quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Convocação: Para um Ano Inesquecível!!




Habita no ar,
Um discreto farfalhar,
Que convida à possibilidade
De tranquilidade.

É questão de acessar
E se deleitar.
Está disponível,
A todo aquele que crê no incrível,
Que vê no invisível,
Que lê no sensível...

Para tanto, é preciso abandonar
A negativa bagagem
Da antiga viagem:
Todos os desalentos,
Os impedimentos...
Todos os constrangimentos,
Os acanhamentos...
É preciso se descontaminar!

As bases anteriores precisam ser removidas.
Estão vencidas.
As premissas precisam ser revistas,
Para se almejar novas conquistas,
Mais sólidas,
Mais cósmicas...
Que sejam plenamente abrangentes,
Convergentes!

Podemos aproveitar a convenção
Da virada do ano,
Para começar a reparar esse engano,
Aliviando o coração
De tudo que sabemos ser destrutivo,
De todos os paliativos...
Esse pode ser o momento
De encarar, definitivamente, os sentimentos.

Analisar o argumento,
Com necessário distanciamento.
Olhar-se no espelho,
Nu em pelo...
Entender o recado do reflexo,
Energizar todos os plexos.
Querer-se melhor...
Chegou a hora de ser maior!

Essa mudança já está se materializando.
As pessoas estão sim, acordando.
Querem preservar o planeta,
Estão dispostas a rever suas certezas.
Há uma corrente querendo se desarmar.
Perceberam que o mais adequado é se irmanar.
É entender que ser cidadão
Implica em dar as mãos.

Convido a todos os amigos
A navegarem comigo,
Nas águas dessa nova ideologia,
Em busca de uma confortável harmonia.
Só depende de nós,
O desatar de todos os nós.
Está em nossas mãos atingir esse objetivo.
Essa revolução é do individual para o coletivo.

Desejo a todos, um ano novo pleno de edificantes realizações,
Repleto das mais construtivas e saborosas sensações.
Que seja um marco na evolução de cada um,
Um a um...

Afinal, somos todos um!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Sexo dos Zumbis





Penso que o corpo humano,
Além de ter lá seus próprios critérios,
Também possui inúmeros mistérios...
Incontáveis,
Insondáveis...
Ocultos por transparentes panos!

O que sabemos sobre o assunto é pouco,
Irresponsavelmente pouco!
Viveríamos muito melhor se soubéssemos mais,
Principalmente, dos percursos emocionais...
Suas causas e consequências,
Suas laudas e saliências...


O impulso sexual é o campeão
Em confusão...
Além de ser o eterno problema da humanidade,
Foi mergulhado em banalidade.
É o assunto mais falado
E o mais manipulado.

O sexo que se vê na atualidade,
Apesar da fama de liberal,
É raso, banal.
Gera inúmeros desvios na personalidade,
Que sonha em se ajustar
E não em se desvendar.

O que vejo hoje na esmagadora maioria,
É uma fálica verborragia,
Que só engana, não satisfaz...
Digo mais:
Ao se fundamentar em aparências,
Desembocou em inconsistências.

Falsifica-se o desejo,
Por temer o próprio contexto,
Que só é liberado na madrugada,
Quando a mente está embriagada
E livre da comum censura,
Que castra qualquer proposta de altura...

Os zumbis de olhos inchados
E dilatados
Vagueiam pela noite, necessitados
De se sentirem saciados,
Em seus desejos inconfessáveis
E suas fantasias inenarráveis.

Ao amanhecer,
É tratar de esquecer
E voltar à vidinha mediocremente sem graça,
Que se enfrenta, meio que de pirraça,
Por faltar coragem
De assumir a própria paisagem.

Ocorre que o sexo é a fonte da vida,
Essa manifestação de criatividade irrestrita.

Não acham uma estúpida pretensão,
Acreditar que se pode mascarar,
Que se pode alterar,
A sua natural configuração,
Apenas para se adequar e ser aceito,
Maculando assim o que se carrega no peito?

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lançamento Oficial da Poetisa Celêdian Assis

Recebi uma maravilhosa homenagem, que me deixou sem palavras...
Quero transformá-la no lançamento oficial da poetisa,
Amiga indispensável:

Celêdian Assis



TRIBUTO À LUZ DO POETA
CLÁUDIO SANTOS


É no começo da virada que sinto
A virada de um começo que conheço
No passo lento, mas firme e consciente
Fortalecendo as suas certezas, fielmente
Na poesia encontrando seu bálsamo
Da natureza que o inspira, lindamente
Do mar, da montanha que vem seu alimento
O sustento da alma bela e o belo falar da mente
Em seu canto privilegiado, do iluminado
Brotam as palavras em versos, naturalmente
Entre sorrisos ou lágrimas insistentes
Emociona-se e emociona-nos grandemente
Doa a calma, doce, prega a esperança
E com a mesma firmeza e lucidez
Grita a injustiça, repreende a insensatez
Com tranquilidade, demonstra confiança
No seu caminhar rumo ao seu alvo maior
É nobre, deseja apenas compartilhar
O positivo, o construtivo, o evolutivo!
Para amenizar os males da humanidade
Sonhando para ela o bem e que seja definitivo
Mostra com zelo a força da união
Sabe que metamorfoseando sempre
Nasce, cresce, morre, renasce e se agiganta
O burguês, o tesoureiro e quem sabe um atleta
Experiências vividas, sonhos, desejos
Nada foi em vão, o ator, o cantor e o poeta
Emergiram de um dom natural e de toda a sofreguidão
Com discernimento fez bela escolha
Pela sensibilidade consagrou-se à simplicidade
Sua meta é buscar para si e para o outro, a harmonia
Não perder de vista a sua espontaneidade
Intencional, deixa escorrer em versos, a chuva, a lama
Com a percepção dos sentidos apurada para a criação
Quem vê maravilhado, o nascer de um dia especial
Na beleza das flores do campo, na magia celestial
Como a um jardineiro, planta, aduba, rega e cuida
Do que lhe é caro na vida, o sabor de sentir emoção
Para deixar aflorar em poesia, a grandeza do coração
Com tanta pureza d’alma que lhe traz a inspiração
Quisera eu enumerar tantas proezas suas com as letras
Sua maestria em reger as palavras, com louvor
Porém diante de tão vasta criação poética, paro
Apenas arremato com toda a minha admiração
E das palavras suas faço o meu compromisso
Sempre serei vigilante, pois você me é muito importante.
Um apelo: sê poeta sempre, continua a encantar
Sê luz como as estrelas, espalhe seu brilho próprio
E principalmente faça-se sempre feliz.

