sexta-feira, 26 de março de 2010

Da Maior Relevância




Os primeiros instantes de cada acontecimento,
Detêm o poder do arrebatamento.

Assim o é, com o amanhecer.
Ali está contido
Do dia, o destino.
Através das primeiras movimentações,
Com suas respectivas sensações,
É possível vislumbrar
Os apelos mais caros,
Ocultos nos intervalos...
Nos sulcos,
Nos vultos.

Nos espaços vazios,
Repousam os mais contundentes arrepios!

É assim, com as primeiras notas da canção.
Aquelas, que nem sempre chamam a atenção,
Mas, que abrem caminho ao tema,
Com seu emblema;
À mensagem,
Com seu convite à paisagem;
À melodia,
Já denunciando a harmonia;
Prenunciando a possível sintonia,
Com o enlevo que se anuncia!

Também é assim, com os primeiros versos da poesia,
Que segredam os elementos da alquimia,
As trilhas que serão percorridas,
Pelas palavras escolhidas.
Nesses instantes iniciais,
Perigosamente abissais,
Com possibilidades infinitas,
Provocadoramente irrestritas,
Estão desenhados os argumentos,
Que provocarão os sentimentos.

O que dizer dos primeiros instantes da paixão?
Essa afetiva revolução,
Que a tudo desacata,
Desamarra,
Liberta,
Mas, sempre desconcerta...
A raiz da planta,
Que tratada, encanta...
A força motriz,
Dessa ensandecida matriz!

Os primeiros instantes
Não são, apenas, importantes.
São determinantes,
Preponderantes,
Por demais, relevantes.
Absurdamente impactantes!
Como todo começo,
Quer ser muito bem tratado,
Com delicadeza e cuidado.
Precisa ser encarado com zelo
E muito, muito apreço!


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