quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Irremediável




Sou um sobrevivente, com sequelas.
Nem por isso, existe grade em minhas janelas.

Tento tomar cuidado,
Para não ser machucado.
Mas, ainda assim,
Algo em mim,
Mantém-me aberto,
Quer-me desperto.

Notem que não foi por falta de apanhar,
Nem de me decepcionar.
Sofri todos, todos, todos os tipos de traições.
Fui extorquido em múltiplas situações.
Todos os sonhos, eu os vi naufragar.
Mas, como por milagre, voltaram a brotar
Repaginados,
Alguns até, oitavados.

Por isso, não me escravizo ao rancor.
Não me apraz o seu sabor.
Também não abuso do perdão.
Deixo as consequências com a imensidão.
Convivo em paz com todos,
Sempre prestando atenção aos rostos.
Não frequento suas casas,
Mas estou sempre pronto para socorrer suas barras.

Gostaria de mais compartilhar,
Mas reconheço que é um pouco esquisito o meu lar.
Não desperta muito interesse,
Ninguém sabe da minha sede.
Também reconheço,
Que, a nada, obedeço...
A não ser ao que me parece certo, no momento.
Tenho evitado os premeditados julgamentos.

Culpo a ninguém, pela forma como vivo.
Apenas, respeito integralmente o que sinto.
O que me faz ser o que sou.
O que em mim, aflorou
De forma irrevogável,
Claramente incontestável,
- A minha máxima, a minha guia -
Que é: Viver em Poesia!

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