Um beijo com carinho da sua amiga,
Celêdian Assis

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Reflexo

O vermelho cercou o azul, intrometidamente...
Tingiu o olhar de tristeza,
Sabotou a represa.
... Gil transbordou!
A tarde enlutou...
O céu perdeu o ponto, inadvertidamente.

Sua dor era tão sincera...
Exterminá-la,
Esquartejá-la,
Quem me dera!
Ter de volta o sorriso,
No rosto do meu amigo...

Ele perdeu um dos seus pontos de referência,
Um espelho que se partiu,
Um reflexo que se cobriu...
Alguém fundamental na formação da sua essência.
O passado invadiu, violentamente, o presente,
Deixando-o, abatidamente, ausente...

Nunca o tinha vista assim.
Tive ímpetos de transferir seu sofrimento para mim.
Acho que ele já sofreu muito.
Gostaria de poder aliviar esse incômodo do seu mundo.
Fiquei profundamente abalado,
Por vê-lo assim tão apagado...

Ele tem uma sensibilidade tão especial,
Que ele mesmo, a totalidade, desconhece.
Razão pela qual, por vezes, ele se esquece...
É um homem sideral,
Um poeta,
Uma seta!

Quero vê-lo no alto,
Que é seu lugar:
No iluminado palco,
A gargalhar
Da mediocridade
Da atualidade!

domingo, 27 de dezembro de 2009

O Outro é o Outro



Espanta-me constatar
Como as pessoas não são capazes de perceber,
Quando têm uma atitude, para com o outro, inadequada.
Chegam mesmo a magoar,
Em alguns casos até a ofender,
Sem se darem conta da falta perpetrada.

As pessoas estão tão voltadas para o próprio umbigo,
Que falham terrivelmente, até com os amigos.
Por não prestarem atenção,
No ritmo do outro coração.
Assim vão semeando pequenas fissuras em suas relações,
Nas mais indevidas situações.

Julgamos os outros por nós mesmos,
Antiquíssimo erro.
Atribuímos a eles nossos defeitos,
As preferências do nosso peito.
Como se cada um, não tivesse o próprio código.
Esse grave equívoco causa dor, é óbvio.

Cada um tem que ser respeitado exatamente,
Literalmente,
Em suas particularidades,
Em sua sensibilidade...
Cada um sente de um jeito,
Acomoda-se de uma forma em seu leito.

Isso é que torna o mundo tão interessante,
Torna a vida tão empolgante:
A diferença,
A diversidade na construção de cada sentença.
As múltiplas opções de cores,
Toda a gama de sabores.

Dá trabalho tomar conhecimento
Do alheio relicário.
Pode ser necessário alterar o itinerário,
Até porque a maioria não é clara em seus sentimentos.
É preciso ouvir o que não foi dito,
Mas, que no olhar, está escrito...

A humanidade,
Em sua busca tresloucada pela material estabilidade,
Passa por cima, condena, reprime, ignora o particular,
Unicamente em favor do mais fácil, mais rápido, do vulgar.
Gerando uma massa feita de pequenas e grandes mágoas,
Que vai se espalhando ao longo da estrada.

Acho o fim do mundo,
Um desrespeito profundo,
Acreditar que, porque ele é meu amigo, vai entender...
Exatamente em nome da amizade é que é preciso tomar cuidado.
É preciso ter tato,
Para não macular sem perceber.

A intimidade
Cria responsabilidades.
Se a pessoa lhe é importante,
É preciso uma vigilância constante,
Para não desapontar.
Um cuidado extremo para não decepcionar.

sábado, 26 de dezembro de 2009

O Começo da Virada




Tenho notado em meus passos, uma certa firmeza,
Uma relativa destreza,
Uma espécie de inédita determinação,
Que está me fazendo bem ao coração.

Todas as decisões já foram tomadas.
Estou iniciando, discretamente,
Conscientemente,
O processo de virada.
Pode muito bem ser a última loucura,
Mas é um grande passo em direção à altura.

Vou em direção ao mar aberto.
Não tenho atração pelo concreto.
Acho que nem sei mais dirigir nas grandes cidades.
Alterei radicalmente a personalidade.
Era um bom burguês,
De shopping era freguês...

Hoje preciso de mato ao meu redor,
Uma praia de águas claras por perto,
Uma linda montanha pra me proteger, por certo,
E, principalmente muita paz, que é o bem maior.
Não me seduzem as espetaculares construções,
Prefiro acompanhar a mudança das estações.

Mergulhar cada alvorecer que eu puder,
Cada entardecer que eu quiser...
Ouvir o mar bater,
Enquanto se inicia o anoitecer,
Contemplar as estrelas brilhantes,
São necessidades absolutamente relevantes.

Da metrópole, perdi a ambição,
Aquele especial jeito,
De alimentá-la dentro do peito
Encaro-a hoje, como absoluta ilusão,
Com sua velocidade maluca,
E sua violência absurda.

Seria uma vítima em potencial,
Pois abdiquei de todas as defesas,
De todas as capitalistas certezas.
Fui atrás do que me parece essencial
E encontrei junto à natureza,
A consagração do que classifico como pureza.

Sem a qual não sei mais viver.
Sem a qual me é impossível crescer.
É o mar, a motivação para cantar
Está na montanha,
A força tamanha,
Que me impele a decolar

E ir ter com o dia,
Sob as asas da poesia!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Zelo




O que é uma nota sozinha
No teclado da vida?
O que é uma alma sozinha
Na estrada vazia?
O que seria do enredo
Sem o espanto?
O que seria do enlevo
Sem o canto?
O que seria do ritmo
Sem a cadência?
O que seria do signo
Sem a essência?

Tudo se encaminha pra a união.
A sabedoria está na fusão.
Na mais irriquieta mistura,
Onde se reflita a altura,

Com suas chaves
Em forma de claves!

Que se revezam em vigor
E se alternam em calor,
Guiando a existência:
Natural consequencia!

Autentica,
Esplêndida!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Meu Alvo



O meu público alvo
É todo aquele que reconhece o alto.
Não escrevo para agradar a intelectuais.
A minha obra ignora as camadas sociais.

O meu objetivo não é literário,
Não tem essa pretensão.
É libertário!
Quer falar a um só tempo,
No mesmo movimento,
À razão
E ao coração.

A poesia é o veículo que me aconteceu,
Para me recusar ao breu...
Para escapar do gado
E de todo seu enfado.
Para identificar a hipocrisia
E sua dissonante melodia.
Para me manter alerta,
Caminhando em linha semi-reta...

Sinto necessidade de compartilhar
O que vou percebendo no meu caminhar.
Transformo em versos,
O meu relacionamento com o universo.
Prestando atenção
Ao jogo de ação e reação,
A toda e qualquer sensação
E às mensagens emitidas pelo chão.

