sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Concentração







 Para o vôo, o pássaro instintivamente se prepara.
Sua força, agora, não se compara...

Depois, de na montanha se refugiar,
Para trocar as penas e se renovar,
Olha para o mar do alto
E sonha com o salto!

Tem consciência que pode ser o último.
Seu ímpeto é único!

Não há pressa. Esmera-se,
Concentra-se.

Voar é seu castelo!
Esse, há de ser o mais belo...

O perfeito!

É o que exige o seu peito.

Aprendeu a suportar a espera.
De seu ninho aprecia a primavera,
Absorvendo tudo,
Respirando fundo.

Seu pulmão expandido
Delira com o momento preciso,
Exato,
Para o definitivo desacato.

Sabe que não pode escorregar.
Para tanto, continua a se iluminar.

Derrubou todas as tábuas,
Lacrimejou toooodas as mágoas...

Ao invés de perdão,
Optou por distribuir
Sabiamente,
Incondicionalmente:

Afeição!

É a sua fórmula para construir...

A tempestade começa a se afastar.
Um dia lindo há de raiar.

Ouviu todos os conselhos da paciência,
Metamorfoseou completamente a consistência.
Sufocou o interno sabotador,
Fonte de sua imensa e antiga dor.

Como sempre foi adepto da pureza,
Optou pela leveza!

Aprimorou seu canto,
Aveludando-o como um acalanto.

Por dentro, arde em brasas...
Anseia pelo instante de testar suas asas.

A terra não lhe pertence.
É o que lhe avisa a mente.

O céu é o seu destino!

Voar é seu hino!

Muito mais que sagrado,
Milimetricamente idealizado,

Em poesia

Ventre de sua alegoria.

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