domingo, 31 de janeiro de 2010

Sobre os Escombros



Quando o castelo em que se habitava, desaba...
O mais prudente é tentar salvar as asas.

A riqueza interior,
A única verdadeira nobreza!
Aquela inacessível ao exterior,
Responsável por toda leveza...

É o que permanece quando desaba o castelo,
Quando se rompem os equivocados elos.
Mesmo aqueles que nos serviram por algum tempo,
Mas que, agora, perderam o próprio argumento.

Esse momento é aquele em que se reconhece o pesadelo,
Em que se percebe o transtorno do peso,
Que se vinha carregando, sem perceber,
Sem, nem mesmo, em verdade, querer.
Uma distração, talvez, uma ilusão,
Pode conduzir a esse tipo desagradável de situação.
O importante não é detectar como se foi parar ali,
Mas sim, como sair dali.

Para tanto, é preciso estar seguro,
Do que é mais sagrado em seu próprio mundo.
Os dados inegociáveis,
Inalienáveis.
Os que não se pode abrir mão,
Sem perder completamente, o chão.
Os mais íntimos sentimentos,
Os que atravessam a impetuosidade do tempo.

A parte mais alta da consciência,
O núcleo da essência.
A fonte de toda a luminosidade,
Onde reside a tranquilidade,
O nível mais claro de discernimento,
O bom senso,
As legítimas necessidades,
Que permeiam a toda humanidade.

É nessa região,
Que engloba a razão e o coração,
Que se pode acessar a força para resistir;
Para não enlouquecer e desistir,
Por mais feio que seja o quadro,
Do querido castelo, desabado...
É onde se encontra o impulso para abrir as asas
E ir montar, bem longe, a nova casa.

Mais clara,
Bem mais iluminada,
Conscientemente mais adequada.
Alva,
Alta,
Toda branca!
Onde se possa desenhar a giz,
Toda a felicidade que sempre se quis.


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