Questionando-me sempre,
Querendo descobrir o que há entre...
Vou poetizando a subida,
A grande motivação da minha vida.
Tento ser positivo
E o máximo possível construtivo.
Não gosto do paliativo,
Prefiro sempre o definitivo.

Trago comigo,
Hasteada bem alto,
A bandeira da irmandade,
Com o escudo da simplicidade.

Busco a última verdade...
Acredito na regeneração da humanidade,
Através da afeição
E sua inacreditável floração.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Para Sempre



Eu bem que tentei.
Desprendi um esforço sobre-humano.
Muito me humilhei!
Acreditando que estava exercendo a humildade...
Ledo e medonho engano.
Tudo para me engajar,
Para voltar para o continente, para a sociedade.
Até que começou a me faltar o ar...

Meu coração ameaça parar!

Obviamente de nada adiantou.
Minh’alma mais ainda se molestou.
Interpretei papéis que não me sabiam.
Arranjei trabalhos que não me cabiam...
Não consegui dinheiro!
Arranhei-me por inteiro,
A ponto de gritar e adoecer,
A quase enlouquecer!

De tanto chorar!

Contei com a ajuda de pouquíssimos amigos.
Alguns que poderiam me ajudar, negaram-se!
Outros sem perceber o drama, condenaram-me,
Como se eu tivesse perdido os sentidos.
Mas por baixo de tudo,
Segurando meu mundo,
Estava ela,
Observando-me pela janela...

A me esperar!

Hoje, começando a voltar para casa,
Com ferimentos sérios em ambas as asas,
Ela me acolhe em seu seio.
Massageia minhas costas e peito,
Com seu inconfundível jeito.
Deita-me em seu leito,
Dizendo-me baixinho,
Que é meu verdadeiro ninho!

Que nunca irá me abandonar!

Afirma categoricamente
Que, só juntos, somos possíveis.
Que, unidos somos invencíveis,
Já que nos amamos incondicionalmente.
Pertencemo-nos um ao outro.
Temos um só rosto.
A Poesia e eu temos um casamento perfeito.
Aquele a que todo ser humano tem direito.

Em versos minha vida é voar!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Metamorfoseando Sempre




O que penso, o que digo,
O que acredito,
O que prego, o que escrevo,
O que canto,
É o que, no momento, em mim,
Está em alto relevo.
No entanto,
Isso sou eu, atualmente.
Não quer dizer que assim seguirei até o fim.
Revejo meus conceitos, periodicamente.

Já mudei muito, muito mesmo.
Já fui burguês, completamente inserido no capitalismo...
Era tesoureiro da agência central de um grande banco.
Eu tenho que confessar que gostava daquela loucura,
A ponto de fazer parte da sua estrutura,
Para o meu próprio espanto...
Não ouso considerar esse período como um erro,
Mas não contribuiu muito para o meu lirismo...

Está certo que, paralelamente, eu seguia fazendo teatro,
Germinando meu desacato.
Posteriormente comecei a cantar
E a namorar o sonho de voar.
Por isso consegui emergir da ilusão bancária,
Assim que senti na pele, como ela é arbitrária.
Hoje, sou um caiçara assumido,
Um poeta ensandecido.

Fui de um extremo a outro.
Isso se lê no meu rosto.
A vida que tenho agora,
Consagra-se à simplicidade,
À percepção
E a sensibilidade,
Lá atrás, me pareceria uma devastação.
Eu enlouqueceria sem demora.

Como é que eu iria imaginar
Que seria possível viver sem carro?
Numa cidade de 30000 habitantes,
Que só tem um semáforo e, ainda por cima, relutante...
Vivia em academias, tinha a pretensão de atleta.
Hoje tiro o mato do quintal, limpo a casa e ando de bicicleta:
Minha companheira insuperável,
Indispensável.

Tenho menos de um terço da renda que tinha.
Nunca mais fui a um grande shopping passear.
Se pegar um grande trânsito, não sei mais atravessar...
Moro numa rua de terra.
Minha casa é de frente pra serra,
A três quadras da praia,
Onde minha alma se espraia...
Acho que não aguento mais o som alto das boates.
Prefiro o acolhimento das tardes.
Sinto a vida, plenamente minha!

Calça, só em ocasiões indispensáveis,
Aquelas do tipo inegociáveis.
Vivo de bermuda, de chinelo,
Num conforto sem paralelo.
Ternos, gravatas, sapatos... tão distantes,
Quanto desimportantes...
Lamento ter perdido tanto tempo,
Com o capitalista argumento.

Em matéria de crenças,
Alterei radicalmente minhas sentenças.
Troquei tudo que me ensinaram,
Tudo que enganaram
E que, quase, me derrotou,
Pelo que fui descobrindo,
Tateando, intuindo
E que a arte apontou.

A metamorfose é constante
E não obstante,
Coerente,
Apenas o suficiente,
Para me manter consistente,
Vivo,
Atrevido
E poeticamente eloquente.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pedra Angular



Fundamental é gostar!
É o mais seguro,
Que há no mundo.
Principalmente, quando se aprende a respeitar
Os caminhos da benquerença,
Sem digladiar com a sentença,
É a semente mais sagrada!
A única resistente a todas as trovoadas.
Quando bem cuidada,
Deixa a alma alada...

Gostar de si, em primeiro lugar,
- Pedra angular -
Respeitar o interior,
Transparece no exterior.
É a base de tudo,
Que pode alterar o mundo.
Trabalhar a própria evolução,
Demonstra autoafeição.
Não se permitir teleguiado
É prova de quem se quer bem encaminhado.

Gostar do lar,
Onde repousa o respirar,
Onde se reabastece a bateria,
É via única para a harmonia.
É a segurança do porto,
O sorriso no rosto.
O abrigo,
O preciso!
O fundamento do particular,
- Pista para decolar!

Gostar do trabalho,
Não rimá-lo com fardo...
Ser produtivo,
Ser criativo!
Ter a visão expandida,
Mantendo, incondicionalmente,
Permanentemente,
A mão estendida.
Ter a consciência tranquila
Importa mais do que a missão cumprida.

Gostar do chão!
Interessar-se por cada grão.
É supra importante a qualidade
A sinceridade
Dessa relação.
Há de ser clara a comunicação,
Entre o solo e o coração.
Para descobrir os segredos da imensidão.
Reverenciar o planeta,
É uma sólida certeza!

Gostar de todos os reinos,
Sem desprezar os seixos.
Equilibrar-se com os minerais
E suas propriedades excepcionais.
Amenizar-se,
Alimentar-se
Com os vegetais
E suas características essenciais.
Sentir-se plenamente integrado,
Nesse gigantesco fato consumado.

