quarta-feira, 2 de junho de 2010

Da Bahia



A longevidade não é uma das minhas ambições.
Tenho passado por tão terríveis situações,
Que seria uma insensatez, uma presunção,
Acreditar que tudo isso não tenha afetado o coração.

Quero viver bem, agora!
Sem demora!
O amanhã é, apenas, uma possibilidade.
Quero pra já, a felicidade.

Tenho pressa
E fogo à beça!
Construir um novo ninho,
Com a melhor palha do meu carinho.

Desejo ver florescer as sementes que plantei,
A afeição que espalhei.
Ainda há tanto para semear,
Preciso de um novo solo para arar.

O que peço é uma última oportunidade,
Para poder vivenciar a maturidade,
Com dignidade
E um mínimo de tranquilidade.

Quero olhar para o firmamento,
E não ver o piano, sobre minha cabeça,
Balançando
Ameaçando...
Já está transbordando a represa,
Sem o meu consentimento.

Perdi muito tempo tentando me adequar,
Chega! Preciso me rebelar
E me revelar!
Sou, absolutamente, solar.
Posso ser mais do que venho sendo.
Sinto minha consciência crescendo.

O sutil é o que eu quero explorar,
O invisível, enxergar.
À delicadeza, dedicar-me
Ao bem-querer incondicional, entregar-me.
Ah! Há tanto amor para amar!
Simplesmente, não posso me furtar!

Quero chegar ao topo da minha montanha
Com sua exuberância tamanha.
E na beirada, profundamente respirar,
Saltar
E voar...
Placidamente, sobre o mar

Da Bahia!

Um comentário:

rosa-branca disse...

Olá poeta, plantou demais sem colher... quem semeia merece colher seus frutos, mas a sua sementeira não tem tempo, data nem hora. Pode colher a qualquer momento é só não desistir. Beijo meu