quarta-feira, 30 de junho de 2010

Marés



O mar em mim é aberto,
Por certo!

Pela manhã, maré cheia...
Potência que desnorteia.
Ondas altas, quebrando forte,
Firmeza no corte...
Espraiando positividade,
Em forma de criatividade.
Vida em movimento
Intenso!
Ativo,
Convidativo...
Instigando,
Apontando,
Desafiando à subida.
Lucidez absoluta,
Sensibilidade impoluta,
À disposição da inspiração.
Explosão!
Canto alto!
O salto...
É quando a poesia acorda
Em versos comemorativos,
Muito além de positivos.
Transborda
E me conforta.
Estica a minha corda!

À tarde, mar calmo...
Sereno,
Ameno!
Meditativo,
Contemplativo...
Como um salmo!
Ondas suaves quebrando devagar,
A hipnotizar.
Um convite ao observar,
Ao pensar.
Ao dialogar
Com a magia do ar.
Canto sério,
Inquirindo o mistério.
Versos pensativos,
Mas efusivos!
Manutenção na corda
Que me comporta.

À noite, maré baixa...
Onde tudo se encaixa...
Mar calmo, enluarado...
Transporte ao encantado,
Ao mais puro argumento.
Estrelas no firmamento,
Dando acabamento
Ao sentimento.
Canto amoroso,
Melodioso...
Versos alados,
Delicados!
Relaxo a corda.
É o sonho que concorda!


Dedico essa poesia ao meu amigo e maravilhoso poeta
Carlos Alberto Giménez!
Em agradecimento ao apoio e carinho constantes.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mãos à Obra!!




Digladio com o tempo.
Não posso estancar agora, o meu movimento.
Ainda tenho muito que perceber!
Muito que aprender!
Muito que compreender...
E muito mais ainda que escrever.

Faço caretas pra minha morte,
Enquanto vou me aproximando do meu norte.
Ela que não se meta a besta comigo!
Escondo um poder secreto no umbigo,
Capaz de virar essa história
De uma maneira tal,
Tão sensacional,
Que habitará a planetária memória,

Com glória!

Chega! Cansei de esperar!
Vou fazer acontecer!
Vai ter que ser!
Chega dessa pasmaceira...
De pancada na moleira!
Vou, definitivamente, me mostrar
E apontar as minhas soluções,
Para a maioria das aflições.

Não aguento mais presenciar tanto sofrimento!
Por todo lado, o que vejo é abatimento,
Tormento,
Aniquilamento!
Pobre dessa humanidade,
Que esqueceu completamente,
Imperdoavelmente,
A sua identidade.

Enveredou por papéis secundários,
Absurdamente precários.
Minimizou-se.
Emporcalhou-se!
Está perdida,
Ofendendo a vida!
Humilhando a existência,
Com sua falta de consciência.

É chegada a hora da virada.
Da grande verdade revelada!
Da grande iluminação,
Através da necessária humanização.
Os modelos prontos serão deletados.
Todo o estabelecido será abandonado.
Os novos moldes serão muito mais humanísticos,
Repletos de sentido crístico.

Com a ajuda do planeta,
Serão derrubadas todas as emboloradas certezas!
Uma revolução do interior
Para o exterior.
Sem sangue, sem lágrimas,
Sem penas, sem lástimas!
Apenas constatações
E x c e l e n t e s sensações!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Manhã de Esperança



Dessa vez a alvorada
Chegou vestida de gala!
Um céu magenta,
Listrado de tiras de nuvens brancas,
Portadoras de íntimas lembranças...
O insólito é que sustenta!
Uma lua cheia obscena
Do tipo que rouba à mente,
Impunemente,
A qualidade de serena...

Do outro lado,
Algo que me deixou, ainda mais, admirado:
Uma faixa no horizonte! Um laranja incandescente!
Nada prudente!
Em uma fúria contida,
Espalhava-se pela subida vagarosamente,
Mas, definitivamente!
Tomando de assalto a vida.
Soberano!
Assume o seu lugar: o primeiro plano.

Abraça a tudo com suas labaredas.
Põe à prova todas as certezas...
Qual a origem das tintas matinais?
De onde partem esses tons excepcionais?
Faltam-me adjetivos para classificar
Exatamente,
Justamente,
O surreal que se espelhou no ar!
As sensações absurdas,
As conclusões mudas!

A impressão nítida,
De uma percepção ínfima,
De algo estupendamente grandioso!
Grandiloquentemente luminoso!
Há sim, uma ordem, por trás da anarquia!
Dá pra apostar no andamento da sinfonia.
A força que criou essa obra,
Tem criatividade de sobra,
Para não deixar
A história de uma humanidade desandar.



Ofereço a beleza dessa manhã ao meu sobrinho aniversariante
Carlos Henrique Luhmann!
Indicado pela academia ao prêmio de “O Avô do Ano”!

domingo, 27 de junho de 2010

Morto de Orgulho!



Ah! É bom demais ver alguém atingindo suas metas.
Ainda mais quando essas são indiscutivelmente belas.

Uma pessoa que lutou com todas as suas forças,
Contra horrendos dragões,
Escapando com garra das piores forcas!
Apesar de inumeráveis arranhões...
Algumas rasteiras,
Injustas cadeias!
Que passou boa parte da vida
À beira
Da ribanceira,
Com uma determinação incontida!

Alguém que, com muito sacrifício,
Conseguiu exercer brilhantemente seu ofício.
Talvez, um dos mais complicados,
Principalmente, num país iludido e mal tratado.
Uma criatura que se dedicou,
Que se entregou
Á Educação,
Com todas as veias do coração.
Moveu moinhos,
Sempre sozinho!

Brigou muito,
Para introduzir um pouco de luz nesse mundo,
Tão combalido,
De princípios totalmente falidos!
Travou intermináveis batalhas
Para tirar o ensino de sua mortalha,
Confeccionada pela incompetência,
Pela inconsciência,
De quem, ao invés de ensinar
Só faz macular!

Está ali só pelo numerário,
Mas, se pudesse, adotaria outro itinerário.
De quem não tem talento,
Para mostrar ao aluno que estudar é um alento.
As escolas estão repletas de pessoas acomodadas,
Tristemente frustradas,
Que, com ou sem razão, perderam entusiasmo
E naufragaram no marasmo.
Culpam o governo, os alunos, a diretoria,
Pela vigente apatia.