Gostar das pessoas
Todas!
Enxergar a irmandade
Que ultrapassa o conceito de sociedade.
Cuidar do outro como a si próprio.
Abandonar o ópio
Do julgamento.
Incentivar a particularidade
A individualidade
De cada elemento.

Gostar, acima de tudo, de viver
Da vida!
De estar vivo,
No mais amplo sentido.
Ter a sensibilidade estendida
Sobre a dádiva do perceber!
Desintegrar todas as barreiras,
Refestelar-se em brincadeiras...
Manter a leveza
Para desfrutar da incontestável pureza.


Esse texto é presente de aniversário para minha sobrinha Kátia !

sábado, 19 de dezembro de 2009

Meta



Atualmente, conseguir chegar ao final do dia
Dentro da qualidade de harmonia,
Que me imponho,
Nos moldes que a componho,
É a minha meta maior,
Para um viver melhor.

Manter a postura de sensibilidade
E delicadeza,
Ressalta o mecanismo da pureza
E da simplicidade.
Ingredientes indispensáveis,
Para os resultados mais louváveis.

Atravessar as horas sem tirar os pés do respeito,
Mantendo alta a vibração do peito,
Respirando afeição,
Reverenciando o chão,
Em permanente estado de ebulição,
Propicia a consequente evolução.

Não se deixar, profundamente, abater
Pelo que possa acontecer;
Não pegar carona no alheio sofrimento,
Não perder o interno alinhamento,
Expandir o mais que puder o entendimento,
Para aproveitar ao máximo o momento.

Esses são os procedimentos mais adequados,
Para se manter o equilíbrio tão desejado.
Participação sem esquecimento,
Colaboração sem envolvimento,
São atitudes prudentes,
Dentro do atual quadro demente...

Tudo isso, sem perder a espontaneidade:
Preservando a própria humanidade.
Olhando no olho do irmão...!
Mantendo incondicionalmente estendida, a mão,
Eis a chave da prisão,
Decretada pela ambição...

Que mantém o homem cativo,
Passivo,
Escravizado,
Perturbado,
Refém,
Sem conseguir enxergar além,

Do invisível muro,
Que empobrece o mundo!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cavaleiros da Ousadia II




Ignoramos a mediocridade.
Somos avessos à brutalidade.
Defendemos os direitos da humanidade.
Nossos deveres reportam-se à eternidade.

Preservamos as crianças,
Cultivamos esperanças!
Nossos rios correm para o céu.
Em nosso suor encontram-se indícios de mel!

Exigimos o fim de toda palhaçada vestida de guerra.
Somos adoradores do planeta Terra.

Somos poderosos.
Gostamos da luz.
Temos boas intenções.
Só queremos boas sensações.
Somos generosos.
O Amor é o que nos traduz.

Somos a soma da diferença
E a diferença da soma...

Não encontramos fundamento no cinismo.
Preferimos mesmo, de verdade, o lirismo...
Não nos assusta o abismo,
Mas, a falta de sentido...

Resistimos o quanto podemos ao sofrimento.
Interessa-nos muito mais o conhecimento.
Somos melodiosos,
Um pouco manhosos...

Estamos abrindo caminho para a subida.
Confeccionamos enfeites com pinhas...
Somos deliciosamente amalucados,
Abençoadamente inspirados...

Reconhecemos na pureza,
A verdadeira nobreza!
Desafiamos a maioria das certezas.
Estão escancaradas as nossas represas...

Queremos o desaparecimento de todos os dissabores.
Estamos descongestionados para os novos odores.
Defendemos a queda efetiva de todos os muros.
Queremos ar puro!

É nossa intenção expandir,
Unir,
Fundir,
Incluir,
Sorrir!

Não somos muito modestos.
Escreveremos até todos estarem despertos,
Caminhando direto
Ao que sobrou: o certo!


Esse texto foi inspirado em Arlete Canário

Dedico-o a todos os escritores do recanto
E de todos os cantos!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Maravilhado!




O dia irrompeu diferente.
Apesar de quente,
Estava agradável.
Pairava um bem estar palpável.

A harmonia exibia seus particulares desenhos.
Sobre tudo, pairava um certo empenho...

Uma determinação muda,
Uma vontade astuta,

Que os sonhos bons se materializem,
Os melhores desejos se concretizem...

Uma espécie de positividade,
Ostentando cumplicidade!

Um motim invisível para o bem,
Um estímulo explícito vindo do além...

O céu indiscreto, cor de maravilha,
Juntou ao continente, minha ilha.

A vida se manifestava intensamente,
Porém tranquilamente,
Como quem sabe a letra toda do seu hino
E está confiantemente confortável, junto a seu destino.

Estava claro que nascia um dia especial,
Carregado da mais pura magia celestial.

Flores do campo na subida,
Uma exuberância incontida!

Do alto de minha insignificância,
Emocionei-me com tamanha elegância...
Quanta simplicidade,
Num magnífico exercício de criatividade!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Luzes, Câmera...Ação!!













Chegou a hora de arregaçar as mangas.
De abandonar as manhas,
E partir para a ação,
Antes que seja tarde para o coração.

Preciso criar o impulso,
Para pular esse muro.
Será preciso não perder o foco,
Que é desfrutar da Bahia, o colo.
Ter sempre na cabeça a imagem daquele mar...
Imaginar-me convincentemente naquele lugar,
Sentindo-me perfeitamente adaptado,
Com o peito completamente relaxado.

Falta resolver algumas pendências,
Preencher algumas ausências,
Livrar-me de toda essa insuportável sequência
E suas desgastadas consequências.
Já que vou recomeçar do zero,
Ser bem melhor, é o que quero.
Ser mais confiante, menos temeroso,
Mais sossegado, bem menos ansioso.

Tenho que trazer à tona, o lado marrento.
Aquele que passa rindo pelo próprio sofrimento.
Aquele que sabe exatamente o seu valor
E valoriza o seu calor...
Que não se desgasta, aprende.
Que engata e não se rende.
Aquele que sabe o que lhe é certo,
Mesmo quando não está caminhando reto.

Aquele que não se humilha,
E tem orgulho de ser uma ilha...
Ensolarada,
Repleta de companhias encantadas,
De habitantes inusitados,
Todos inspirados,
Devotos ardorosos do bom viver,
Fanáticos pelo alvorecer!

Falta pouco para tudo isso acontecer,
Para eu me desprender
Do peso do passado.
Levarei apenas o que me quis alado...
As passagens mais importantes,
As lembranças edificantes.
Aqui, a poesia estendeu-me a palma
E eu depositei minha alma.

