segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pela Margem



Palavras de Lupy:
“As pessoas vivem em exaustão umas com as outras”...

Concordo e completo:
Vivem inseguras, trancadas em suas ostras.
A sensação de impunidade geral,
A violência global,
A ridícula atuação do poder judiciário,
O desvio do humano itinerário...
Em todas as novelas, a manipulação
Como principal atração,
A inversão total de valores,
Tudo isso gerou esse circo de horrores.

A tolerância foi esquecida,
Diante da material corrida.
Faz-se de tudo por dinheiro.
Corrompe-se por inteiro.
A ética, em todos os setores,
Com todos os seus valores,
Foi abandonada.
Tomou o seu lugar a ambição desvairada.
A mais torpe das ilusões,
A mais desafinada das canções.

A confiança está hospitalizada
E passa mal.
Foi atropelada pela falta de respeito,
Pelo desconhecimento do que se carrega no peito.
A inveja esburacou a estrada.
A frustração mantém a visão truncada,
As crenças corrompidas,
Deixou a verdadeira fé esquecida.
O sexo raso, ralo,
Mantém a humanidade marcando passo.

Em nome da conveniência,
Falsificam-se amizades,
Transmutam-se as aparências,
Mudam-se os discursos,
Alteram-se os cursos,
Cometem-se barbaridades...
É um jogo de vale tudo,
Insano, absurdo e imundo,
Absurdamente injusto,
Plenamente corrupto.

A intolerância se generalizou,
A agressividade deflorou
A personalidade,
Que explode por qualquer banalidade.
A falta de escrúpulos,
Ergueu um horrendo muro,
Cimentado pela traição,
Que campeia livre pelo chão.
A inconsequência
Tomou o lugar da consciência.

É tanta mentira em toda parte,
Inclusive naquilo que se chama de arte,
Que o ser humano não sabe mais distinguir
Claramente, objetivamente, para onde ir.
Uma pequena fatia da humanidade,
Está realmente, interessada na verdade.
Superou o crônico egoísmo,
Desprezou o capitalismo.
Caminha pela margem,
Já que o rio está infestado de bobagens.

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