Luis Francisco Pinto levantou a poeira
De todos os estabelecimentos de ensino por que passou...
Com sua mágica esteira,
Feita de convicção
Em um novo diapasão.
Eram douradas as sementes que plantou.
Nunca se acomodou, nem aceitou a mediocridade.
Sabia que tinha que haver outras possibilidades.
Encontrou-as
Armado com sua incansável coragem, implantou-as.

Afinal, ensinar
É iluminar.
É trazer possibilidades,
Por sobre todas as adversidades.
É desmistificar todos os ócios,
Cada um dos ópios...
É criar chances para um mundo melhor,
Onde todos possam desfrutar da fundamental dignidade,
Quase nunca disponível em nossa sociedade.
É escancarar as portas de um viver Maior.

Parabéns, querido amigo, pelos trinta e dois anos de trabalho,
Sem nunca ter recorrido a qualquer atalho...
Você provou e há de continuar provando,
Que um novo jeito de lecionar vem despontando.
Superou todas as suas inseguranças,
Amparado por cósmicas esperanças.
Quantas mentes você tocou!
Quantas almas você despertou!
É incontestável sua vitória,
Espetacular sua trajetória!

Que privilegio ter atravessado décadas consigo!
Sinto orgulho em ser seu amigo.


sábado, 26 de junho de 2010

Mais um Passo




Parece que meus olhos abriram um pouco mais.
Tenho conseguido enxergar dados sensacionais!
Todos sutis!
Tão opostos a todos os ardis...
Não sei explicar se esse fato é fruto da situação
Aterradora
De tão constrangedora...
Ou, cabe perfeitamente, dentro do processo de evolução.

Talvez, seja fruto das orações,
Das construtivas mentalizações,
Das positivas mantralizações,
Das profundas respirações...
Pode ser consequência óbvia do exercício
Do meu sagrado ofício.
Provavelmente, seja a soma de tudo.
O fato é que está mudando minha visão do mundo.

Tento administrar essas novas sensações.
Adequá-las às atuais condições,
Para obter o melhor resultado,
Sem ficar paralisado,
Ou mesmo deslumbrado,
Pois me sinto, pela eternidade, polinizado!
Passar adiante o que descubro é minha única intenção.
Através da poesia, dar a minha contribuição.

É como se minha vida tivesse se dividido:
Financeiramente, um naufrágio nunca visto!
Criativamente, um vôo nunca imaginado...
Nem mesmo por um peito tão arrebatado!
Também não sei se isso pode se chamar de equilíbrio.
Mas, é incontestável que em meus olhos, há um novo brilho.
Em minha vida, um novo destino.
Em minha alma, um novo hino!

Ainda não consigo me firmar apenas na parte positiva,
Pois a outra é absolutamente aflitiva.
A noite do meu dia,
Que me impele à melancolia.
Entretanto, quando o foco desloca-se para cima,
Para as celestiais rimas,
Tudo se encaixa
E a pressão baixa.

A sangria estanca,
Mediante beleza tamanha!
Sinto-me, absolutamente, afortunado,
Por permanecer inspirado!
Muito bem protegido e acompanhado
Por amigos alados,
Iluminados,
Dourados!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mais Profundo




Mais um momento de agradecimento:
Por estar conseguindo passar por esse tormento.
Ainda que com a pressão um tanto alterada,
A cabeça um pouco atrapalhada...

Por trás de tudo existe o apoio dos amigos,
Da minha trilogia sagrada: serra, mata, mar,
E seus respectivos representantes visíveis e invisíveis.
Com o suporte de várias linhagens,
Que compõem a minha paisagem,
Tenho mantido, à minha frente, o sentido!
O que me permite respirar,
Nesses instantes tão inexprimíveis.

Experiência única essa de ter claramente,
Transparentemente,
A companhia da morte, assistindo a tudo,
Pontuando cada segundo...
Sinto seu vulto apontando-me a direção,
Através das pontadas no coração.
Ela não quer me levar.
Insiste que eu devo me superar.

É só o que venho fazendo nos últimos anos,
Exemplos trágicos de desenganos...
Quando me parece que as forças se exauriram,
Que todas as pontes ruíram,
Aparece um arco-íris na porta de casa,
Convidando-me a abrir as asas
E ir colher versos,
Na essência do universo.

Talvez, isso
Só isso,
Já faça valer à pena o constrangimento
Desse desequilibrado momento.
Já me faça querer insistir
Em prosseguir
Rumo ao alto
Do meu último palco.

Sei que o cenário já está preparado,
O teatro todo iluminado,
Esperando o momento da minha chegada,
Prenunciada pela passarada...
Por manhãs antigas...
Por suaves cantigas!
Pelas águas encantadas,
Da minha montanha sagrada.

Diante de toda essa riqueza de vivência,
Com que tem sido contemplada minha consciência.
Agradeço, aqui, a todos,
A tudo,
Que sustenta o meu mundo.
Que me sustenta no mundo...
O meu muitíssimo obrigado!
Sinto-me escandalosamente privilegiado.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mais Bonito




Deve estar faltando pouco
Para a virada desse jogo louco!

Do jeito que está não dá para continuar
Por muito mais tempo.
Há de despertar
Um verdadeiro argumento
Baseado em bons sentimentos,
Voltados para a coletividade,
Através da plena realização da individualidade.
O que, por tabela, propiciará um mais sadio envolvimento
Emocional, dentro da complicada teia da afetividade,
Com muito mais sinceridade!

Creio que chegaremos ao ponto de perder a vergonha,
Com toda a disposição que se disponha,
De exercer publicamente a afeição,
Tocar a mão!
Um carinho...
Sem ter que se esconder no ninho.
Sem ser mal interpretado,
Julgado e condenado!
Sem qualquer direito à defesa...
Com toda a certeza!

Precisamos aprender a gostar e a nos aceitar!
Em seguida, ao próximo degrau, saltar:
Gostar do próximo!
É trabalhoso, mas ótimo!
É lógico...
É óbvio!
Está bem claro!
Dispensa qualquer estudo raro...
Não há outro caminho:
Precisamos assumir que não estamos sozinhos!

