quarta-feira, 17 de março de 2010

Bravamente




Vejo pessoas tão desprovidas de recursos,
Que, muito me admira não perderem o rumo...
Encaro esse tipo de sobrevivência,
Uma prova de um tipo específico de resistência.

A do analfabeto,
Do sem-teto,
Do ignorante,
Do suplicante,
Do crédulo,
Do sofrimento perpétuo...

Com absoluta ausência dos fundamentais conhecimentos,
Essas pessoas atravessam os piores tormentos...
Infindáveis,
Incontáveis,
Ininterruptos,
Num padecimento surdo...
Algumas, desastrosamente,
Outras, bravamente.

Há ainda aquelas que passam por tudo com galhardia,
Mergulhadas em simpatia.
Desafiam as estatísticas,
Embaralham as logísticas...
Seguem de cabeça erguida,
Em meio à multidão perdida,
Rumo à dignidade,
Que lhes prometeu a sociedade.
Não têm tempo para sofrer,
Preferem tentar crescer.

Sentem um verdadeiro prazer
Em viver!
Passam quase despercebidas.
São tímidas...
Têm um brilho no olhar,
Uma determinação no andar...
Não se deixam influenciar pela televisão,
Nem por qualquer aleijão...
Têm contato direto,
Com o dono do projeto!
Não querem alarde,
Preferem a brisa fresca da tarde.

Não querem confusão,
Querem, apenas, terminar a própria canção.

Um comentário:

Caca disse...

Vou lembrar dos meus tempos de revolucionário: " quem sabe faz a hora, não espera acontecer." Lindo, meu amigo! Abração. Paz e bem.