segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Insisto



Minha vida está parecendo o brasileirão:
Tudo embolado...
Como no campeonato,
Os dados embaralharam-se
Misturaram-se,
Já não sei mais qual vai vingar,
Aonde tudo isso vai dar...

Nem palpite, eu arrisco.
No meu sonho de Bahia, eu insisto.
Continuo querendo, para lá, ir-me embora,
Sem demora...
Mas confesso que as coisas se complicaram,
Para não variar, todos os meus planos, furaram.
Estou agarrado à esperança,
Para equilibrar, um pouco, essa balança.

Já sei que, como sempre, não será como o imaginado,
Milimetricamente projetado.
Entretanto, ainda acredito que é o que precisa ser.
Vai ter que acontecer.
Aqui, como está, não dá para ficar.
Recuso-me a nessa toadinha continuar.
Quero espaço
Para ampliar meu abraço.

Exijo o direito de recomeçar,
Quero zerar.
Trago comigo as melhores intenções,
Oitavei minhas sensações.
Preciso de oportunidade
Para desdobrar minhas possibilidades;
A intensidade
Da criatividade!

Nessa cidade estou encolhido,
Com o entusiasmo tolhido.
É constrangedor o que tenho sofrido.
É gigantesco o que tenho percebido...
Aprendi demais mesmo.
Já paguei por todos os erros.
Está na hora de voar
E o mar aberto encontrar.

domingo, 29 de novembro de 2009

Mais Uma



Ainda havia mais uma lambada,
Mais uma chibatada...

Mais um alarme falso
Ecoou insuportavelmente alto.
Eu acreditei
E me empenhei.
Mais uma vez me desapontei.
Estrondosamente me decepcionei.

Caí de um arranha-céu
Numa poça enorme de fel.
Estatelei-me cinematograficamente
E o pior, conscientemente.
Cheguei a sentir certo alívio,
Imaginando ser o fim de todos os suplícios...

Novamente, a minha história contrariou
Alguns princípios básicos esotéricos.
Provocando-me um desgaste homérico.
O complicado novamente se apresentou,
Desabonando a máxima “querer é poder”.
Conjuguei novamente o verbo perder...

O tal pensamento positivo também falhou.
O sol, simplesmente, não raiou.

Entretanto como sou pós-graduado em sobrevivência
Aqui estou recolhendo os cacos com paciência...
O impacto arrancou da cebola, mais uma camada.
Sinto que minha mente deu uma arrancada...
Uma força nova despontou
E me ancorou.

Apesar de estar longe da conquista,
Não me sinto a deriva.

É verdade que não tenho a menor ideia
Do que me espera,
Do tom da quimera.
Recolhi-me à particular colméia,
Reino absoluto do afeto,
Onde o céu é o teto.

Executei algumas mudanças,
Para aplicar na próxima bonança.

Ela será inesquecível,
Acima do concebível...

É o que me diz o coração.
É o que leio em cada grão,

Do cósmico chão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Etérea Inundação




Normalmente acontece quando ouço uma canção,
Ou quando canto,
Ou, ainda, quando escrevo,
Meu melhor relevo:

Invade-me uma certeza,
Escancarada em beleza,
De que tudo vai dar certo,
De que a história da humanidade,
Vai atingir seu pensamento mais correto,
Repleto de humildade,
Pleno de sensibilidade,
E, o principal, consciente da irmandade!

Confesso que é algo recomendável de se sentir.
Simplesmente, porque é espetacular!
É um interno raiar,
Que transborda atrevidamente para o exterior,
Higienizando o milenar bolor.
O bem é tamanho, que só se pensa em sorrir...
Em presenciar,
Em estar...!

As cores são impensáveis!
As emanações são estáveis.
É um prazer, um bem-estar,
Que se apodera temporariamente do ar.
A partir de então, não dá pra ser o mesmo.
Nem em incorrer em antigo erro.
É uma estrada que se abre
Onde se tem certeza de que se cabe.

Poesia disseminada no ambiente:
Plena, absoluta, radiante!
O chão
Vira nuvem de algodão.
A mais ingênua brincadeira de criança,
A mais plácida esperança,
A melhor sensação,
A mais iluminada emoção!!!

Ele & Ela




Ele a olha a certa distância,
Num misto de cobiça e reverência...
Com paciência,
Controla a sua ânsia,
De conquistá-la,
De domá-la,
De tê-la para si,
Bem ali.

Talvez, seja a luz, que dela vem
Ou, quem sabe, o feitiço que ela tem
É que o deixa hipnotizado,
Ali, estagnado,
Esperando o momento adequado,
Em que ele decidido e desvairado,
Possa sentir sua textura,
Saltando sobre sua altura.

Ela, quando o vê, faz cara de paisagem...
Finge que aprecia despreocupadamente, a aragem.
Entretanto, sua superfície o deseja ardentemente.
Há tempos ela sonha com ele, passivamente.
Ela permite que ele se aqueça,
Por alguns momentos, abandone e se esqueça...
No ardor de sua afetividade,
No calor de sua luminosidade!

Quando o gato, finalmente, salta para a janela,
Azul e amarela,
Algo fantástico acontece,
A razão arrefece...
Ela cresce
E ele enobrece!
Uma união,
Que estampa a perfeição.

Uma imagem eloquente,
Delicada,
Quente,
Arte súbita,
Única,
Absolutamente encantada,
Um convite à sensibilidade,
Um exemplo de simplicidade!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

De Doer




Existem algumas verdades,
Que por sua intensidade,
Não dá nem para serem discutidas,
De tão precisas.