Dependemos um do outro, em um grau maior que imaginamos.
Direta ou indiretamente.
Consciente ou inconscientemente.
Estamos todos ligados mais intimamente que sonhamos...
Somos sim, todos, farinha do mesmo saco.
Está chegando o momento de darmos os braços,
De reconhecermos nossa irmandade,
De nos assumirmos como Humanidade,
Sem tolas divisões,
Que só provocam ilusões.

Aposto em nós!
Sei que não estamos sós!
Em breve florirá,
Irremediavelmente se abrirá
O girassol da nossa afeição,
Concretizando nossa redenção!
Uma nova canção, inocentemente, se ouvirá...
Uma nova brisa, ingenuamente refrescará.

O fim de todo o pesadelo!

O início de um novo enredo:

Melhor escrito...

Mais bonito!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mais Cuidado




É incrível como insistimos em antecipar
E identificar
O que vai no pensamento alheio,
A partir de nosso esteio,
A partir de nossos códigos.
Francamente, nem sempre tão lógicos...
A partir das conclusões
Das nossas sensações.
Soa como se detivéssemos a verdadeira verdade!
Como se o outro não tivesse personalidade.

Concordo que existem sim, os estereótipos,
Aparelhados com o mesmo sensor óptico...
Existem os arquétipos,
Com seus conjuntos de conceitos éticos.
E o mais comum: existe o gado,
Milimetricamente condicionado,
Sem códigos realmente próprios,
Dependentes de todas as variações de ópio.
Esses todos são sim, previsíveis!
Mas, quando nos deparamos com os sensíveis...

É preciso trocar o arquivo,
A ponta do crivo.
O assunto é outro,
Lê-se no rosto...
É desatino querer aplicar neles,
O que mantém os outros nas redes...
Os mesmos clichês, as mesmas frases feitas,
As esgotadas receitas,
O conselho pronto,
Que já passou do ponto.

Necessário se faz aguçar os sentidos,
Abdicar do juízo,
Do conhecido,
Do estabelecido...
Deve-se buscar o que foi esquecido.
O que estava adormecido.
O prazer maior,
O aroma bom ao redor...
Nunca a mediocridade.
Sempre a luminosidade!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mais Quieto!




Beneficiei-me do silêncio,
Um espetacular compêndio.

Há momentos em que é preciso calar,
Para a dor amenizar.
Ao contar o que acontece,
Potencializa-se o que entristece.

Eu não quero levantar meu dedo em riste.
Muito menos, permanecer triste.
Resolvi passa por cima,
Para não machucar a rima.

Entendi mais um pedaço de mim.
Algo que se pudesse, mudaria sim.
Mas não dá. Não é possível.
Mesmo sendo tão sensível.

Essa mesma sensibilidade
É uma característica do que me incomoda,
Do que eu não queria trazer à roda.
Talvez, para preservar minha pseudo privacidade.

Entretanto, já passou
O jarro quebrou.
Já recolhi os cacos
Para compor novos dados.

O que ficou,
O que sobrou
Foi a energética disciplina,
Que ampara e ilumina.

Uma vez que se abre o foco,
Que se oferece ao mundo o próprio colo,
O livre arbítrio,
Submete-se, naturalmente, ao superior princípio.

Impede-se qualquer volta ao passado,
Mesmo aquele que se viveu amarrotado,
Que não satisfez
E deixa o desejo de uma próxima vez...

O fato é que não vou parar minha jornada,
Por levar mais umas desnecessárias lambadas.
Ao contrário, estou progressivamente seguro,
Do que cabe em meu mundo.

Sei exatamente o que quero
Nada, para mim, espero.
Estou aqui a serviço do universo,
Tentando contribuir com o evolutivo processo.

Superei todos os limites que, em mim, eu via.
Entendo de onde vem a minha melodia,
Com seus compassos diferentes
E seus arranjos arguentes.

Aceito todas as contrariedades
De optar pela diversidade,
Pela íntima autenticidade
De viver à margem da sociedade...

Festejo também, todas as vantagens
De fazer da minha vida uma enlouquecida viagem...
Tão rica em experiências,
Que desafiam o lado concreto da consciência.

Já acho natural
A minha intimidade com o excepcional,
Com o improvável!
Com o imponderável!

Estou aprendendo a administrar,
Um pouco melhor,
O que me empurra ao maior.
O que me faz arrepiar...

E transbordar em versos e sons,
Os maravilhosamente inusitados tons,
Com que me privilegia a eternidade,
Com a sua surpreendente sinceridade.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nas Chamas Sagradas!




Ah! Deixe-me aqui!
Quieto assim...
Não é tristeza, é só
Vontade de ficar só.

Como bem disse Gilberto Gil
“Gente na vida da gente,
Quase sempre deixa a gente
“Com vontade de ninguém”
Vou além,
E na boca um sabor de ardil...

Um cansaço!
Uma vontade danada
De ter a alma, pela imensidão, abraçada.
O cósmico regaço.
Ali, no princípio de tudo.
O núcleo mudo!

Dedicarei o dia de hoje ao isolamento total,
Para uma purificação geral.
Tenho encontro marcado com o interior tribal,
Que é espacial!
De outras esferas...
Origem de todas as primaveras!

Quero permanecer ouvindo a música das esferas.
Ultrapassar a fonte das mais lindas quimeras.
Quero me permitir
Simplesmente, ir...
Navegar entre as estrelas,
Despido das inúteis certezas.

Saio em busca do meu berço
Do meu começo...
Anterior à primeira impressão,
À primeira intenção!
Quero sentir o que senti
Quando ainda não me era possível sentir...

E, então,
Por dentro da Criação,
Profundamente respirar...
Para novamente mergulhar
Em todas os gametas da palavra SIM...
Nas chamas sagradas de SHIN!

domingo, 20 de junho de 2010

Mais Ar



Minha alma transborda em mim
Quer abarcar tud’até o fim.
Abre os braços e se expande
Não há trajeto que a canse.

Desafia todos os dados,
Interpreta todos os fatos.
Vai ao fundo do fundo...e insiste.
Com garra absurda resiste!

Quer mais,
Quer mar!
Quer paz,
Quer ar!

Vem passando pelos caminhos
Fazendo de todos, seu ninho.
Sem as pesarosas distinções.
Sempre em busca das constatações.

