segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sublime Sentido



Há tanto tempo chovia,
Que minha pele enverdecia...

Tantas preocupações,
Tantas precauções...
Sem sol a vida fica esquisita.
O simples se complica...
A alma entristece,
A energia desce.
Fico incomodado,
Um tanto inconformado.

Com o seu retorno,
Arredondaram-se os contornos.
Fui pra rede,
Amenizar a sede
De sua presença,
Onipotentemente intensa...
Que aquece
E arrefece!

A luz solar,
Quando inunda o ar,
É como se a vida se acendesse
E, instantaneamente, enriquecesse;
Brotasse de algum vale escondido,
Explodindo em todos os meus sentidos,
Com seu incomensurável poder
De enaltecer.

O sol é em si, um enaltecimento.
Do universo, o mais eloquente argumento.
Sua existência é um elogio à vida.
Sua permanência eleva o dia,
Todas as possibilidades,
Multiplica a beleza,
Descortina a pureza...
Induz à sensibilidade.

Seu poder altera tudo,
Veste o mundo,
Num ritual maternal,
O ápice matinal...
Convite à celebração,
À devastadora constatação,
De que muito pouco é preciso,
Para se deixar enlevar pelo sublime sentido.

Basta,... livrar-se do juízo!

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