sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quebrando o Muro



A violência está presente em tudo.
Infelizmente é a prova irrefutável,
Plenamente irrevogável,
De que há algo errado no mundo.

Na imprensa falada, escrita,
Em todas as formas de mídia,
Ela está presente,
Impertinente,
Como se não mais fosse possível,
Criar uma obra sensível,
Obter audiência,
Sem, no mínimo uma alusão,
Uma pequena participação,
Da aterradora violência.

Está nas casas,
Inviabilizando as asas.
No seio da família,
Transformando todos em ilhas...
Onde não existe confiança,
Muito menos esperança.
Onde está sempre franzido o rosto,
E a lei é a do olho por olho...
Até os supostamente infantis desenhos animados,
Foram profunda e assustadoramente contaminados.

Ninguém mais se sente plenamente seguro,
Daí o crescimento dos horrendos e particulares muros.
Em múltiplos sentidos,
Todos sem sentido...

Diante do exposto, seria ingenuidade acreditar
Que aos ambientes escolares, ela iria perdoar...
Só que nunca se imaginou,
Que chegaria aos indigestos entalhes a que chegou.
Talvez tenha sido bom,
Para abrirmos a cabeça e mudarmos de tom.
Precisamos irradiar o conceito
De que: violência gera violência,
Tatuar em cada peito,
Impregnar cada consciência.

Talvez caiba à escola, jogar essa semente
Para romper o círculo vicioso,
Horroroso,
A que se submeteu a mente.
Fazer pseudojustiça com as próprias mãos,
É atentar contra o irmão.
Somos sim, todos, farinha do mesmo saco.
Isso é fato consumado,
Provado
E confirmado.

Talvez caiba à escola, mostrar as vantagens do respeito.
O alcance e a profundidade desse conceito.
Esclarecer que quem agride é que é o fraco.
Que, muitas vezes, calar é o maior desacato.
Mostrar enfim, que existe outra possibilidade
De atravessar à vida,
Bem menos sofrida,
Com tranquilidade,
Com simplicidade,
Cultivando amizades.

Talvez caiba à escola, provar ao aluno,
Que não tem que estar contra ele, o mundo.
Que ele pode trair a memória...
Agarrar as rédeas de sua existência,
Ampliando sua consciência,
E mudar, radicalmente, sua história.
É essa a finalidade da educação:
Fecundar com boas sementes, o chão!


Esse texto foi encomendado por Janaína, como encerramento de um trabalho sobre violência escolar, para ser apresentado no curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba.

Nenhum comentário: