terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ofício Sagrado




O exercício da arte
Tem me levado a descobrir
Os melhores segredos da tarde,
As mais refinadas sensações,
As mais inconcebíveis percepções.

Fato esse, que tem me estimulado a prosseguir,
Dentro dos parâmetros escolhidos por mim,
Numa espécie de sequência alegórica que não tem fim.
É o que mais se adéqua ao meu jeito,
O que me apazigua o peito.

É como se regressasse à primeira praia,
Onde o sol, até hoje, raia...
Como se estivesse à minha espera,
Para revelar os entalhes das esferas,
Que enaltecem o mundo.

Aqueles... que calam mais fundo
E me fazem querer aprimorar
O cantar!
Cobri-lo com o mais aveludado tecido,
Para justificar o impacto nos sentidos.

É como se me saltasse aos olhos,
Como se transbordasse por todos os poros,
A necessidade de adequadamente interpretar,
A sensibilidade que me vem abençoar,
Envolvendo-me num turbilhão!

Argumentando que tudo está a serviço do coração
E que é minha obrigação: escrever!
Para fazer transparecer
Esse dia que vem nascendo,
Essa alquimia que está florescendo...

Finalmente,
Decididamente,
Abusadamente,
Ininterruptamente,
Consistentemente!

Ela só me pede que continue a cantar,
A atuar,
A me disponibilizar
À poesia:
A celestial semente dessa nova sinfonia!

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