terça-feira, 13 de abril de 2010

Em Brasas



Quero deixar registrado,
Que, apesar de todos os percalços financeiros,
Não troco a minha experiência,
Nas águas incomparáveis da sensibilidade,
Pela ilusão de uma velhice segura.
Sempre preferi a busca pela altura.
Sempre me interessou a criatividade.
Sempre quis expandida a minha consciência.
Sempre me encantaram os floridos canteiros,
Muito mais, muito mais que os jardins podados.

Orgulho-me de não ser plenamente aceito
Pelo sistema.
Pertenço a outro esquema.
Bate em outro ritmo meu peito.
Tentei só semear carinho,
Ao longo do caminho.
É genuíno meu interesse pela afeição,
Nunca pela posição...
Não, não pago qualquer preço.
Prefiro o espontâneo apreço.

Vivi e ainda vivo na brasa das percepções,
Sempre atento e obediente às sensações...
Às discretas impressões,
A todas as contrações...
A tudo que me arrepie,
A tudo que me conscientize,
Que amplie o entendimento,
Desse magnífico movimento,
Que embala nossa existência,
Desafiando os princípios básicos da ciência.

Senti e ainda sinto inacreditáveis emoções,
Um relicário ainda inédito em canções.
Algo bem próximo do divino,
Magia de sino...
O supremo afeto,
Etéreo teto.
A música primeira,
A essência inteira...
Colo universal,
Absolutamente sensacional!

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