Daquilo que possa acrescer.
Que possa, enfim, fazer crescer.
Potencializar o perceber,
Par’inaugurar o bem viver!

Calor,
Vigor!
Ardor,
Amor!

sábado, 19 de junho de 2010

Mais, Muito Mais!!





Está faltando afeto,
Sob o humano teto!

Há muita prevenção
E pouca afeição.

Há muita insegurança
Ocupando o espaço da temperança.

Há muita agressividade,
Atrapalhando a cumplicidade.

Há demasiada ambição,
Contaminando o coração.

Há muita convenção,
Tomando o lugar da cooperação.


Há muita conveniência,
Fazendo-se passar por consciência.

Há muita manipulação,
Envenenando o chão.

Há muita inveja,
Escorrendo pelas janelas.

Há muita maldade,
Que não tem coragem de ser bondade.

Como também há muita bondade,
Que muito gostaria de ser maldade.

Gostar,

É elementar...
Purifica o ar!

Limpa tudo,
Desinfeta o mundo.

Exorciza todas as distorções.
É a melhor das sensações.

Faz bem para a pele.
Deixa leve!

Ilumina,
Contagia!

Faz-nos mais tolerantes.
Acorda-nos para o que há de importante.

Sentir carinho
E espalhá-lo pelo caminho.

Proporciona fluência,
Dentro da universal cadência.

Quando nos oferecemos em emoção,
A eternidade entra em celebração.

O medo arrefece,
A sensibilidade agradece...

Faz-se a luz,
A que todo ser humano faz jus!



Dedico essa criação à excelente poetisa, que muito admiro,
Mell Mello!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Workshop




Minha amiga Janaína
- Loura heroína! –
Convidou-me a fazer um workshop de poesia,
Numa escola municipal, localizada na periferia,
Para alunos do quinto ano, entre dez e catorze anos.
Um bairro, pelo tráfico, dominado
E, pelo bom senso, abandonado!
Uma ousadia e tanto!

Aceitei de imediato,
Pois sou louco, desmiolado...
Nunca tinha feito nada parecido,
Nem por isso, me senti intimidado.
Bem ao contrário, me senti bastante empolgado.
Sem querer parecer convencido,
Com tranquilidade enfrentei esse desafio,
Ate porque sou catedrático em andar sobre estreitos fios.

Não tinha qualquer noção do que me esperava.
Mas, algo, visivelmente, me impulsionava.
Primeiro porque confio, plenamente, em minha amiga,
Uma das poucas, nessa cidade, que sabe da minha lida.
Segundo porque se o assunto é poesia,
Impossível me afastar da imprescindível harmonia.
Seriam três turmas, divididas em quatro horas
Que voaram sem qualquer demora.

Ela havia pedido para eles escreverem sobre o tema
“O Lugar Onde Vivo”!
Para mim, nenhum problema,
Já que tenho muitos textos falando o que sinto
Sobre, nessa e dessa cidade,
Que me catapultou a maturidade.
A ideia era ler um texto meu como abertura.
Em seguida responder a algumas possíveis perguntas.

Era minha obrigação, incentivá-los, orientá-los a escrever.
Fiz isso, enfatizando que é o melhor jeito de crescer,
De se conhecer mais a fundo,
De entender melhor o mundo.
Dei meu depoimento pessoal,
De como a poesia se tornou essencial
À minha vida,
Ao meu processo de subida.

Em todas as turmas, obtive o mesmo resultado,
Absolutamente inesperado.
Quem não tinha trazido de casa,
Ali mesmo, abriu suas asas
E escreveu o que pensava sobre a cidade.
Insisti que todos usassem de sinceridade.
Que não se preocupassem em agradar
E sim em criar.

Sugeri a fórmula simples de colocarem no papel
O que realmente sentiam,
Independente das regras, normas e rimas.
Queria que expressassem como viam
Esse lugar tão peculiar,
Com suas cismas...
Esse mar!
Essa serra e inacreditável céu...

Perguntaram-me muito como era ser poeta.
Respondi, em outras palavras, que era ser uma acesa seta,
Apontando para o que há de maior,
O que há de melhor!
Desde quando, assim, eu era?
Disse-lhes que desde longínquas primaveras.
Mas, lá atrás, tudo que escrevia era crivado de melancolia.
Hoje faço questão de passar mensagens positivas adornadas de alegria.

Nada produziram, menos de cinco alunos.
- Aqueles que, normalmente ficam no fundo -
Ou, criaram e não tiveram coragem de mostrar...
Eu, claro, tive que respeitar.
À medida que iam aprontando
Chamavam-me e iam me entregando.
A maioria permitiu que eu lesse alto,
Sem qualquer sobressalto.

Acima de todas as expectativas, saíram criações,
Que nos causaram inesquecíveis emoções.
Janaína não podia acreditar no que estava acontecendo:
Todos empenhados, escrevendo.
Concluiu que estímulo é a grande questão
Para melhorar a educação.
Muitas poesias, tive prazer em interpretar,
Chegando mesmo a me emocionar!

Ao final de cada leitura, dirigia-me a cada um
Um a um,
Para parabenizar
E incentivar.
Agradeço ao universo essa oportunidade,
Essa inconcebível felicidade
De semear boas sementes,
Naquelas jovens mentes.

Recebi convincentes demonstrações de carinho,
Que, para sempre, constarão em meu interior escaninho.

Atribuo o sucesso da empreitada,
À impetuosidade dessa amiga alucinada!!!

E à inenarrável magia
Da poesia!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Magenta




Uma manhã inédita,
Intrépida!
Veio com variações de cores
Entre o magenta e o vinho
Bem clarinho.
Parecia que o céu explodia em ardores,

Em celestiais clamores!

Não me lembro de ter visto antes esses tons.
Maravilhosos e incandescentes dons!
Tive reações físicas e emocionais...
Sensações siderais,
Mediante o absurdo, o abuso
Desse espetáculo que me deixou mudo.

Alvorecer outonal!
Imagem muito mais que transcendental!
Algo próximo do literal,
Vizinho do visceral...
Uma visão quente,
Pra lá de eloquente!

Concluí que o universo
É de uma incansável criatividade.
Sempre em atividade!
Sucessivos versos
Compostos de imagens,
Que mais parecem miragens.

