terça-feira, 6 de abril de 2010

Delírio Consciente



Um pouco de febre...
Dado inconteste.
Vontade de mar aberto,
De ter imensidão mais perto,
Com seu perfume inconfundível,
Sua canção interminável e inesquecível...

Sombra de coqueiro,
Espreguiçar por inteiro...
Um novo tempero
Para aguçar o empenho.
A brisa,
Que suaviza...
Abranda,
Branca,
Sintetiza
E convida...

Tenho febre.
Ah! Se o tempo fosse mais célere,
Se ouvisse meu apelo
Dorido,
Comovido!
Se lesse, atentamente, meu roteiro
E me desse seu aval,
Para esse vôo fenomenal,
Redentor,
Resgatador!

Depois de tantos tropeços,
A chance de um recomeço,
Mais que idealizado...
Milimetricamente calculado,
Desenho de alma,
Faz suar a palma,
Que espera a oportunidade
De realizá-lo, com veracidade.

Arremate de uma história,
Que há de ficar na memória.

Ah! Essa febre!
Calor que persegue...
Delira
Inspira,
Arrepia...
Ardentia
Alada,
Azuldourada!

De uma vez por todas,
Por sobre as cercas mouras,
Desperta-me
E me conduza.
Espeta-me
E me induza.
Liberta-me
E me seduza!

Com tudo que está entre,
Com as fibras de seu ventre
Leva-me para sempre.

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