quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Antes do que se Imagina




Sempre aparece uma saída.
Agora não vai ser diferente.
Nem que seja uma passagem só de ida,
Para algum lugar mais quente.
O capitalismo não vai me aprisionar.
Apenas finjo respirar o seu ar.
Estou esperando ele se distrair
Para, em desabalada carreira, sumir...

Não posso a esse pouco, pertencer.
Só preciso ser
O que, na verdade, apesar de todo otimismo
E do farto lirismo,
Não estou conseguindo.
Ao meio: é como estou me sentindo.
Não posso mais me enganar.
Como está, não pode continuar.

Meu jogo de cintura chegou ao limite.
Estou sentindo o dedo em riste.
É já que começo a berrar,
Se nada se alterar.
Estou dando aviso prévio, a mim mesmo.
Não posso mais permanecer em erro.
Quero terminar a jornada,
Com a alma lavada.

Basta de decepções
E de cinematográficas traições.
Não quero mais um contentamento meia boca...
Quero a alegria toda!
Por completo,
Dentro do meu ninho discreto.
Deixem-me quieto.
Desprezo o estabelecido concreto.

Deixem-me com minha fantasia.
Levei a vida toda confeccionando essa alegoria.
Tenho pressa.
Não sei o tempo que me resta.
Quero vivê-lo sossegado,
Pela paz, emoldurado...
Em plena harmonia,
Com a mais sincera poesia.

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