Impossível não se comover.
Improvável não se derreter
Diante da expressividade,
Da delicadeza,
Da pureza,
Da eternidade.

Por instantes cheguei a duvidar...
A, sinceramente, questionar
O fato de fazer parte de toda essa sensibilidade,
Que flerta com a incredulidade.
É tudo tão superlativo,
Que me obrigou ao estado contemplativo.

Em seguida, veio o orgulho
De estar vivo,
Completamente desprovido de juízo,
Tomado pela ardentia
Da poesia
Que me oferece esse inconcebível mergulho,

No que há de espiritualidade no mundo!




Nota: Tenho a impressão,
Que essa inacreditável celebração,
Tenha sido em homenagem ao aniversário de 21 anos de união
Entre meu amigo/irmão/poeta Welinton e sua amada Narley.
Pessoas que, para sempre, amarei!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Louco




É fantástica a visão da tempestade passando,
Seguindo seu rumo,
De acordo com seu prumo.
Pássaro enorme afastando-se,
Planando...
Últimos rugidos audíveis,
Agora, menos terríveis...
O cinza azulando-se...

A escuridão dando lugar à luminosidade,
Valorizando-a,
Enfatizando-a!
A solidão perdendo terreno para a amizade.
As partes encaixando-se.
As pontas encontrando-se...
A tranquilidade,
Desbancando a ansiedade.

Uma troca de cenário ao vivo
E a cores para todos os sentidos.
Final do abatimento,
Espetáculo de renascimento!
Pré-anúncio da vitória,
Para se guardar na memória.
Reviravolta na história,
Com pompa e glória!

A respiração acalmada...
A nuca, ainda suada,
Começa a relaxar
E a gostar de aproveitar
Cada momento
Desse novo sentimento,
Que trouxe consigo,
Além de um dengo para o umbigo,

Um novo acabamento.

Mais justo,
Mais puro.
À prova de qualquer apuro,
Infinitamente mais seguro...
Mais raro,
Mais claro!
Pronto para servir.
Louco para fazer sorrir!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Lição Principal



Chega a ser escandalosa, a minha necessidade de alegria.
É como flui melhor a energia.
Dá-me uma sensação de estar no centro de mim,
De estar degustando as delícias do sim...
Acho que penso melhor,
Enxergo maior.
A tristeza limita-me.
Intimida-me!
Obriga-me ao recolhimento,
Ao casulo do sentimento...
É como se descesse do meu trono
E mergulhasse na velha sensação de abandono.

Lembro-me que quando menino,
Eu tinha comigo,
Que, de tão diferente,
Jamais poderia me abrir para toda a gente...
Sentia-me uma aberração,
Disfarçada em criança simpática...
Achava de péssimo gosto toda essa encenação,
A que todos se dedicam.
O Quasimodo em mim acreditava ser necessária muita dedicação,
Para despertar um mínimo de afeição.

Empenhava-me para que gostassem de mim.
Quando isso não acontecia, o que era raro, soava-me como o fim...
Em função disso, era extremamente comportado,
Um aluno aplicado.
Estava sempre sorrindo de verdade!
Assim fui angariando alguma afetividade.
Claro, nunca era o suficiente,
Posto que a meta era toda a gente...
Um sonho impossível,
De alguém extremamente sensível.

Na maturidade é que fui perceber o engano.
Arranquei, do cenário, todos os panos
E passei a me expor,
Sem ter medo da dor.
Demorei muito para demolir os castelos que me tinham construído...
Que tinham castradoramente me obstruído.
Só então passei a explorar a diferença,
A respeitar a mais profunda crença...
Aquela que está em nosso interior,
Não foi imposta pelo exterior.

Talvez, a maior lição dessa vivência,
Tenha sido descobrir
E assumir,
Que a mola propulsora da minha consciência,
É viver em harmonia.
Em autoral melodia!
Transcrevendo versos
Inspirados pelo universo!
Escrevendo poesia,
Para espalhar sementes de alegria!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lentes Mágicas



Eu tenho como regra, ampliar a visão,
Através das lentes da sensibilidade.
Só assim, consigo extrair poesia da atualidade,
Apesar de toda a sua solidão.

A visão nua e crua
Não compactua
Com a superioridade,
Que permeia a eternidade.

A plenitude da Criação,
-Essa magnífica, mutante e interminável canção-
Convida a um mergulho mais profundo,
Em tudo que há no mundo.

As primeiras camadas
Não são as mais recomendadas,
A quem deseja saborear o fato de existir,
Abusando descaradamente do ato de sorrir.

Lá para dentro,
Na estrada para o centro,
É que se percebe,
O tamanho do que não se conhece.

É lá que se é levado,
Ao que há de mais elevado.
Lá não existe juízo,
Porque tudo faz sentido.

...Luz na sala escura,
Sinceridade na candidatura,
Solidez na estrutura,
Flutuar na altura...

Nas entrelinhas, nos silêncios,
Estão os melhores compêndios,
A verdadeira sabedoria,
A mais clara sintonia...

...As mais importantes revelações,
Todas as explicações,
As edificantes emoções,
Todas as exclamações!

Por trás da formalidade,
Clamam por liberdade:
A sinceridade
E a criatividade.

É depois da arrebentação,
Que habita a inspiração,
A salvação.
Leia-se consagração!

domingo, 13 de junho de 2010

Leia-me




Aí, onde você está não é possível me enxergar.
Eu saltei!
Com o ar me misturei...
Se você quiser me avistar,
Vai ter que olhar para o espaço...
Expandi meu abraço!
Abandonei de vez a opinião alheia.
- Hedionda cadeia -
Essa viagem não tem fim.
Há só poesia em mim.
Creia-me,
Leia-me...
Abdiquei de tudo,
Que me prendia ao seu mundo.

Desprezo sua aprovação.
Despencou sua cotação!
Você nada sabe do que há ao seu redor.
Você focou no conhecido.
Aderiu vergonhosamente, ao estabelecido.
Mas, você já teve contato com o melhor,
Com uma pequena fatia da verdade.
Dançou sob a luminosidade!
Um dia essa bagagem vingará,
Do seu centro ressurgirá,
Desadaptando-a,
Acordando-a
Da sua ilusão,
Completamente sem noção.

