segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Recado Dado



Era madrugada.
Saí para varanda, para ouvir a chuvarada.
Debrucei-me no canto esquerdo e ali estava a cena,
De uma plenitude obscena...

Um poste de luz aceso na frente da casa
E outro, na esquina transversal, era tudo que iluminava.
No quintal, uma grande goiabeira encostada no telhado da varanda...
E, o incomum, dois cavalos comendo mato...

Eu os pedi emprestados.

Tentavam se proteger sob a árvore e as telhas: abrigo duvidoso,
Para um tempo tão cavernoso...
Agora o inusitado,
Em volta dos cavalos, bailavam impunemente,
Delicadamente,
Mais de uma dúzia de vaga-lumes, tornando o momento encantado.

O jogo de luz e sombra provocado pelo vento
Na copa da goiabeira,
Serviu de iluminação para a coreografia.
Ressaltou o talento
Das pequeninas criaturas,
Que parecem viver em eterna brincadeira,
Numa inquestionável harmonia.
São provas evidentes do poder maior da brandura!

Quero crer, que fui chamado
Para testemunhar o momento e deixá-lo registrado.

O espetáculo - esse sim, merecedor do termo - durou alguns minutos,
Que, obviamente me quedaram mudo.
Instantes absurdos,
De tão plenos,
De tão belos!
Trazendo à frente,
De forma bastante convincente,
A afirmativa de que tudo vai sim, de uma forma ou de outra, dar certo.
Tudo está se encaminhando para o mais correto.
Para o melhor,
Para o bem maior.

Emocionei-me ao extremo...
À oscilação emocional, pus termo.
Agradeci sensibilizado,
Pelo claro recado,
Que me acordou
E me confortou.
Registrei as imagens, os requintes da ousadia,
Para compartilhá-los em poesia.

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