendo que fiquem assustados com meus passos,
Desprovidos de embaraço,
Ligeiramente abusados,
E, comprovadamente, alucinados!

Há momentos em que também me assusto.
Para ser justo:
Quase sempre!
Uma sutileza perene!

Um pedaço do cenário,
Do meu imaginário,
Que também tem sua validade,
Se encarado com naturalidade.

Não posso falar pelos poetas todos,
Mas, vem daquele chão, visto por poucos,
De onde brota a inigualável melodia
Da harmonia...

Fonte da poesia!
Da mais vívida alegria!
De tudo que é mais significativo...
Do que vai além do infinitivo!

Inacessível, para quem não quer voar!
Invisível, para quem não quer enxergar...
Intangível, para quem não quer acordar.
Inconcebível, para quem quer continuar

A se deixar imolar,
Trancafiar,
Por essa ilusão,
Com ares de apagão!

A mesma força que me faz escrever,
Faz-me, aos olhos do estabelecido,
Enlouquecer!
Torna-me incontido,

Impossível de reter,
De bloquear,
De rastrear...
De me perder!

Quanto mais me aproximo do centro,
Por dentro,
Mais causo espanto!
Talvez, seja a ingenuidade do meu acalanto...




Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=sWo8EqtidDM&feature=related

Um comentário:

Caca disse...

Se poesia fosse matéria, eu diria que você é todo feito dela. Bom dia, amigo! Meu abraço. Paz e bem.