Acontecimento que me trouxe a salvação...
Minha completa absolvição,
Minha tão suada redenção,
A melodia perfeita para minha canção!
.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Liberto




Sou absolutamente fascinado, pela luz!
Nela reconheço minha essência,
Minha mais espontânea cadência...
A escuridão não me seduz.
E olhem que já a observei bem de perto...
Chegando a conclusão que isso não pode estar certo.
Por certo, quero dizer algo que propicie evolução,
Que nos aproxime intimamente da imensidão.

As trevas são repetitivas,
Sempre extremamente apelativas...
Acho muito chato aquele dramalhão todo,
A cara de perigoso no rosto...
Aquelas tolas manipulações,
As maquiavélicas traições...
O estúpido enaltecimento da dor,
O abominável culto ao horror...

A mim, dizem nada!
Enxergo uma ultrapassada barca furada...
Penso em: falta de originalidade,
Problemas sérios com a criatividade...
Uma perda de tempo,
Diante de um medíocre argumento,
Que já se mostrou um bom tirano,
Extremamente distante do ideal humano.

Sejamos francos!
Até hoje vivemos aos trancos,
Porque desperdiçamos nossa preciosa energia,
Com bobagens infantis,
Que só nos trazem mais e mais ardis.
Estamos nos deixando levar pela covardia!
Estamos usando um baralho marcado,
Não há como obter um bom resultado.

Já, sob a luminosidade,
A maior certeza,
É o poder majoritário da beleza...
A vida se espreguiça em tranquilidade!
A sensibilidade, confortavelmente, se amplia.
A criatividade, liberta, rodopia!
As cores se acendem,
Os pensamentos ascendem...

A diversão fica por conta de se estar vivo,
No mais abrangente sentido...
Desfrutando do prazer indescritível,
De se ter certeza do incrível...
Com o peito escancaradamente aberto,
Espontaneamente desperto,
Ineditamente liberto,
Como é o certo!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Viabilidade



A vida,
Através da sensibilidade,
É que é Vida!

A maior das conquistas,
Eternidade!
O melhor ponto de vista.

É o tempero,
A textura do esmero...

Dado fundamental,
Para uma visão sideral!

É o que faz a onda quebrar
E, magistralmente, se espraiar...

A opulência das terras,
A fluência das serras...

A manjedoura da arte,
A paixão que arde...

É o instrumento de viabilização
Da verdadeira realização!

A sensibilidade é maior que qualquer sentimento.
É o que permite o embasamento...

Aliada ao conhecimento,
O ideal casamento!

A ponte para o futuro,
Por cima do muro...

Passa pelo seu ventre a evolução,
A tão sonhada redenção...

Seu poder é transparente,
Universalmente abrangente!

O maior carinho que se pode oferecer à existência,
É a estrada para a excelência...

É o que incita o homem a procurar,
A criar,
A se dar,
A cantar,
A edificar,
A poetar,
A gostar...

Mais que tudo isso
- O precipício –

A Amar!

E amando, a voar...


Esse texto é presente de aniversário para meu sobrinho – Cássio Leandro Luhmann

domingo, 13 de dezembro de 2009

Lá na Ponta


Estenda sobre si o manto azul da tranquilidade.
Abafe toda forma de animosidade.
Relaxe:
Permita o encaixe.
Não se debata,
Rebata!
Mande às favas, todas as mágoas,
Banhe-se em perfumadas águas.

Você é tão preciosa.
Permita-se mais cor de rosa...
Deixe que eles todos se lasquem,
Os abacaxis são deles, pois que os descasquem...
O barco do desamor naufragou
E você, bem ou mal, se salvou...
Não se entregue.
É alto o que você persegue.

Não sossegue,
Nem se apegue...
Deixe fluir
O seu talento natural para construir.
Já desponta,
Bem lá na ponta
Do horizonte,
Atrás do monte,
O equilíbrio da sua balança,
A sua bonança!

Acredite no seu direito inalienável,
Absolutamente incontestável,
À felicidade.
Invista na suavidade,
Dê folga à severidade,
Aposte na criatividade.
Despreze as fórmulas prontas,
São ineficazes e deixem a mente tonta.
O seu caminho jamais será o comum.
Investigue os sentimentos, um a um...

Procure outros ângulos,
Afinal, são tantos...
Escolha o mais confortável,
Mesmo que não seja o mais recomendável.
Invista na sua diferença,
Enriqueça sua sentença...
Não entregue os pontos,
Escreva seus próprios contos.
Não permita que escolham por você, os finais,
Projete de próprio punho os seus vitrais.

Releve a mediocridade,
Cuide sim, da sua luminosidade.
Você é muito mais.
Tem a senha dos temporais...
Encontre em você um lugar,
Para profundamente respirar.
Quando você sofre,
Algo terrível ocorre:
O céu entristece,
O sol desaparece...

Vamos, faça um favor para esse dia:
Sorria!


Para minha amiga Janaína!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Liberte-se!



Às vezes, é preciso ir além das aparências,
Para se descobrir a essência,
A sutileza,
A pureza,

A verdadeira beleza!

O momento atual é inegavelmente conturbado.
Impossível, em algum momento, não se sentir abalado,
Desorientado,
Até um pouco revoltado...

Essa contrariedade traz consequências,
Que se manifestam,
Que se materializam,
De acordo com o nível de consciência.
Uns dramatizam...!
Outros somatizam,
Dependendo do impacto interno,
Sobre o percalço externo.
Cada um reage de um jeito.
Alguns até desabam no leito,
Completamente arrasados,
Destroçados.

Há ainda os que cansados da luta
Abusam da fuga,
Estragam-se,
Enfeiam-se,
Tentando chamar atenção,
Para a particular situação;
Para a desorientadora frustração,
Que os aterroriza o coração.
Outros desenvolvem, quase sem querer,
Sem, realmente pretender,
Uma insuportável carência,
Que margeia a demência.

Submetem-se à pior das prisões.
Entregam-se,
Escravizam-se
Às piores, às mais baixas emoções.
Tornam-se absurdamente,
Intoleravelmente,
Dependentes dos parceiros.
Fazem deles seus particulares cativeiros.
Inviabilizando qualquer tipo de relacionamento.
Tornando a vida a dois, um tormento.
Culpam o universo por seus infortúnios,
Sem reconhecerem os seus evidentes distúrbios.

O que todos os casos têm em comum,
É que não se conhecem de jeito algum...
Buscam fora, a resposta que está dentro.
Nunca tiveram coragem,
De fazer a imprescindível viagem,
Ao seu núcleo, ao seu próprio centro.
A única salvação, a única solução,
Para qualquer tipo de aflição,
Está no sincero desenvolvimento,
Do milagroso Autoconhecimento!
O resto é paliativo,
Que pode até ser destrutivo.