Aquelas em quem qualquer debate escorrega para a verborragia
Fútil, inútil, inócua...vazia!
Tem que mastigar e digerir.
Não dá para fugir,
Embora em alguns casos,
Sejam tão caros os vasos quebrados,
Que dá vontade de ignorá-las,
De reinterpretá-las...
Entretanto, não há como negociar,
Nem argumentar.

A mais forte delas é:
Quem ama não abandona!
É de perder o pé, não é?
De cair da poltrona.

Mas amigos, ela não nos deixa alternativa,
A não ser tentar aceitá-la, de forma positiva.
Apesar de a indústria cinematográfica afirmar o contrário,
Com seu pensamento capitalista e primário,
Onde o amor é trocado por um bom emprego,
O mais executado exemplo;
Sejamos sinceros:
Quando realmente se está vivendo um grande amor,
Em toda sua loucura e esplendor,
Ninguém abandona para ganhar mais dinheiro,
Pois o lugar natural do amor é o primeiro.

Há que se lembrar que as pessoas confundem amor com paixão.
É fácil diferenciar: paixão é devastação,
Amor é construção,
Resolvida a equação!
Em outros casos acontece uma espécie de dependência física, sexual,
Que, por sua chama descomunal,
É possível se confundir
E, com isso, se iludir.

Quem ama e é amado, sabe que esse tipo de relacionamento,
Ápice do refinamento do sentimento,
Totalmente livre de preconceito, entrega total,
Excitação artesanal...
Comunhão,
Fusão,
Cumplicidade,
Respeito e amizade,
Não se troca, não se barganha, nem se negocia,
Apenas se agradece, cultiva e reverencia.

Dedico esse texto à minha amiga SMQUINTA

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dar as Mãos



Tocar a mão de alguém,
É de uma grandiosidade,
Tem um simbolismo tão eloquente,
É um gesto tão quente...
Uma discreta intimidade
E vai além...

É com a mão que se toca o mundo.
Isso tem um significado profundo.
Determina o tipo de relação que vai se desenvolver
Com o que foi tocado.
Um toque sincero deve promover
Uma boa resposta, um bom resultado.

Através da mão circula a energia.
Porta de entrada e saída.
Instrumento a serviço da percepção,
Da ação,
Da comunicação,
Da emoção.

A mão faz carinho.
Ergue ninho.
Aguenta,
Alimenta,
Limpa, carrega, segura, aquece, salva...
Registra a história em sua palma.

Portanto, quando se toca, de alguém, a mão
É preciso prestar muita atenção:
Entra-se em contato com a identidade,
Não é uma mera formalidade.
É mais que uma apresentação,
É uma introdução
A um universo particular.
É mais do que entrar em um lar.
Todos os códigos ali estão:
Na temperatura
Na textura,
No tamanho, nas linhas, na pegada.
A personalidade está ali manifestada.
E o melhor: a mão não mente.
Ela irradia exatamente o que se sente.

Tocar a mão de alguém é tocar sua história,
Toda sua memória.
Um gesto rico e delicado,
Que merece ser explorado,
Minuciosamente estudado
E profundamente respeitado.

Dar as mãos
É um golpe fatal na solidão.
Não tem contraindicação.
É uma indescritível satisfação,
Comove a imensidão,
É a salvação!

Toque o mundo com delicadeza,
Ele retornará em gentilezas!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cortina Desbotada



A sensação de carência faz a gente acumular...
E se acumula de tudo.
Todo tipo de bobagem que há no mundo.
É como se o próprio fosse acabar.

Ela habita a primeira camada do ser,
A mais exposta, a mais mascarada,
Que, pelo estabelecido, já foi contaminada.
Para dissolvê-la é preciso mergulhar no viver!

Junta-se roupa, objetos, mantimentos,
Embolorados sentimentos,
Nocivos comportamentos,
Neuróticos pensamentos...
Ultrapassados discursos,
Complicados percursos,
Perigosas rotinas,
Desbotadas cortinas...

É um tipo ineficaz de compensação.
É se iludir com a ilusão!
É enfeitar o porão...

Normalmente, o carente vive em função da própria carência,
Como um viciado,
Que se sente preso, encarcerado,
Vítima da suposta fragilidade na consistência.
Então, ele parte para o compensar...
Acreditando que o ato de guardar,
Vai afastar,
Ou aliviar,
O incômodo da solidão.
A qual, ele jura, está minando seu chão.

Assíduo de todas as redes sociais,
Amontoa desconhecidos,
Para provar a si próprio,
Seu particular ópio,
Que é bem popular e conhecido...
Pelo menos nas salas virtuais...

Obviamente, com ninguém tem intimidade,
Até porque, falsifica sua personalidade,
Ou, então, cai no oposto,
Escancarando publicamente o seu desgosto.

O fato
É que o carente não percebe,
Não concebe,
O quanto é chato!

Carência, todos sentimos em algum momento.
Isso não é um constrangimento.
O problema é permanecer nela,
Tendo à sua frente, aberta, a imensa janela,
Que dá para o quintal do autoconhecimento,
Onde é automático o reabastecimento...

É no interior,
Que se sacia a carência gerada no exterior.
Está no conhecimento mais profundo,
A certeza de que nunca estamos sozinhos no mundo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Cores & Paixões



Assim como não existe estrada sem sabor,
Inexiste paixão sem cor.
São espontâneas
E simultâneas.

