quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Peregrino




Creio que já seja possível ler nas rugas do meu rosto,
Que não há mais como aderir a esse atual jogo,
Vergonhosamente roto,
Despudoradamente tosco.

Ainda que seja obrigado a pisar nos mesmos espaços,
Sem qualquer tipo de embaraço,
Jamais poderão confirmar a minha prisão,
Ou suposta adesão.

Pode ser até que os frequente como agente infiltrado,
Cosmicamente qualificado,
Para causar um certo desconforto,
Nessa busca insana por um suposto conforto.

Ser-me-ia impossível, afastar-me de todo.
Não haveria como espalhar meus versos, de pronto.
Essa é a verdadeira razão,
De dividir, involuntariamente, o mesmo chão.

Embora minha vontade seja a do isolamento absoluto,
Para preservar o meu solo fecundo.
Tenho consciência que assim me limitaria o campo de atuação,
Do poder da minha afeição.

Fugiria por completo,
Do meu objetivo direto,
Que é o de instigar a evolução,
Através da interior transmutação.

Desbancar de uma vez por todas as ilusões capitalistas,
Absurdamente destrutivas,
Autopunitivas,
Sobre todos e quaisquer pontos de vista.

Soterrar completamente o estabelecido,
Por estar visivelmente, apodrecido,
Contaminando impunemente as mentes
E o sagrado ambiente.

Chacoalhar a humanidade,
Para abandonar a banalidade,
A gratuita agressividade,
A vulgaridade,

A falsa religiosidade,

Que isola e mata em nome da divindade...
Toda a forma de barbaridade!
Todo o preconceito,
Que minimiza a luz em cada peito.

Pode ser pretensão,
Mas, essas são as razões,
Que, ainda, justificam minhas pulsações,
Plenamente engajadas na imensidão.



Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=EQrDsuORubI

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