A viagem ao interior
Reacende qualquer ardor.
Não tem contra-indicação.
É a chave para todo tipo de prisão...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Serpente Angel



Vamos colocar assim:
Se a intensidade se idealizasse como mulher,
Ela seria a escolhida
Por unanimidade por todas as torcidas...
Nesse quesito ela é unanimidade.
Tem gosto de raridade.
Na cadência inconfundível de seus versos,
Apresentados por vezes, como perversos,
Outras tantas como um conforto,
Antônimo de todos os confrontos,
Espalham-se recados particulares do universo.

Quero ressaltar aqui a luminosidade
Por trás da turbulência...
É absolutamente clara a essência,
Assim como a impetuosidade.
Que mulher corajosa!
Que riqueza maravilhosa.
Alma irrequieta, atenta, inconformada,
Revolucionária, encantada...
Em temporal disfarçada,
De tão delicada...

Menina de trança
Reparte comigo sua esperança...
Mulher guerreira,
Vem comigo pras trincheiras
Putrefatas do estabelecido.
Desfraldemos o esquecido:
O bom do bem,
O ir além...
Exploremos o fundo de cada emoção
Grão a grão...

Ser você, estou certo que deva ser bastante complicado.
Um ser agigantado...
Uma fúria em desenvolvimento,
Sedenta por conhecimento,
Desprovida de acanhamentos,
Fertilizada nos mais fortes sentimentos.
Uma sede de vida...
Desimpedida,
Ligeiramente atrevida,
Autoconcebida.

Bela,

Paralela,

Inacessível,

Incrível,

Imensa!

Intensa,

Intensa,

Intensamente Alta!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Jardineiro



Depois que você pega o hábito de zelar
Pelo interior jardim,
Isso se torna um prazer sem fim,
Difícil de comparar ou igualar...

Revirar o solo da alma com a pá da sinceridade,
Adubar a terra com sensibilidade,
Plantar sementes de poesia,
Aguar com harmonia...

Esperar brotar,
Com o incentivo da luz solar,
Cada galho um verso,
Um universo impresso...

Incrementar com arte,
Aquela específica, que lhe cabe,
Música adequada,
Inspirando a passarada...

Respirar profundamente,
Expulsando o lixo da mente,
Dar boas risadas,
Das próprias trapalhadas...

Fazer questão absoluta,
Da companhia da alegria.
Ela corrige a postura
E atrai empatia...

Quando o botão aparecer,
Anunciando o florescer,
É chegado o momento de escrever,
Para, finalmente oferecer...

Compartilhar a dádiva,
Com as palmas ávidas...
Com quem se interessar,
Por esse sincero despertar...

Repleto de contravenções,
De contradições,
De contrações,
De convulsões...

Com todas as suas conclusões
E suas claras boas intenções.
Mas, repleto de inacreditáveis sensações,
De inesquecíveis emoções!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Intencional



Algo a se comemorar:
Consigo identificar
A poesia,
Até mesmo na noite chuvosa e escura,
Com sua capa soturna;
Nos desenhos criativos da lama escorregadia;
Nos farsantes,
Tanto quanto nos elegantes...

Não, que eu não veja o outro lado,
Mas prefiro na visão poética da nova era,
Muito mais feliz, que austera,
Permanecer concentrado.
A essa altura já não tenho outra opção,
A não ser embarcar nessa permanente exclamação!

É um prazer tão consistente,
Tão envolvente...
...Um elástico de seda que atira para cima...
...Lá nos domínios da rima...
Basta deixar-se levar
E permitir a sensibilidade captar...

Apresenta-se um novo entendimento dos códigos;
Ficam mais fáceis, lógicos...
Um quebra cabeça que se soluciona,
A indiscutível verdade que se posiciona.
Uma canção que enleva,
Que pega pela mão... e leva...!

Sem dúvida, uma viagem cheia de surpresas,
Cheia de surpreendentes riquezas,
Que estavam à frente o tempo todo,
Encobertas apenas, pelo condicionamento tosco.
Proporciona todos os sintomas de uma volta ao lar.
Uma sensação realmente boa de navegar.

Radicalmente oposta à dos jornais.
Está mais para deslocamentos mentais,
Jornadas celestiais,
Arrepios sensacionais...
O verbo no infinitivo,
Um pulsar superlativo.

Tudo escorrendo para o escrever...
... O materializar do perceber,
Para compartilhar
E, se possível, emocionar
Com sensibilidade
E simplicidade.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Juntos, ao Incerto!



É bem verdade, que tenho me esforçado,
Para ser atencioso e delicado,
Porque é assim, penso eu, que se tem que ser.
É assim que se consegue qualidade para o viver.

Em paz com todos,
Respeitando a todos!
Essa fórmula que não tem como dar errado,
É certo e seguro, o seu bom resultado.

Mas, a quantidade de carinho que eu tenho recebido,
A qualidade da afeição que eu tenho sentido,
É de arrepiar...
É de profundamente emocionar...

Em todos os fatos,
Por todos os lados,
O que chega a mim,
É um bem sem fim.

Precisei chegar à maturidade,
Para assimilar com espontaneidade,
Que é minha a obrigação de oferecer primeiro.
De tomar à iniciativa de me entregar por inteiro.

Com cada um,
Um a um,
Todos os dias,
Dia a dia.

Confesso que é uma tarefa tremendamente prazerosa.
A alma se expande, sentindo-se generosa.
É muito bom estar disposto a ouvir o outro,
Ajudar a fazer voltar o sorriso ao rosto.

O retorno, ou mesmo, o resultado,
Além de ser imediato,
É um sentimento de realização, inesquecível.
Prova que fazer a diferença,
Além de obrigação
De cada cidadão,
É possível.

Talvez, seja por aí, o caminho para um melhor futuro,
Sem a absurda necessidade dos castradores muros.
Com as pessoas se ajudando,
Com as mãos se entrelaçando,
De peito aberto,
Todas misturadas,
Irmanadas,
Caminhando juntas... pelo incerto!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Inconsciente Coletivo



O conceito de justiça é assustadoramente ilusório.
Tenho a impressão que se originou num mental purgatório...

Não temos todos os dados,
Desconhecemos as verdadeiras raízes dos fatos.
Não sabemos a configuração exata,
Que desaguou em determinado acontecimento.
Baseamo-nos numa moral falsa,
Volúvel, volátil, deteriorada, manipulada...
Esquecemos que é de vidro o nosso telhado,
Por absoluta falta de autoconhecimento.
Temos como prova, nosso nada glorioso passado...
Flutuamos numa estreita balsa,
Sem velas,
Às cegas...
Desconfiando do outro,
Classificando como louco,
Todo aquele que ousa ser diferente
Da estranha passividade de toda a gente...

É arbitrário todo julgamento humano,
Exatamente por ser humano...

