domingo, 11 de julho de 2010

Pecado Caiçara II


Quem lhe deu ordem,
Para me causar essa desordem?
Para me dirigir esse olhar
Que eu mal consigo sustentar.

Por que razão você quis saber de mim?
Essa atenção sem fim...
Por que essa boca entreaberta,
Indicando-me a seta...
Imagine! Você me fez sentir bonito...
E eu quase que acredito.

Quem lhe ensinou a atacar desse jeito,
Fulminando o meu peito.
Deixando-me sem saída,
Com a mandíbula retraída!
Um pânico hormonal,
Queda vertical,
Com sensação invertida!
Eletricidade correspondida.

Você é de uma inacreditável delicadeza,
Na medida exata:
Não sobra, mas desata!
Caiçara Nobreza!
Capricho da natureza!
Quero você, com toda a certeza,
Mas, com leveza!
Irresistível sobremesa...
De onde você tirou essa segurança,
Que desnorteou minha balança?

Em suas propostas insuantes,
Para mim o mais importante,
Foi a objetividade
Aliada à sensibilidade.
Parece até que você sabe do meu passado,
Que me deixou, ligeiramente, desconfiado...
Não há como negar
Que você está a me cultivar...
Preparando o terreno,
Para um idealizado extremo.
Berço dos melhores sonhos,
Aqueles amorosos e risonhos!

Será mesmo possível que você me percebeu?
Será que a Providência intercedeu?
Quando vi você caminhando,
Minhas glândulas foram se empolgando.
Que espetáculo grandioso!
Constrangedoramente libidinoso.
Será presente de aniversário,
Que adiantou o itinerário?
Suas promessas são convincentes
Têm uma textura
De cobertura,
Insuportavelmente atraentes!
Mas, por enquanto, me abrace...
E deixe que nossa pele constate!

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