As cores brilham mais sobre a égide da paixão.
Ganham nova textura e dimensão.
Reinventam-se impunemente, sem qualquer aviso,
Como quem não tem um pingo de juízo.

Fazem combinações arrojadas,
Coreografias artisticamente elaboradas,
Que reagem a cada novo sentimento,
Dentro de cada momento.

Transformam-se em tapete mágico,
Em um instante ávido,
Quando os amantes se encontram
E, para um infinito das possibilidades, apontam.

Ao som de uma melodia invisível,
Ultrapassam os limites do possível,
Rumo ao céu mais estrelado,
Só audível aos apaixonados.

Aos que se soltaram,
Aos que saltaram
Aos que se integraram,
Aos que se entregaram...

Aos que romperam com o estabelecido
E mergulharam no desconhecido,
Onde a única realidade,
É a afetividade.

Espaço onde a lei é a afeição
E o carinho encontra, finalmente,
Definitivamente,
A sua sagrada conotação.

sábado, 21 de novembro de 2009

Convicto



Minha busca, na verdade, não é a de um lugar específico,
É a de um estado de espírito...
Quero viver bem,
Ser bastante útil e, ir além...
Quero que o enlevo
Seja uma constante no enredo.
Quero poder proporcionar,
Um melhor respirar...
Mais profundo,
Capaz de ajustar o mundo.

Pretendo passar adiante os passos da nova dança,
Transmitir segurança.
Facilitar o trabalho da mente,
No processo de dissecação
Da ilusão.
Quero selecionar o mais adequado,
Que puder existir no celestial mercado,
Para toda a gente!
Quero acender a fagulha da evolução
Em cada coração!

Não luto contra o mal,
Porque ele não existe...
O que persiste,
É a ignorância colossal
Que faz sombra
E assombra,
A uma parte considerável da população,
Que divide na Terra o mesmo chão.
Mestres da corrupção,
Senhores da ambição!

É trabalho de formiguinha
É passarinho apagando incêndio florestal,
Mas com água da primeira mina,
Toda composta com a matéria prima essencial.
Logo acordarão os elefantes,
Com suas trombas gigantes,
Para auxiliar na tarefa
De trocar, na mente humana, a meta!
Quero ser a seta apontando para o Norte,
Para que cada cidadão possa redirecionar sua sorte.

Minhas pretensões são coletivas,
Intuitivas.
Têm base na ciência do espaço,
A tal que crê fielmente no poder do abraço.
A que vê no planeta, um grande ninho,
A ser mantido rigidamente, pela ditadura do carinho,
Da simplicidade,
Da irmandade,
Do afeto explícito,
Do amor incondicional e convicto!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Concentração







 Para o vôo, o pássaro instintivamente se prepara.
Sua força, agora, não se compara...

Depois, de na montanha se refugiar,
Para trocar as penas e se renovar,
Olha para o mar do alto
E sonha com o salto!

Tem consciência que pode ser o último.
Seu ímpeto é único!

Não há pressa. Esmera-se,
Concentra-se.

Voar é seu castelo!
Esse, há de ser o mais belo...

O perfeito!

É o que exige o seu peito.

Aprendeu a suportar a espera.
De seu ninho aprecia a primavera,
Absorvendo tudo,
Respirando fundo.

Seu pulmão expandido
Delira com o momento preciso,
Exato,
Para o definitivo desacato.

Sabe que não pode escorregar.
Para tanto, continua a se iluminar.

Derrubou todas as tábuas,
Lacrimejou toooodas as mágoas...

Ao invés de perdão,
Optou por distribuir
Sabiamente,
Incondicionalmente:

Afeição!

É a sua fórmula para construir...

A tempestade começa a se afastar.
Um dia lindo há de raiar.

Ouviu todos os conselhos da paciência,
Metamorfoseou completamente a consistência.
Sufocou o interno sabotador,
Fonte de sua imensa e antiga dor.

Como sempre foi adepto da pureza,
Optou pela leveza!

Aprimorou seu canto,
Aveludando-o como um acalanto.

Por dentro, arde em brasas...
Anseia pelo instante de testar suas asas.

A terra não lhe pertence.
É o que lhe avisa a mente.

O céu é o seu destino!

Voar é seu hino!

Muito mais que sagrado,
Milimetricamente idealizado,

Em poesia

Ventre de sua alegoria.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Basta de Rótulos



A necessidade milenar
De cadastrar,
De rotular,
De enquadrar...
Já castrou muito por demais,
Já limitou muito por demais.

A Era de Aquarius prega a valorização da individualidade,
Não como manifestação egoísta.
Propõe a inclusão através da diferença.
Esse estimulante ponto de vista,
Há de alterar o andamento da sentença,
Que está sendo escrita pela humanidade.

É o fim do modelo predeterminado,
Preestabelecido,
Já, totalmente, apodrecido...
O adeus à vida de gado,
À falsa moralidade,
À hipocrisia conduzindo a sociedade,
À mentira,
Semente da ira...

Cada um tem que ter o direito de desenvolver,
De crescer,
Sendo o que é,
Independente de sua fé,
De sua cultura,
De sua altura,
De sua largura,
De sua gastura...

