terça-feira, 9 de março de 2010

Antes do Salto



O que salva, é a proximidade da mudança.
Há de equilibrar essa balança,
Tanto tempo pendida para as dificuldades,
Finalmente se equilibrará.
A favor das facilidades,
Um pouco, tenderá,
Para compensar perdas e danos,
A coleção brega de desenganos...

Enquanto isso, trilho os últimos passos,
Já esgotados
De tão cansados...
À beira do embaraço!
Sem poder evitá-los,
Tento superá-los,
Com relativa boa vontade
E uma suspeita tranquilidade.

Sempre ouvi que o problema é não se saber o que quer.
Eu, como sempre soube o que quis
E porque quis,
Enfrentei a situação oposta: saber o que se quer,
E ter que esperar,
Pacientemente aguardar,
Pela concretização,
Do que há muito se instalou no coração.

Fui condecorado com novas cicatrizes.
Não deixo raízes.
O meu legado e todo feito
Por mudas de afeto,
Que semeei em todos os tetos,
Que habitaram em meu peito;
Em todas as palmas,
Que toquei com minha alma!

Nada me prende aqui.
Está na hora de subir,
De trocar de problemas,
De conhecer outros sistemas,
De conhecer outro povo,
Quem sabe, de me sentir mais novo...
De chegar mais perto do abismo
E ensaiar o último sorriso...

Antes de se apagarem as luzes do meu palco,
Antes do salto,
Para o mais alto!

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