Quanto a mim, estarei longe,
Cantando para outro horizonte.
Totalmente pacificado,
Plenamente encontrado!
Com simpáticas rugas
E nenhuma culpa.
Emanando positividade,
Imerso em humildade.
Percebendo,
Escrevendo,
Criando.

Amando.

Amando muito.

Amando sempre!

sábado, 12 de junho de 2010

Ledo Engano



Nós precisamos adquirir o hábito de averiguar,
Se nossos atos estão de acordo com nossas intenções.
O que vejo, em toda parte, é um dispersar
De energia, através de equivocadas ações,
Que passam léguas, do objetivo.
Perdem o sentido...
Em alguns casos chegam a incomodar,
A magoar,
A invadir...
Tudo, exceto fazer sorrir.

O problema é sempre o mesmo:
Antigo,
Cansativo...
Decidimos agir a partir da nossa verdade,
Do nosso jeito,
De acordo com o que trazemos no peito.
Acreditamos saber o que, para o outro, é bom.
Mas sempre entramos fora do tom...
Abaixo ou acima,
Raramente, acertamos na mira.

Muitas vezes na ânsia de agradar,
Terminamos por exagerar!
Tudo que excede,
Invariavelmente se perde.
Cansei de ver minhas intenções,
Escorregarem para os porões,
Por puro exagero.
Esse é um desconfortável erro.
Afeta ambas as partes.
Deixa na boca um gosto acre.

Creio que a melhor solução,
Para essa embaraçosa situação
É prestar atenção.
Ouvir atentamente o que diz o coração,
De quem queremos ajudar,
Sem julgar...
Não esquecendo, claro, do bom senso
Para adotar um efetivo comportamento.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lamentável




A mulher que se deixa secar,
Sem perceber,
Pela perda de uma obsessão,
Um híbrido de paixão,
Deixa de viver.
Passa a vegetar.
Abusa do direito de ser inconveniente,
Com seu argumento insuportavelmente carente.

Adota uma postura agressiva,
Justifica que está na defensiva...
Reclama da ausência de ternura,
Esquece que só faz espalhar amargura.
Acredita que pode tratar mal a todos,
Porque no fundo,
Culpa o mundo,
Pelos seus tombos.

Foge de si mesma,
Com velocidade e destreza.
Sapateia, numa atitude mimada,
Conduta mais que inadequada,
Sobre suas próprias sementes,
Aniquilando completamente,
Qualquer possibilidade de relacionamento.
É insano seu depoimento.

Desconhece a gratidão.
Virou defensora da retidão.
Polícia de comportamento.
Não se percebe totalmente desabonada,
Molecularmente desacreditada,
Para proferir julgamentos.
Literalmente, não se enxerga.
É lamentável sua conversa.

A mulher que seca:

- Desobedece a natureza.
Manifesta sua soberba.

- Atira no próprio pé.
Perde a fé.

- Junto com a libido,
Lá se vai o juízo...

- Represa em si,
O seu melhor fluir...

- PECA!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Objetivo: Itacaré!



Essa nova serenidade
Vem da consciência tranquila,
Com relação aos novos rumos da minha vida.
Todos, indiscutivelmente voltados para a Felicidade!

Não há como duvidá-los,
Ou desdenhá-los.
São cristalinos,
Como as estrofes de meu hino.

Estou bastante confiante,
Exatamente por estar priorizando,
O que me é mais relevante:
O bom que, em mim, vem despontando.

Estou calmo,
Mirando firmemente o alvo.
De sofrer estou farto.
Já estiquei meu arco.

Após uma intensa discussão
Com a Criação,
Limpei o peito
De tudo que não tem mais jeito.

Abri espaço
Para um novo, forte e sincero abraço.
Expurguei o cansaço
Estreitei os verdadeiros laços.

Exerci plenamente,
Sinceramente,
O perdão!
Aliviei assim, meu coração.

Abandonei os toscos,
Os que se fazem de rotos...
Quero o melhor para todos.
Busco o sorriso nos rostos.

Enviei um convite aberto
A quem se interessar
Por esse novo caminhar:
Direto e Reto!

Estou de bem comigo
Em paz com o umbigo...
Completamente enlouquecido,
Com as diretrizes do destino.

Agradeço a todos e a tudo
Que contribuíram para a elaboração
E a minuciosa decoração
Do meu fantástico mundo.

Aos que atrapalharam
E aos que colaboraram,
Meus sinceros agradecimentos,
Meus mais caros sentimentos!

Sem vocês, nada seria possível.
Eu não teria me tornado tão sensível.
Essa é a minha maior riqueza:
A minha indissolúvel Pureza!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Janela da Serra



Tenho, em mim, uma janela de onde aprecio o mundo
E me deslumbro...

Indiscretamente mágica,
Ela edita as cenas mais ávidas,
Mais interessantes,
As mais deslumbrantes.

Lugar de paz,
Que muito me apraz.
Fonte de inspiração,
Colírio para a visão,
Extrai beleza da tempestade,
O aroma da tranquilidade.

Dentro de sua moldura,
Postam-se os recados da altura.
Enaltecem-se os caprichos da natureza,
Quebram-se todas as certezas.
Imprimem-se os versos da alma.
É imperturbável, a calma...
Exibem-se goiabeiras
E jabuticabeiras.

A serra do mar, ao fundo,
Toca-me no mais profundo.
Enaltece a harmonia,
Eleva a poesia,
A um patamar seguro,
Acima de todos os muros,
De toda banalidade,
De qualquer mediocridade.
A não repetição de seus desenhos,
Homologa o seu empenho.

É de uma perfeição, que não só espanta,
Como não cansa.
A sua total disponibilidade,
Assegura-me a tranquilidade
Que preciso,
Para não exagerar no juízo.
Conforta-me.
Comporta-me!
Elimina os ardis,
Com a elegância dos colibris.
Espaço mais que sagrado,
Para um peito alucinado...


Dedico esse texto ao meu amigo/irmão/parceiro musical,
O excepcional músico Louis Plessier!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como Disse Álvaro de Campos



Aprendi que a melhor e única fórmula de fugir do retrocesso,
É se manter confortável dentro do próprio processo,
Respeitando todos os regressos.
Via única para o sucesso!

Somos seres únicos e criativos.
O que precisamos é de incentivo,
Para nos mantermos ativos
E energeticamente positivos.

