quinta-feira, 29 de abril de 2010

Excentricidade



Essa tarde outonal,
Bem acima do normal...
De onde vem esse rosa,
Que listra o céu, todo prosa?
Magnífica alegoria,
Que evoca alegria.

Banha-nos em ternura.
Estamos carentes de sua doçura.
Temos cicatrizes pluviométricas.
Invada-nos com sua vanguardista estética.
Derruba nossos muros.
Mantenha-nos todos mudos.

Derrama esperança.
Puxa a nossa bonança.
Estamos tristes.
Apaga-nos os deslizes.
Perdoa-nos os declives.
Faça-nos um convite

À sua leveza,
Firmamento de pureza.
Desenho espetacular!
Rouba-nos o ar,
Com sua excentricidade
E discreta eletricidade.

Entardecer,
Que rima com enternecer...
Com ligeiro estremecer
De sensual prazer.
Lava-nos a alma.
Estenda-nos sua palma.

Somos tão pequenos,
Mediante seu enlevo...
Espelha-nos!
Espalha-nos!
Envolva-nos,
Dissolva-nos!

Fica mais um pouco.
Levanta-nos o toldo
Da arrogância,
Da dissonância,
Com o seu poder
De enaltecer o viver.

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