Todos temos informações únicas.
Não tenho quaisquer dúvidas...
Todos precisam de espaço,
Para abrirem os braços.
Precisam de oportunidade,
Para desenvolverem a sensibilidade.
É um direito de todo ser humano,
Saber o que se escondeu atrás do pano.

A atual sociedade está longe desses parâmetros inegociáveis.
Absolutamente indispensáveis.
Elementos sem os quais não é possível prosseguir,
Sem destruir.
Para construir,
É necessário propiciar o contribuir.
A adição
É a melhor forma de evolução.

Ajudar um ser
A florescer,
É um delicado envolver...
É um prazer,
Difícil de descrever.
Altera todo o perceber.
Impulsiona o crescer,
É luz do alvorecer!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Libido




Seu corpo, quando o vejo,
Discretamente, estremeço...
Involuntariamente enrijeço,
Altero o ensejo.
De longe, cortejo
E me esqueço.

Por sorte, você não percebe
O poder que exerce sobre mim.
Melhor assim!
O que em mim acontece
É uma sensual sofreguidão.
Muito mais que uma simples atração...
É um arrebatamento,
Um espacial lançamento!

Acompanho seus movimentos.
Todos eles alteram meus batimentos.
Sua imagem...
É-me uma perigosa miragem,
Cercada de nuvens misteriosas,
De melodias audaciosas.
Queria acariciar suas costas.
Ali repousam algumas respostas.

É-me impossível ignorar.
Em você, sonho desaguar,
Delicadamente,
Vigorosamente!
Você sabe que corre perigo.
Qualquer dia desses libero os instintos
E numa decisiva investida,
Invado impunemente sua vida.

Quero descobrir seu cheiro.
Quero que você me acolha por inteiro.
Já conheço seu passo,
Imploro por seu regaço.
Quero alisar seus cabelos, juro!
Quero ficar mudo...
Apenas constatando seus hormônios em pânico,
Enquanto eu, desbravador, paro o trânsito!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Para Celêdian




Eu sei que você teve enormes dificuldades,
Diria mesmo, uma boa carga de contrariedades,
Nesse último ano.
Uma série de desenganos,
Típicos da atualidade,
Macularam o seu equilíbrio,
A sua emocional estabilidade.

Mas, minha amiga, tenho a mais absoluta certeza,
Que você vai concluir a volta por cima, com destreza.
Confio e aposto na sua força, na sua rara integridade,
Tão escassa hoje em dia,
Mas que vem com a marca da nova harmonia,
Que há de cobrir toda a humanidade.

Confie em sua essência,
Deixe-se levar pela natural cadência
Dos acontecimentos,
Para terminar de superar qualquer aborrecimento.
O segredo está em não reter a água sob a ponte.
É levantar a cabeça e encarar o horizonte.

As sementes que você plantou,
Que, com esmero aguou,
Certamente germinarão,
Florescerão
Nada há a temer.
Continue a ser...

A sua luminosidade,
Que, generosamente, se espalha pela cidade,
Não vai passar despercebida
É valiosa demais,
Preciosa como os roseirais,
Para ser magoada ou tingida.

Estou ao seu lado por tempo indeterminado,
Confortavelmente instalado...
Tenho-lhe um apreço incomensurável,
Uma admiração incontestável,
Portanto, desejo-lhe o melhor
Do maior.

Quero que sua vida seja sempre beneficiada,
Pelos poderes do afeto.
Quero transcendência para o seu teto.
Quero sua alma sempre apaixonada
Pelo grande da vida,
Pela suprema conquista,

Pelo primeiro ardor:
O Amor!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sublime Sentido



Há tanto tempo chovia,
Que minha pele enverdecia...

Tantas preocupações,
Tantas precauções...
Sem sol a vida fica esquisita.
O simples se complica...
A alma entristece,
A energia desce.
Fico incomodado,
Um tanto inconformado.

Com o seu retorno,
Arredondaram-se os contornos.
Fui pra rede,
Amenizar a sede
De sua presença,
Onipotentemente intensa...
Que aquece
E arrefece!

A luz solar,
Quando inunda o ar,
É como se a vida se acendesse
E, instantaneamente, enriquecesse;
Brotasse de algum vale escondido,
Explodindo em todos os meus sentidos,
Com seu incomensurável poder
De enaltecer.

O sol é em si, um enaltecimento.
Do universo, o mais eloquente argumento.
Sua existência é um elogio à vida.
Sua permanência eleva o dia,
Todas as possibilidades,
Multiplica a beleza,
Descortina a pureza...
Induz à sensibilidade.

Seu poder altera tudo,
Veste o mundo,
Num ritual maternal,
O ápice matinal...
Convite à celebração,
À devastadora constatação,
De que muito pouco é preciso,
Para se deixar enlevar pelo sublime sentido.

Basta,... livrar-se do juízo!

domingo, 15 de novembro de 2009

Ainda



Se o coração ainda bate,

É sinal, que não é tarde...
Ainda há tempo suficiente,
Para trabalhar a mente
E abandonar o ordinário...
Ainda dá para alterar o itinerário
E dar uma guinada...
Desfrutar de uma manhã ensolarada,
Dá para remover a barricada...
Depor as armas,
Remover as faltas,
Reconhecer as fadas...!

Ainda há tempo pra levantar a cabeça
Peneirar as certezas...
Distribuir as riquezas,
Baixar todas as defesas...
Ainda dá pra abdicar da política,
Mastigar e engolir todas as críticas...
Dá pra ser leve,
Porque a vida é, inegavelmente, muito breve...
Dá pra submergir em tolerância,
Pôr pra fora toda a insustentável arrogância...
Ainda é possível,
Ser bem mais sensível,
Para alçar outro nível
E se aproximar do incrível...