Quem, de alguma forma, não mergulha nas águas da criatividade,
Não faz jus à sua humanidade.
Aquele que se acomoda
Com o ininterrupto giro da roda,
Cedo ou tarde, é expulso ou esquecido por ela,
Passando a ver a própria vida, pela janela.

Em todas as áreas, independente da formação,
É preciso ser criativo,
Para ser construtivo.
Não é questão de opinião!
É uma verdade clara,
De uma beleza rara...

Pois prova que todos fazemos parte,
Da mesma e gigantesca obra de arte.
Ninguém é dispensável!
Exercer a criatividade, não é negociável.
É uma obrigação
Para com a vastidão.

Todos, de alguma forma, podem e devem contribuir,
Para esse fantástico evoluir.
Independente da escolaridade,
Do papel na sociedade,
Do nível de sensibilidade,
Ou do ramo de atividade.

Álvaro de Campos escreveu: “O mundo tem sede de que se crie”!
Por favor, não copie.
Crie o seu estilo.
Não vulgarize o seu destino.
Abandone, pelo amor de Deus, as miseráveis fórmulas antigas.
Escreva, rascunhe a sua autoral cantiga.

Nada é igual para ninguém.
Abuse! Vá além!
Não tenha medo!
Acorde cedo
E veja que o alvorecer é sempre novo.
Todos os dias, muda o seu rosto.

Abandone as trilhas abertas.
Desbrave a sua própria reta.
Não siga as setas.
Elas não o levarão às suas metas.
Tenha coragem
E reinvente a sua miragem.

domingo, 6 de junho de 2010

Jogo Fraudulento



Tenho defendido todos os pênaltis, que a contrariedade
Tem cobrado contra mim, até com alguma serenidade.
O problema é que não sou goleiro.
Minha vocação é para artilheiro!

Não gosto de ficar parado na pequena área, apenas defendendo,
Enquanto o jogo, ali à frente está acontecendo.
Tenho minhas táticas de ataque à mediocridade
Que podem alterar, consideravelmente, esse placar,
Que, cá entre nós, está de amargar.

Tantos enganos,
Medonhos desenganos...
Essa enxurrada de mentiras,
Em nome de materiais conquistas,
Indiscutivelmente fúteis,
Comprovadamente inúteis,
Que assolam e depredam a humanidade,
Com requintes de crueldade...

Incomoda-me ter que ficar junto às traves,
Mediante tantos entraves.
Quem deveria defender
Desaponta,
Faz gol contra
E põe tudo a perder.
Tanta hipocrisia
Na inimiga artilharia,
Disfarçada de três poderes,
Que são só quereres.

Sinto na pele os desmandos políticos,
Desse momento tão crítico,
Maquiado de progresso,
Mas, que não passa de retrocesso.
As cidades brasileiras desmoronam
Nas mãos de seus representantes,
Absurdamente desonestos e pedantes,
Que as congestionam,
Com suas ambições desmedidas
E suas posturas descabidas.

Juízes e bandeirinhas vendidos.
Gramado depredado...
Torcedores iludidos!
Dirigentes comprados...
Esse é quadro do campeonato
Vergonhoso e enlameado,
Dessa inacreditável nação,
Que, politicamente, é plena devastação.


P.S. Por Deus, não acreditam nas pesquisas!

sábado, 5 de junho de 2010

Janela da Espera

Estou mergulhado em cautela.
Todos os sentidos estão em alerta.
Tento ouvir e decifrar todas as manifestações,
Todas as sensações,
Tantas constatações...
E, principalmente todas as intuições!
Atento a tudo
O que me acontece no mais profundo.

Mantenho abertas todas as possibilidades,
Que sugiram tranquilidade.
Tenho algumas metas.
Todas obedientes às setas.
Estou confiante no próximo passo.
Nem por isso, marco passo.
Venho me preparando para a virada,
Que há de vir iluminada.

Esforço-me, para conviver bem com a espera.
Enfeito sua janela
Com vasos pequenos
De flores amarelas.
Abandonei os extremos,
As atitudes paralelas.
Foco-me no centro
Do meu epicentro!

Ponto de partida de todas as soluções,
De todas as principais decisões.
Minha linha do equador
Origem de todo ardor.
Ali, o que sou está em latência!
O colo da essência.
O núcleo da solvência.
Fonte única da minha obediência.

Quero me manter aceitavelmente equilibrado,
Para recepcionar bem,
O momento tão esperado
E, se possível, ir além...
Apreender todas as lições.
Executar todas as missões,
Que o peito determinar,
Que a luz me convidar...



Dedico esse texto à minha amiga Neuza Torres

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Questão de Atitude




A cada pessoa estúpida que encontro,
Daquelas que se alimentam de confronto,
Mais e mais valorizo a beleza
Da imprescindível delicadeza.

Como é feia a estupidez,
Prova irrefutável de ignorância,
Da ausência completa de tolerância,
Atestado de insegurança,
De destemperança...
A mais pura insensatez!

Quem maltrata o outro,
Em verdade, vinca o próprio rosto.
Afasta completamente a possibilidade
De um encontro íntimo com a tranquilidade,
Sem a qual não há menor possibilidade
De vivenciar a felicidade.

Normalmente, é alguém mal amado,
Intimamente mal acabado.
Justifica-se afirmando que também é destratado...
Inaugurando assim, um círculo vicioso
Belicamente perigoso,
Que o manterá aprisionado

Até que perceba o engano
Do olho por olho, dente por dente...
Que só faz causar mais desengano,
Incontestavelmente!
Irreversivelmente!
Lamentavelmente!

Por outro lado, que prazer incomensurável,
Encontrar um ser humano,
Realmente Humano,
Suave, risonho e delicado,
Interiormente iluminado.
A vida fica mais palatável!

Todos querem ser bem tratados,
Mas se esquecem de tratar bem primeiro.
Reclamam do mundo inteiro,
Como se só os outros fossem culpados.
É preciso tomar a iniciativa
E manter essa alternativa,

Mesmo que não seja devidamente correspondido.
De nada adianta retaliar
Ou retrucar.
É tempo perdido!
Energia empregada indevidamente,
Que deteriora a existência, indubitavelmente.

