sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Outro Tom




Nem sempre vou pelo caminho mais perto.
Tento seguir o que entendo por certo.
Às vezes, me enrolo, um pouco,
Fico quase louco,
Mas, não sei mudar de estrada.
Para mim, a rua tem que estar iluminada.
Sou excessivamente criterioso.
Acho a falta de ética, algo perigoso;
Um bumerangue que pode causar danos
Maiores que os próprios desenganos.

Esse rigor foi-me impingido
Pela austeridade de uma educação,
Calcada nos rigores do leste europeu.
Fato que me deixou consideravelmente inibido.
Enfrento bloqueios interiores para entrar em ação.
Fui criado para um mundo que nunca aconteceu,
Nunca existiu.
Dado que, justificadamente, me confundiu.
Tive que revisar todos os conceitos,
Que habitavam meu peito.

Isso deixou uma insegurança perene, ao fundo
De todo o meu mundo.
Limitou-me,
Intimidou-me.
Esse é o fato determinante, que me leva a optar
Pelo rumo que consigo e não pelo mais adequado.
Cada passo dado é um verdadeiro acontecimento,
Uma vitória gloriosa sobre o acanhamento.
Reconheço a existência de outras posições,
Mas me contento com as soluções,
Que se pareçam comigo,
Com a bagagem do umbigo.

Não tenho qualquer destreza para lidar com a brutalidade,
Que campeia, impunemente, na atualidade.
Não entendo a burocracia.
Tenho profundo repúdio pela hipocrisia,
Pela política dos relacionamentos,
Que mascaram os principais sentimentos.
Desprezo o capitalismo...
Combato, com todas as forças, o egoísmo.
Enojam-me todas as formas existentes de governo.
Penso na humanidade em outros opostos termos.
Acredito estarmos desprezando o que é bom.
Precisamos, urgentemente, trocar de tom.

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