Enquanto o coração bater

E o sol nascer,
Respire profundamente.
Olhe para a sua vida e tente
Fazer dela um belo desenho.
Abuse do empenho
Em se abrir...
Em, com o bem geral, contribuir.
Lembre-se que você é parte do universo,
Ainda que você queira ignorar,
Desse fato não será possível se furtar...
Entenda o segredo que reside no sexo.
Nada é tão complexo.
Todas as chaves estão em seus plexos.

Queira se dar,
Permita se entregar...
Seja maior,
Para açambarcar o melhor!

A forma ideal de ser alguém
De entender o que há além,

É viver bem!

sábado, 14 de novembro de 2009

Alucinado




Estou aprendendo, a só comigo, ser exigente.
É só de mim que posso cobrar...
É, em mim, que tenho que apostar.

Sou eu que decido meus passos.
Sou eu que teço meus laços.
Sou o dono do meu mundo!

Mas só do meu mundo...
Nada posso impor a alguém.
Vou mais além:

Ninguém tem obrigação, se quer, de me ouvir,
Quanto mais, de me seguir...

A minha crença,
Ou indiferença,
É só minha!
A outro pode parecer
O fim da linha!
Demorei muito, para esse dado entender.
Com certeza, isso muito alimentou o meu sofrer,
Posto que sempre quis ajudar o alheio crescer.

Vem do menino o complexo de super-herói,
Que ainda me corrói.
Desde criança, quis mudar o mundo.
Esse sulco é bem profundo.
Para tanto persegui muitas religiões,
Colecionei decepções,
Falsas concepções,
Precárias construções...

Sempre me importei com o outro,
Com a tristeza no rosto...
A alguns, ajudei,
A outros, atrapalhei...

Agora, nas cercanias da maturidade,
Flertando com a tranquilidade,
Percebo o quanto foi longe, minha fantasia!
Difícil para outra pessoa aceitar,
Ou, pior ainda, assimilar
Essa utopia.

Também não há como, para mim, retroceder ou voltar...
O jeito é continuar
Caminhando.
Em todos os tempos conjugando
O verbo respeitar...
Para ser respeitado
E continuar... alucinado!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Devaneios Poderosos




Até a poucos anos atrás eu era crédulo.
Agora, após completar meio século,
Descubro-me bem mais pé no chão,
Bem mais consciente da ilusão,
Da magnífica fantasia,
Que reside em minha melodia.

Aprendi a reconhecê-la e tratá-la como tal.
Sem qualquer esperança de desaguar na vida real.
Mas, me proporcionando subsídios suficientes,
Para me manter consciente.

Os meus esteios
Disfarçam-se de devaneios.
Vem deles, ao mesmo tempo, o brilho
E o risco...
O corte,
E o norte!
Passaporte para a altura,
Camuflado em loucura.

Em minha fantasia, os fatos não se complicam.
Os reinos, amplamente, se comunicam.
O todo é para todos,
Não para poucos...
Os enganos esquecem-se,
Os irmãos reconhecem-se!
Não há mentira.
Sente-se até uma inofensiva preguiça...

Não há competição,
Apenas, uma espontânea comunhão.
A ignorância foi transmutada,
A agressividade superada.
O ar, perfumado,
O oceano, reverenciado!
As cordilheiras são referência,
Para a harmoniosa cadência,

Que flui desimpedida,
Valorizando cada instante da vida!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aguardando a Mudança

















Mais um esforço,
Para passar esse momento,
Sem deixar transparecer muito no rosto.
Há de ser por pouco tempo.
Já sinto a próxima mudança chegando.

Tenho que me manter calmo, aguardando,
Mantendo os projetos, como pano de fundo.
Um respirar profundo...
Muita determinação,
Parcimônia na ação.
Detalhes que devem produzir o esperado resultado.
Passar por tudo, sem me sentir tão contrariado.

O coração já não é mais o mesmo.
Não posso repetir esse tão grande erro.
Preciso me controlar,
Para continuar a garimpar
Encontros mais frequentes, com a felicidade,
Regados à simplicidade.

Preciso de fôlego para esticar o arco,
Para reformar o barco,
Antes de partir,
Para continuar a evoluir,
Sem me abater pelos percalços,
Ou pelos incautos...

Já que vou recomeçar,
No pulmão, quero um novo ar.
Preciso me livrar de apêndices antigos,
Que se tornaram abusadamente cansativos.

Através dessa faxina interna,
Uma revolução concreta,
Estou me repaginando.
Em novos pontos de vista, apostando.

Trabalhando algumas deficiências,
Que emergiram na consciência,
Vou aprimorando os traços,
Para mais largos passos.

Minha vida assemelha-se ao mar aberto,
Por certo,
Com toda sua imprevisibilidade
E contínua sensualidade!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ah! Eu Gosto!



Quem não gostaria de estar apaixonado nesse momento,
Levante a mão!

É interessante constatar como a paixão encanta,
Feito onda que se agiganta,
Revolve a terra,
Não deixa pedra sobre pedra.

Pode causar irreparáveis danos,
Pode até ser um terrível engano.
Mas como recusá-la?
Como evitá-la?