Quando afirmamos desejar que a justiça seja feita,
Num caso de crime grave, por exemplo,
Provamos que nossa ignorância merece um templo...
Porque o crime em si é a explosão de algo profundo,
Que foi gerado por todo um conjunto
De contribuições,
Emanadas por nossas próprias emoções.
Tudo contribui com a violência vigente,
Ao sermos, sistematicamente, intransigentes,
Preconceituosos,
Desmedidamente ambiciosos,
Assumidamente passionais,
Parcialmente racionais...

Em algum grau todos somos vingativos,
Alguns passivos, outros ativos,
Mas, pelo menos em pensamento,
Todos abusamos dos julgamentos.
Intimamente condenamos sem dó, nem piedade,
Aplicamos penas com espantosa severidade.
É o famigerado olho por olho,
Que coloca a nossa frágil humanidade de molho...
Como se condenar,
Fosse uma forma de aliviar.
Prender alguém,
Não vai trazer de volta o nosso bem.
É uma espécie de vaidade,
Que impera em nossa sociedade.

Nos relacionamentos afetivos,
Os equívocos são abusivos.
Ao se sentir traído o indivíduo escorrega para a maldição,
Emporcalhando o coração,
Com todo tipo de pragas,
Que nada são, além de profundas valas...
Quer ver o outro destruído,
Em tristeza, miseravelmente consumido,
Ardendo no fogo do inferno
E nós observando, de camarote, num impecável terno...

No trabalho também, o nosso comportamento não é exemplar.
É certo que todos queremos prosperar,
Mas, francamente, levamos isso ao extremo,
Incorrendo em desastrosos erros,
Como se para subir fosse imprescindível descer
Às masmorras da ética, para sobreviver...
Vale tudo por dinheiro,
Incluindo, sujar-se por inteiro.
Prejudicar,
Trapacear,
Iludir,
Mentir...
Sugar,
Espionar,
Explorar,
Deflorar...

Todos esses comportamentos são responsáveis,
Pelos momentos instáveis,
Vergonhosamente obscuros, que vivemos
E, os porquês, não entendemos.
Vai para a massa mental do planeta tudo que pensamos,
Tudo que sentimos, tudo que desejamos.
Onde permanece armazenado a espera de oportunidade...
Alguém que se ofereça como ponte para a realidade,
Para esse lixo materializar-se,
Concretizar-se.

Enquanto não entendermos que estamos TODOS interligados,
Somos todos irmanados,
Viveremos na ilusão de uma individualidade,
Que beira à irresponsabilidade.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Primeiro Passo




Quando você pensa que não há mais onde apertar,
Aparece mais uma dificuldade...
Mais uma contrariedade,
Para não lhe deixar amolecer,
Nem esquecer,
Que é chegada a hora de mudar.

Por alguns instantes, passou pela minha mente
A ideia da possibilidade de aqui continuar.
Mas foram apenas alguns momentos,
Que foram militarmente deportados,
Por novos aborrecimentos,
Estrategicamente colocados.
Tenho tendência a me acomodar
E, a me apegar!

Entendo que as coisas tenham piorado,
Para não me deixar mesmo, outra opção,
A não ser procurar outro chão,
Onde eu viva mais despreocupado,
Sem essa insegurança financeira,
Capaz de fazer rolar qualquer um, pela ribanceira.
Estou nas fronteiras da dignidade,
Sem direito a alguma amenidade...

Em minha cabeça, está tudo resolvido,
Até o solo – Itacaré na Bahia - já foi escolhido.
Mas está faltando dar o primeiro passo,
Que está um pouco emperrado.
Resolvido esse problema,
Está todo montado o esquema.
Mentalmente, já pensei em quase tudo,
Escolhi as cores para o meu novo mundo.

Sei, exatamente, o que não posso repetir,
Sei, também, por onde não ir.
Quero oportunidade para colocar em prática,
Tudo o que sonha minha alma ávida.
Os caminhos são todos inclusivos
E, espero sinceramente, definitivos.
Paraty, com suas ilusões, obrigou-me a amadurecer
De uma forma, que me é impossível retroceder.

As lições aqui aprendidas,
A duras penas impingidas,
Mudaram completamente o meu rumo.
Aqui conheci outro mundo.
Obrigou-me a algumas escolhas,
Colocou outras na encolha.
Não ficou pedra sobre pedra,
Sob o olhar atento da serra.

Mas, aqui, assumi a poesia...
Em muitos momentos minha única galhardia.
Por isso serei eternamente agradecido.
É algo que me deixa sempre comovido.
Escrever tomou uma proporção,
Além da minha imaginação.
Uma autêntica redenção,
Com ares de consagração.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Alerta



Não se esqueça minha senhora: é preciso dar para receber!
O tipo de economia que lhe apraz,
Só vai lhe levar para trás.
Será que é tão difícil assim perceber
Que o seu reinado, defendido tão convulsivamente,
Quanto precariamente,
Pela sua confusão emocional,
É apenas um exercício de conveniência,
Disfarçado de teatral?
O seu comportamento flerta com a demência.

A senhora não consegue perceber quando sobra...
Já passou da hora de faxinar as suas dobras...
Lembre-se: tem-se de volta o que se lança.
Está ligeiramente descompensada sua balança.
A ilusão em que vive,
Feita de sombras, é muito triste.
E o pior é que a senhora não se toca,
Do mal estar que provoca,
Quando invade um ambiente,
Com seu sorriso entre dentes...

De seu casamento, só sobrou a carcaça,
Que a senhora corrói e embaça,
Impondo a sua presença de forma militar,
Impedindo o seu “amado” de respirar...
A sua insegurança é algo tão doentio,
Que lhe faz constantemente, perder o brio.
A sua inconsistente agressividade,
Rima perfeitamente com calamidade.
Que coisa feia,
O veneno da sua teia...

Bastava à senhora, deixar-se amadurecer,
Para conseguir entender
Que a vida não é como imaginou...
Que o seu barquinho de papel naufragou...
Que não basta apenas querer...
É preciso ser
Para merecer
E florescer...
Seus ideais absurdamente materialistas,
Não podem se enquadrar como conquistas...

O seu ego desmedido
Nublou-lhe completamente a visão.
Furtou-lhe o sentido.
Afastou-lhe da razão.
Contaminou sua cria,
Que perambula à sua frente,
Completamente perdida,
Numa coreografia incoerente...
O seu marido vegeta
E a senhora ainda não percebeu o alerta!

Não precisava ser assim.
Temo pelo seu fim...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Incomparável


Se as pessoas soubessem como é bom desfrutar da harmonia,
Desbancariam por completo, o culto à adrenalina...

