domingo, 7 de fevereiro de 2010

Alívio




Há momentos, em que o impacto do momento,
É tão atordoante,
Tão desestruturante,
Que não há como esconder o sentimento...

Refiro-me às graves situações,
Que se apresentam como instantâneas prisões,
Particulares ou não,
Que causam emocional devastação...

Perdas inesperadas,
Tragédias não anunciadas,
Acontecimentos que escapam às previsões
E que não possuem soluções.

Colidem frontalmente.
Agridem violentamente,
Com uma fúria desconhecida
E uma agressividade desmedida.

O que nos sobra de imediato,
Para amenizar o estrago,
É o manto
Do indesejável, mas, por vezes, inevitável pranto.

Pôr para fora, em forma de salgada explosão,
Líquida inundação,
Todos os incômodos que estavam guardados,
O ranário inteiro da garganta...
Os espinhos cravados...
O tempo perdido,
O amor não vivido...

Toda a dor, que aproveita o instante e transborda
Levando consigo flancos das bordas...

Chorar!
Para descarregar
E não escorregar.
Para desabafar
E não amargar...
Ampliar o desabafo,
Para aliviar o peito sufocado.
Chorar por tudo,
Que se vê de errado no mundo.

Chorar
Até esgotar...

Chorar
Para poder voltar!

Chorar
Até o sol raiar...

E, novamente, iluminar!

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