Talvez, seja sua envolvente melodia,
Que altera todo o acabamento do dia.
Talvez, seja seu aroma,
Que já levou muita gente ao coma...
Talvez, seja sua sensualidade,
Com toda a sua fatalidade...

É fato que ela vicia,
De tanto prazer que propicia.
É fato que ela enlouquece,
Com toda sua força, arrefece...
Mas também é fato que ela sensibiliza,
Como numa noite quente, uma suave brisa.

Como é bom dormir pensando em alguém...
... Abraçando alguém...
Acordar
E, rapidamente procurar
O bem-querer...
É um transcender!

Uma das melhores coisas da vida.
Suaviza enormemente a subida.
Faz-nos querer evoluir,
Para melhor contribuir,
Com a felicidade, com a satisfação,
De quem ocupa o nosso coração.

A paixão deixa-nos mais pulsantes, mais vivos,
Em múltiplos sentidos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Milagre Instantâneo



São tão raros os momentos em que a mente se cala...
Parece que se abre, momentaneamente, uma vala.

Naquele instante,
Timidamente relutante,
Há uma sensação tão rara,
Que, quando acontece, é motivo de farra.

Tem-se a impressão
Que há algo errado com o chão.
É uma surpresa,
Que derruba qualquer certeza.

Um vácuo, totalmente preenchido,
Com o desconhecido...
Com o que não se tem referência,
Nem se conhece a cadência.

Essa é uma aventura individual,
Em nada convencional.
Uma espécie de vertigem,
Encomendada pela origem...

Pela nascente
De todos os poentes...
Aquele lugar sem leis,
Nem reis!

Só luminescências,
Pontos luminosos de existência...

Magia absoluta,

Absurdamente justa...

Rente,

Passa por entre,

Consistente,

Açambarca a todo ser vivente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perdoe-me o Susto




A você que eu assustei,
Que quase desandei,
Mas acabei pondo de volta no caminho,
Obrigado por me lembrar
Por, convincentemente, enfatizar
As vantagens de permanecer sozinho.

Sei que foi um abuso,
Que está em desuso,
Alguém chegar com uma proposta tão clara
Tão desavergonhadamente cara,
Daquele tipo que só se faz quando se conhece bem
E, mesmo assim, só quando se quer muito bem.

Nós tínhamos falado tão pouco,
Então eu chego e com a simplicidade,
Com a inequívoca autenticidade,
De um poeta louco,
De quem nada tem a perder...
E lhe estendo a mão para você crescer...

Se o convite tivesse sido para se esquecer...
Para sua consciência escurecer,
Aposto que você já teria aceitado
Já estaria nele, pendurado...
Mas, como o que lhe propus implica em amadurecimento,
Você preferiu, como sempre, ignorar seu sentimento.

Estou certo que tudo dentro de você flui para mim.
No seu deserto de miragens e ilusões,
De falsificadas sensações,
Eu sou o incontestável jardim.
A ilha iluminada,
A trilha alada!

Não perca!
Não me perca!
Não se perca!
Pode ser criminosa essa perda!
Pense bem!
Segure forte
Minha mão,
Confie na sorte!
Ouça essa pulsação
E venha conhecer o bom do além...!

domingo, 8 de novembro de 2009

Um Casal Brasileiro




Um bom jeito de se conhecer alguém,
É conhecer os seus feitos,
Onde se expõem claramente, os jeitos,
Os traços da personalidade,
Os desenhos da sensibilidade.
O pulso para o embate,
O poder do caráter...

No caso em questão,
No casal em questão,
Isso fica bem claro,
Observando-se o resultado raro,
Que eles obtêm com o seu restaurante,
Simples, claro e extremamente elegante,
Chamado “Tempero Brasileiro”.
Nome muito bem escolhido,
Em múltiplos sentidos,
Pois tem o encanto do nosso povo, por inteiro.

É acolhedor...
Limpíssimo,
Agradabilíssimo,
Dá quase pra tocar, o humano calor...
A comida adequadamente temperada,
Artesanalmente,
Apaixonadamente,
Preparada,
Prova que é possível uma comida saborosa,
Desacompanhada de uma conta pesarosa...

Eles aniversariam no mesmo dia.
Talvez, venha daí a afinada sintonia.

Há bom gosto em tudo,
Do raso ao fundo,
Em cada detalhe aparece a criatividade
Da dupla, que se supera em capacidade,
Em determinação,
Com suor no rosto,
Com muito esforço,
A caminho da plena realização.

Maga e Nilton apresentam uma cumplicidade,
Que vai entrar para a história da cidade.
Eles são irresistíveis,
Pra lá de sensíveis...
São de uma generosidade infinita.
Perto deles,
Sob a proteção deles,
A vida fica mais bonita.

Dá para sonhar com um belo futuro para a humanidade,
Através do exercício da irmandade,
Sob o solo tranquilidade,
Embalada pelo novo som... da felicidade!

sábado, 7 de novembro de 2009

Esquecer-se





Sob o sol,
Abandono o confronto
E me encontro.

Deponho a tristeza,
Recupero alguma leveza.
Relevo o abatimento,
Altero o batimento.
Suavizo a expressão,
Entendo-me melhor com o chão.

Sob seu espaço,
Não me embaraço...
Alinho a coluna,
Temo coisa alguma.
A disposição cresce.
A afeição aparece,
Com sua melhor face...
Como se não bastasse,
O mundo explode em cores,
Em irresistíveis sabores.