Bom mesmo é tratar a todos com muito carinho,
Com muito respeito,
Independente do “jeito”.
Esse é o único caminho,
O melhor solo para se arar,
A melhor atitude a se semear.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aceite-se




Permaneça dentro dos limites do que você acredita,
Para preservar a dignidade em sua vida.
Rejeite os desvios.
Preste muitíssima atenção,
Assegure-se da sanidade da conexão
Dos seus preciosos e luminosos fios.

Se algo, internamente, incomodar,
Seja lá o que for
Que lhe cause dor,
Não se deixe imolar.
Não se venda.
Respeite sua senda.
Ouça-se!
Permita-se!

Mantenha a cabeça erguida,
Por mais íngreme que se torne a subida.

É importantíssimo entender a sua natureza.
Essa compreensão é a maior riqueza.
Desconfie sempre de tudo que está estabelecido.
Procure em tudo o evolutivo sentido.
Desvie-se da mediocridade.
Desmascare a falsidade.
Afaste-se da estupidez,
De toda forma de aridez...
Há que se ser forte,
Para alcançar o Norte.

Não compactue com o que o enoja.
Isso pode afastá-lo da sua rota.
Combata o psicológico terrorismo,
O famigerado egoísmo!
Cuidado com a busca pelo dinheiro.
O conforto espiritual deve vir primeiro.
Veja bem como trata o seu semelhante.
Em hipótese alguma seja arrogante.
Analise minuciosamente a atualidade.
Perceba as discrepâncias, o absurdo
Que assola o mundo!
Pratique a humildade.

Você é único.
Assuma o seu púlpito.
Faça a sua parte.
Atenda ao que, dentro de si, arde!
Esqueça os embolorados moldes
E se solte...
Aprecie as cores dessa tarde.
Repouse no colo da arte...
Revolucione-se!
Acione-se!
Dê a sua contribuição,
É sua obrigação!
Mergulhe-se em afeição.
Espalhe-a sem discriminação.

Ame
Desavergonhadamente,
Multiplamente,
Abrangentemente,
Universalmente!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Da Bahia



A longevidade não é uma das minhas ambições.
Tenho passado por tão terríveis situações,
Que seria uma insensatez, uma presunção,
Acreditar que tudo isso não tenha afetado o coração.

Quero viver bem, agora!
Sem demora!
O amanhã é, apenas, uma possibilidade.
Quero pra já, a felicidade.

Tenho pressa
E fogo à beça!
Construir um novo ninho,
Com a melhor palha do meu carinho.

Desejo ver florescer as sementes que plantei,
A afeição que espalhei.
Ainda há tanto para semear,
Preciso de um novo solo para arar.

O que peço é uma última oportunidade,
Para poder vivenciar a maturidade,
Com dignidade
E um mínimo de tranquilidade.

Quero olhar para o firmamento,
E não ver o piano, sobre minha cabeça,
Balançando
Ameaçando...
Já está transbordando a represa,
Sem o meu consentimento.

Perdi muito tempo tentando me adequar,
Chega! Preciso me rebelar
E me revelar!
Sou, absolutamente, solar.
Posso ser mais do que venho sendo.
Sinto minha consciência crescendo.

O sutil é o que eu quero explorar,
O invisível, enxergar.
À delicadeza, dedicar-me
Ao bem-querer incondicional, entregar-me.
Ah! Há tanto amor para amar!
Simplesmente, não posso me furtar!

Quero chegar ao topo da minha montanha
Com sua exuberância tamanha.
E na beirada, profundamente respirar,
Saltar
E voar...
Placidamente, sobre o mar

Da Bahia!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Isenção




Se, ao menos, eu pudesse ver você agora,
Em meio a essa tormenta que se demora,
Ah! Como me aliviaria!
Com que rapidez me recomporia!
Ver você é isenção.
É a vida me pedindo perdão...

Seria tão mais fácil respirar,
Se, sua imagem eu pudesse fitar,
Ainda que brevemente,
Ainda que no meio de toda a gente.
Já não me importa mais,
Esconder-me atrás dos castiçais.

De minha parte, pago pra ver
Pra deixar acontecer,
Pra ver o nosso sol nascer
E, finalmente nos aquecer.
Fartei-me do frio,
Do qual, aliás, nunca fui amigo.

Quero o calor da sua sentença.
Sua presença
Intensa!
Em mim, imensa.
União dos pólos.
Sua cabeça em meu colo!

Já adiamos por demais o nosso ninho.
Floresce exuberante nosso caminho.
Vou lhe apresentar um novo sentido
Para a palavra carinho.
Talvez, também para os vocábulos: luminosidade
E cumplicidade.

Quero que você experimente uma felicidade,
Calcada, antes de tudo, em afetividade.
A base mais apropriada,
Para se dividir uma caminhada.
Não, não quero que você se anule,
Ou se sobrepuje.

Quero que você me veja como sou:
O porto em que você ancorou.
O navio em que você embarcou.
O mar em que você se encontrou.
O peito em que você apostou.
O sorriso com o qual você acordou.

A companhia na qual você decolou...

Intrinsecamente Intenso



Prefiro minha chama, quando queima alta.
Não sei sentir pequeno,
Ou ser ameno...
Coloco luzes extras em minha ribalta.
Não me importo com a lotação do teatro.
Gosto do meu palco, completamente iluminado.

Faço questão de não deixar dúvida.
Se pudesse, escolheria a morte súbita.
Optei pela intensidade.
Sou devoto da sinceridade.
Apesar da transparência,
Poucos entendem minha cadência.

Meus segredos
Só existem em função
Da sagrada preservação,
Do meu enlouquecido enredo.
Tenho muito para compartilhar
E mais ainda para me apaixonar.

Não me imponho,
Apenas proponho...
Dedico meu ofício à evolução coletiva,
Através da emoção construtiva.
Não perco tempo em discutir.
Prefiro provocar o sorrir.

Nunca quis irritar,
Talvez, intrigar...
Quero fazer pensar
Em outras maneiras de caminhar,
Que não sejam para trás, ou de lado
Insisto na existência de um caminho encantado,

Acessível a quem já derrubou seus muros
Calou seus urros,
Abandonou seus murros
Entendeu seus surtos...
A quem se despiu
E, pressentiu

Que o bom está vindo aí.
Vai pousar bem aqui...
Onde a pureza aconteceu,
A afeição floresceu
E a poesia
Encontrou sua melodia.