sexta-feira, 21 de maio de 2010

Horário Mágico




Cinco e vinte da manhã, resolvi ir apreciar
O “verde” acordar...!
Debrucei-me na varanda quase de frente para o leste,
Totalmente coberto de nuvens estava o oeste.
Do sol, um vago vestígio,
O momento anterior ao início.

De súbito reparei que a goiabeira
De tão forte e altaneira,
Estava praticamente entrando na varanda,
Com a sua força tamanha.
Lembro-me de ter pensado: preciso mandar podá-la,
Em seguida num gesto insano, resolvi tocá-la.
Os galhos pareciam querer o toque,
Daí em diante mudou completamente o enfoque.

Ao tocar o primeiro o galho tive uma sensação,
Bem próxima... ... ... a exaltação!
Senti um relaxamento físico
Único!
Senti as rugas acomodando-se,
Os músculos soltando-se,
Como se estivesse em profunda meditação,
Mas não era, era pura e simplesmente uma celebração.

Pensei em meu irmão universal Welinton, com sua sensibilidade mágica,
Com sua alma ávida...
Queria que ele estivesse sentindo
O que eu estava sentindo.
Queria compartilhar fisicamente, essa encantada experiência.
Resolvi, aí sim, intencionalmente, focar a consciência.
Comecei a tocar com verdadeiro carinho,
Ao que em dobro as folhas iam me retribuindo...

De imediato, o que me veio à mente,
Foi a inegável constatação de que já sou um sobrevivente!
Um alarme interno disparou.
A partir de então, algo mais despertou.
Na exata proporção em que as coisas se complicaram,
As resistências, espontaneamente, se multiplicaram.
Nunca pensei que resistiria ao que venho superando,
Ao que, corajosamente, venho enfrentando.

Portanto, já sou um vitorioso.
Já cheguei muito além do que pensava que poderia chegar.
Esse dado é, plenamente, apetitoso.
Meus pulmões encheram-se de ar.
Fui invadido por uma convincente alegria,
Beirando a uma ponderada euforia...
Aí me debrucei valentemente e toquei
Todos os galhos que encontrei...

Sentindo sempre carinho de volta,
Como resposta.
Aí vieram mil pensamentos,
Todos transbordando fundamentos.
Eu estava sendo incomodado com a ausência de toque físico,
Nem era propriamente, daquele mais íntimo...
E a goiabeira estava ali, absolutamente disponível,
Bastando para tanto, eu estar sensível.

Foi uma experiência grandiosa,
Que deixou a vida um pouco mais cor de rosa.


Dedico esse texto ao irmão universal, poeta
Welinton Magno

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