Sob o sol,
A existência se encaixa,
A mente relaxa...
O ego dá um tempo,
Entra-se em outro segmento
Mais calmo, por isso mesmo revolucionário...
Mais raro, por isso menos arbitrário!

A pele muda de textura,
A paisagem revela-se como uma pintura...
As potencialidades são máximas,
As necessidades mínimas.
A consciência imprecisa,
Pelo caleidoscópio desliza...

Os músculos relaxados,
Pelos seus raios acariciados...

Perde-se a noção de tempo.

Elevam-se os sentimentos.

A existência se amplia...

É convocada a poesia!

Sob o sol,
Bom é se desprender
E se esquecer ...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Companheiro Fiel




José Cláudio
Foi o primeiro
Fiel escudeiro!

Ele é daquele tipo preferência nacional:
Educado, culto, engraçado, sensacional.
O seu humor inteligente,
Faz bem, é um bálsamo para toda a gente.
Tem um domínio considerável da língua portuguesa,
Só possível a uma mente privilegiada, com certeza.

Ele escreve tudo muito bem.
Mas, na crítica ácida,
Sarcástica,
Vai um pouco além
E se supera.
Sua vivacidade impera.

Todos os seus escritos são muito bem acabados,
Altos, claros, devidamente assinados,
Pela sua competência
E ávida consciência.
Está ligado a tudo,
A todas as sutilezas que existem no mundo.

Além de ter um bom paladar,
Adora cozinhar...
Principalmente, se for motivo para reunir amigos
E afastar o tédio dos domingos...
Tenho certeza que faz qualquer um sentir-se em casa,
Sob sua extensa asa.

Amigo para todas as horas,
Aquele que nunca cobra.
Aquele que é bom ter por perto,
Quando aparece a sensação de deserto.
Ele sabe que apesar da necessidade de alguns critérios,
A vida não é para ser levada assim, tão a sério.

Ele se tornou indispensável em minha vida,
O que ele me incentiva...
O tanto que me emociona...
A maneira que se posiciona
Em seus comentários carinhosos e atentos,
Desperta-me, os melhores sentimentos.

Eu fico ansioso, esperando para ler
O seu perceber,
O seu depoimento,
Sobre o meu argumento,
Para saber se ele dissecou
Aquilo que meu peito transbordou...

Em meio a toda confusão,
Toda a negação
Que campeia por todos os cantos,
Foi no Recanto,
Que conheci esse alguém tão especial,
Agradeço à existência, pelo presente excepcional!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Galho do Macaco













O meu sonho de simplicidade,
Não será corrompido, por pressão da sociedade.
Sei muito bem a vida que quero,
O pouco que espero;
O mínimo que preciso...
As armadilhas capitalistas,
Não me farão perder o juízo.
É claro o meu ponto de vista.

Cheguei ao limite das concessões.
Não vou mais abrir mão de coisa alguma.
Já esvaziei os porões.
Tenho fome nenhuma.
Fico com o que tenho
E me contenho.

Não farei mais qualquer coisa por dinheiro.
Minha saúde mental e emocional vem em primeiro.
O objetivo é viver em dignidade,
Obviamente, com tranquilidade.
Não me basta apenas trabalhar,
Preciso contribuir com o que tenho a ofertar.
Não quero mais me embolorar,
Desempenhando papéis que não me cabem,
Ao lado de pessoas que não me sabem.

Acredito mesmo que cada um tenha o seu lugar,
Onde obtenha um bom desempenhar.
Nem por necessidade, vale à pena ignorar
Ou sacrificar...
As consequências podem ser desastrosas,
Desaguando em condutas pesarosas.

Só almejo ficar quieto no meu canto,
Desempenhando meus ofícios com encanto;
Partilhando o que sei,
O que estudei,
O que percebi,
O que intuí,
O que, com afinco, me apliquei.
...O universo que escolhi e ao qual me dei!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Irremediável




Sou um sobrevivente, com sequelas.
Nem por isso, existe grade em minhas janelas.

Tento tomar cuidado,
Para não ser machucado.
Mas, ainda assim,
Algo em mim,
Mantém-me aberto,
Quer-me desperto.

Notem que não foi por falta de apanhar,
Nem de me decepcionar.
Sofri todos, todos, todos os tipos de traições.
Fui extorquido em múltiplas situações.
Todos os sonhos, eu os vi naufragar.
Mas, como por milagre, voltaram a brotar
Repaginados,
Alguns até, oitavados.

Por isso, não me escravizo ao rancor.
Não me apraz o seu sabor.
Também não abuso do perdão.
Deixo as consequências com a imensidão.
Convivo em paz com todos,
Sempre prestando atenção aos rostos.
Não frequento suas casas,
Mas estou sempre pronto para socorrer suas barras.

Gostaria de mais compartilhar,
Mas reconheço que é um pouco esquisito o meu lar.
Não desperta muito interesse,
Ninguém sabe da minha sede.
Também reconheço,
Que, a nada, obedeço...
A não ser ao que me parece certo, no momento.
Tenho evitado os premeditados julgamentos.

Culpo a ninguém, pela forma como vivo.
Apenas, respeito integralmente o que sinto.
O que me faz ser o que sou.
O que em mim, aflorou
De forma irrevogável,
Claramente incontestável,
- A minha máxima, a minha guia -
Que é: Viver em Poesia!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ouro Negro


Em mim, está em alto relevo!!

Honra-me muito, participar da sua vida.
Poder encher a boca com orgulho
E chamá-la de amiga.
Isso é uma das melhores coisas do mundo.