A super valorização da ação,
Levou a quase totalidade da mundial população,
A se viciar nesse engano,
Que mantém bem seguro, tudo que está por trás dos panos...
Como se a vida,
Para ser, realmente, bem vivida,
Necessitasse obrigatoriamente,
De um turbilhão constante, para se sentir viva.
Esse dado nos é impingido, reforçado, cotidianamente,
Por todos os meios de comunicação de forma maciça.

Quase não sobra espaço,
Para qualquer outro tipo de entendimento,
A imposição desse culto,
Tanto no universo infantil, quanto no adulto,
Acaba, quase sempre, nos vencendo pelo cansaço.
De repente, nos deparamos sentindo falta,
Da tal “adrenalina alta”,
Como se, positivamente, não houvesse,
Como se à existência, não coubesse
Outra forma de acabamento!

Também já pensei assim.
Hoje é outro o conceito que tenho em mim.
Prefiro a emoção máxima só proporcionada pela harmonia
E sua incomparável melodia...
Atualmente, estar harmonioso,
É a grande ousadia,
A verdadeira rebeldia,
É bater de frente com o que se apresenta como vitorioso.
É desbancar todas as formas de violência.
É explorar cinematograficamente... a consciência.

Quando se está em solo da harmonia,
É instantânea a alegria...
Tudo reflete um sentido
E precisa ser ouvido...
A transformação é tão empolgante,
Que não é possível permanecer relutante.
O sabor do bom é o ápice da satisfação
Expoente máximo da realização!
É uma espécie de ascensão,
Culminando em celebração!

É o fim do tédio,
O mais recomendado de todos os remédios.
Tem ares de conto de fada...
Custa nada!
Sente-se abrangentemente protegido,
Por se estar literalmente inserido...
É uma rebelião,
Contra a convenção.
Tem gosto de ninho,
Um inacreditável carinho...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Feito Colméia




Parece que as coisas começaram a andar.
Não estou certo, se na direção esperada.
Não estou bem seguro se era essa a estrada.
De qualquer forma, é sempre bom caminhar...

Não gosto de ficar parado, esperando...
Tenho uma mente muito fértil, muito criativa,
Que pede constantemente por iniciativas.
É-me complicado permanecer aguardando...

Normalmente acabo escorregando
E desandando.

Por isso o alívio com esses primeiros movimentos,
Esses incendiários acontecimentos...
Tenho comigo que a vida sempre supera a imaginação,
Coloca no chinelo, até a mais espetacular ficção.

Assim tem sido esse início,
Forrado de novos indícios...
Ainda não lhes posso afirmar
Como se dará o desenrolar.

Tenho alguns palpites,
Mas as surpresas,
Ultrapassam todos os limites...
Viram todas as mesas...
Deixam a gente com cara de bobo,
Ou rodopiando feito um louco...

Dessa vez, eu semeei sementes diferentes,
Bem mais abrangentes.
Mais ambiciosas,
Ligeiramente pretensiosas...
Um pouco mais ousado, o salto.
Um vôo bem mais alto...

Elaborei uma mudança radical,
Submeti à vontade celestial,
Em pouco tempo saberei a resposta,
Ou intuirei uma contra-proposta.
Estou saindo de um momento bastante complicado.
Agora pretendo aplicar o aprendizado.

Estou repleto de novas idéias,
Que fervilham feito colméia...
Quero extrair meu melhor mel
Quero bem claro o meu céu.
Quero submergir em afeição,
Para aproveitar bem cada estação.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vem, Vem Comigo!



Há muito tempo que, discretamente, venho lhe observando,
Como se minha seduzida percepção,
Necessitasse de confirmação.
Há muito, venho me encantando
Com seu jeito único.
Foi um arrebatamento súbito.

Fui enfeitiçado pela sua presença,
Pelas suas crenças,
Pela sua voz,
Que enlouquece simultaneamente,
Instantaneamente,
Todos os meus preservados nós.

Quero você à sós.

Fico imaginando a textura da sua pele,
Vou acariciá-la, aprende-la, senti-la de leve...
Bem devagar,
Numa coreografia delicada,
Mas intensa, abusada,
Até sentirmos um pouco de falta de ar.

Posso passar a mão pelos seus cabelos?
Pretendo lhe proporcionar algum enlevo.
Quero você fora do chão.
O que lhe proponho é uma espécie de consagração
Ao carinho que lhe ofereço,
Ao meu desejo que é intenso.

Quero lhe garantir relativa segurança...

Uma festejada bonança!
De minha parte, a entrega será total,
Sem descambar para o irracional.
Tenho simpatia pelo excepcional,
Pelo suprasensorial!!!

Venha comigo conhecer a sensualidade das almas,
Que escorre de minhas palmas.


Esse tema foi sugerido por minha amiga Edméia.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Regresso


Voltando ao meu mundo,
Percebo como ele é abençoadamente profundo.
Sua base é segura,
Pois a matéria prima vem da altura.
Às vezes, fico um pouco tonto,
Mas não entrego os pontos...

Por mais que me desespere,
Que a decepção impere,
Acabo voltando ao equilíbrio,
Recuperando o brio.
Só sei viver em alegria,
São solares minhas fibras.

Não posso me sentar no sofrimento.
Deixo-me levar pelo movimento.
Lamento, reclamo, blasfemo, choro sem parar
Para me esgotar
E, rapidamente voltar
Ao caminhar.

Não me aceito parado,
Semi-destroçado.
Naveguei muito tempo em águas magoadas
Atualmente vou com a enxurrada
Em sua determinação marítima,
Sem dar ouvidos às críticas.

Tenho a meu favor,
O precioso conhecimento do meu calor.
Sei exatamente porque ardo,
Não carrego mais os tenebrosos fardos.
Libertei-me inteiramente do passado
Para nunca mais ser manipulado.

Minha bagagem atual é leve.
Entendo que a vida é breve
E se quer bem vivida,
Merecidamente enaltecida!
Não há tempo para melodramas
Melhor mesmo é entender a trama.

Respeito sua soberana vontade,
Sua irrequieta criatividade...
Não discuto.
Assumo
E sigo escrevendo
O que vou entendendo.

Aprendi que ela sempre tem razão,
Ainda que se apresente em forma de desilusão.
Sigo com ela,
Apreciando a paisagem da janela...
Tenho em mim, a sensibilidade
E o benefício da sua claridade.

É tranquila minha consciência,
Segura a aderência.
Reconheço o enorme poder
Existente na vontade de crescer,
De evoluir,
Para adequadamente contribuir.

Não posso parar
A não ser para, momentaneamente, descansar.
Confio no universal destino,
Escrito nos estelares hinos.
Não há como me capturar.
A poesia me faz decolar

E voar,

Voar...

Amar!

Voar e amar...

Amar para voar...

...Voar até amar!