sábado, 24 de abril de 2010

Estação de Passagem





É outono! Está certo!
Deixe seus apegos caírem,
Para outros sentimentos,
Mais adequados, surgirem;
Brotarem do natural movimento,
De quem caminha reto.
De quem sente real necessidade de evoluir:
De quem não admite seguir por seguir...

Tudo tem um propósito!
Ainda que um tanto obscuro,
Pode até estar oculto...
Mas, existe um fio conduzindo tudo
Que compõe e mantém em encadeamento,
O mundo.
Todo o sonhado entendimento
Está tão próximo...

Não se pode perder tempo com a folha que cai,
Com a ligação que se esvai.
Há tanto para fluir,
Para descobrir
Antes de desaguar
No imponderável mar,
Onde se guardam todos os segredos
Desse, cosmicamente criativo, enredo.

Não desejar reter a água sob a ponte,
Ao contrário, erguer a cabeça,
Já aliviada das contestáveis certezas,
E encarar o horizonte!
Com todas as suas possibilidades,
Com a sua ininterrupta atividade...
Sentir-se parte integrante dessa engrenagem!
Servir-se de passagem:

Um elo entre o céu e a terra,
Uma consciência registradora,
Dessa fábula arrebatadora;
Submeter-se à serra!
Reverenciar a mata e o mar!
Praticar a atenção
E a intuição!
Abusar da sensibilidade
Com humildade!
Nunca se afastar do Amar!

É como sinto a pulsação
Dessa outonal estação!


Esse texto é presente de aniversário para minha amiga
Mariza Guimarães Rocha

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