Entristeço-me quando você padece.
Morro um pouco quando você chora.
Deliro quando você comemora.
Você está em todas as minhas preces.
Admiro sua autenticidade,
Sua ingenuidade,
Apesar da aparência de durona.
Apavoro-me quando você desmorona.

Se pudesse protegê-la-ia de todos os perigos.
Estenderia um invisível filtro em todos os sentidos,
Para poupá-la de todos os aborrecimentos,
De tantos descontentamentos...
Minha posição de irmão mais velho,
Ao qual me elegi
E nunca mais desisti,
Insiste em preservar seu império.
Daí a postura paternalista,
Quase intervencionista...

Após essa sua perda, a vida está em suas mãos.
Só depende de você a escolha da construção,
O acabamento que você vai dar,
O tipo de ar que você vai respirar.
Um pedaço seu foi com ela.
Agora é toda sua a aquarela.
Sei que você honrará o que, em você, ela plantou;
Com seu jeito único, semeou.
E olha que ela fez um bom trabalho,
Lacrou todas as possibilidades de atalho.

Com a formação que você tem,
É seu dever ir além...
Você tem tudo para se realizar.
É questão de se reposicionar,
Para arrancar
E brilhar...
A sua entrega à educação,
A sua indignação
Perante a estagnação
E a enganação,
Hão de fazer a diferença
Lá na frente, no final da sentença.

Continue lutando contra os moinhos...
Lembre-se ninguém está sozinho.
Você sabe o que é certo.
Siga reto.
Use toda a sua energia,
Para aprimorar essa melodia.
Mergulhe, integralmente,
Destemidamente,
Ao que, você sabe que importa.
Ao que estica a corda...
Você, como eu, tem nada a perder
De agora em diante, é só acrescer,

Perceber,
Para crescer.

Expanda o seu calor.
Ele retornará em forma de amor.

Amo você incondicionalmente,
Para todo o sempre.

Ouro Negro!!

Para Janaína Siqueira

P.S. Tenho vivido momentos de plena realização,
Através da possibilidade de publicação
De minhas poesias,
- Genuínas ousadias -
No site recantodasletras, que me foi indicado,
Em um momento abençoado,
Por Janaína,
Minha atrapalhada heroína!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Escolhas




Tenho que parar como essa mania
De ceder à pressão alheia.
Até porque, pressão em excesso, desnorteia
E desaparece com a harmonia.
Ainda que bem intencionada,
Pode causar uma bagunça generalizada.

Minhas escolhas naturais são muito particulares.
As pessoas não têm qualquer obrigação,
Ou, até mesmo condição,
De compartilhar.
Também não é possível opinar
Sobre a maneira que devo navegar meus mares.

O que seria perfeito para a maioria,
Não se encaixa em minha sintonia.
Meu destino,
Eu o sei desde menino.
Nada mudou,
Só potencializou!

Pensei, que agora, mais maduro,
Conseguiria uma maior flexibilidade.
Não deu certo. Dei com a cara no muro
Da vigente falsidade.
Não sei manipular as pessoas,
Como o fazem, inclusive, as boas...

Às vezes, consinto só para alegrar,
Ou, para do discurso, me livrar.
Mas não adianta, não tem dado certo.
Não que meu caminho seja completamente reto,
Entretanto, sei em quais esquinas posso parar.

Quando me desobedeço,
Invariavelmente, entristeço.

Tenho pleno conhecimento do que me tira o ar.
Não aguento o convívio forjado,
O sorriso forçado.
Não gosto de ter que tolerar...
Prefiro me dedicar
Àquilo que, realmente, aceito.
Àquilo que me infla o peito,
Ao que me faz decolar...
Mesmo que seja muito diferente,
Do que imagina toda a gente.

domingo, 1 de novembro de 2009

Palavra de Amigo III



É impossível agradar a todos, meu amigo;
Ainda mais quando existem interesses escusos,
Sentimentos embolorados e escuros.
Melhor mesmo é ouvir o próprio umbigo.

Ninguém tem o direito de determinar o seu caminho.
Principalmente, pessoas que não respeitam o seu ninho,
Que o maltrataram,
Que, a vida toda, só lhe cobraram,
Sem oferecer coisa alguma em troca,
Batendo, várias vezes, em sua face, a porta!

Sei que você quer ser bom,
Mas não se esqueça do seu tom,
Caso contrário, você perderá o respeito
E, ainda mais, ferirá o seu peito.
Não exagere na tolerância,
Isso pode se tornar uma discrepância...

Não se preocupe tanto com as aparências,
Preste atenção nas consequências...

Você é um homem virtuoso,
Esforçado, honrado e carinhoso.
Tem todo o direito do mundo, à felicidade.
Pense com tranquilidade,
Aja com naturalidade,
Demonstre serenidade...

Aquela, que só tem,
Quem sabe o que está fazendo.
Aquela que só vem,
Para quem ouve o que, por dentro, está crescendo.

O momento está lhe dando uma oportunidade
De você recuperar sua vida.
Veja bem, ela estava apagada e adormecida...
Faça valer a sua vontade.

Escolha sua estrada,
Edifique sua morada.
Escolha um novo espaço,
Estenda o seu abraço.

Abandone, de uma vez por todas, a passividade.
Claro que aparecerão dificuldades,
Mas você ganhará em qualidade
E, finalmente, em dignidade!