sábado, 31 de outubro de 2009

Vendaval


Dez da noite.
Tudo tão calmo, que levanta suspeita.
O corpo, na cama, não se ajeita.
Os filhos todos dentro de casa,
Em busca de minhas asas.
Um silêncio absoluto,
Como se algo tivesse calado o mundo.
De repente, ele chegou com seu açoite.

Um vento enfurecido virou vendaval.
Agitou o mangue de forma descomunal.
Levantou o mar,
Curvou a serra,
Como quem quer desgarrar a terra.
Tirou quase tudo do lugar.
Veio com sua aterrorizante sinfonia:
Explosão absurda de energia,

Espalhando medo, onde nunca houve respeito.
Impondo respeito, onde sempre houve medo.

Magia visível,
Propícia a quem está sensível.
Excelente oportunidade para faxinar
A mente e as emoções,
Para esquadrinhar inéditas sensações.
Bastando, para tanto, respirar
E se concentrar
No poder do ar.
Janelas rangendo,
Portas batendo,
Árvores executando coreografias inusitadas,
Como se tivessem sido militarmente arregimentadas.

Tudo se rendeu ao fenômeno que acontecia,
Enquanto eu, a um só tempo,
Preocupava-me e agradecia.
Sempre tive admiração e respeito pelo vento.
Morando afastado da cidade,
Desenvolvi certa intimidade,
Com as suas formas de se fazer presente,
De passar por entre...
Acredito no poder adstringente,
De seu discurso eloquente.
A tudo ele altera quando passa,
O ambiente desembaça.

Levou-me a questionamentos,
Deportou os ressentimentos,
Adequou os posicionamentos,
Lavou-me os sentimentos.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Extremo



Existem vários tipos de encontros:
O encontro social,
O formal,
O informal,
O inesperado,
O desastrado...

O encontro de negócios,
O de ócios,
O interesseiro,
O de banheiro...
O de boas intenções,
O das piores sensações...

O afetivo
O paliativo,
O sexual.
O transcendental...
O de palmas,
O de almas...

O encontro de almas é festa no céu,
A queda dos véus...
A libertação dos reféns,
É tornar-se íntimo do além...
Céu de brigadeiro,
O bem primeiro!

As auras se incendeiam,
As correntes energéticas serpenteiam...
É um grande salto,
Uma queda para o alto...
A existência desliza para o superlativo
As consciências se expandem até o infinitivo...

É entrega
Cega...
Algo para o qual não há conselho,
A assimilação do espelho...
Sente-se a verdade,
Em forma de felicidade,

Sob os auspícios da tranquilidade
E a supervisão da sensibilidade...

Um incêndio
Feito de um silêncio
Musical
Excepcional...
É ficar de frente para a fonte...
É integrar-se ao horizonte...

É dar de cara com a divindade,
Sem qualquer solenidade.

É mergulhar no coração.

É respirar oração...

É soltar os remos,
Emocionar-se ao extremo...

O encontro de almas descongestiona...
Proporciona,
Impulsiona os seres gentilmente,
Naturalmente,
A transformarem-se em elos entre o chão
E a magnífica vastidão!!!

Dedicado à minha amiga Déda!!!

Denise Genari Malavasi



É em função da luz, que ela vive.
É pela luz que ela insiste.

Quando me enrolo, tropeço e vou ao chão,
“Não saia da luz” é sua recomendação.
É o que ela busca em todos.
É o que ela quer ver estampado nos rostos:
A luminosidade a que cada um tem direito.
É o que trabalha em cada peito.

Além de extremamente competente,
Denise é valente.
Atrás da fachada cor de rosa,
É surpreendentemente corajosa.
Não se dá por vencida.
Seu destino é o topo da subida.

Se os amigos soubessem
O número de pessoas a quem ela ajudou,
A quem ela estendeu a mão e levantou...
Se os amigos conhecessem
As complicadas almas que ela abraçou
E, indiscriminadamente abrigou...

Sempre envolta em sua inconfundível,
Sua irrepreensível
Aura de ternura,
Ela consegue que a criatura
Conheça do fio, a espessura
E se apaixone pela altura.

Com todo o tato do mundo,
Ela se dirige ao fundo
De cada ser,
Para despertar o crescer.
Nada teme!
É dourado seu leme

Adepta do amor incondicional,
É uma pessoa simplesmente,
Docemente,
Sensacional;
De uma sinceridade essencial,
De um carisma sideral.

Adota a todos:
Tem tendência à maternidade.
Dá preferência pelos loucos,
Pelas sementes mais delicadas,
Pelas forças atrapalhadas,
Os vulcões que precisam entrar em atividade.

Resumindo: perto dela o mundo é melhor.
Só há luz ao seu redor
Sob suas asas encantadas,
Gigantescas e acetinadas,
É quentinho...
Tem-se a certeza de quem não se está sozinho.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Postura Hipnótica



Potencializar o infortúnio,
É um distúrbio.
Em nada adianta...
A onda quando se agiganta,
Quando no alto se inflama,
Quebra e em segundos se esparrama,
Até desaparecer,
Sem, quase, se perceber.

Assim são os sentimentos mais intensos.
Embora façam um barulho imenso.
Somem, perdem-se na paisagem,
Como se fossem simples aragens.

Ficam os ecos,
Batendo no teto,
Até serem digeridos,
Ou, simplesmente esquecidos.

Reviver esses fatos,
Ficar repensando os dados,
Não altera o que já aconteceu.
Não traz de volta, o que se perdeu.
É uma inútil tortura,
Que só provoca tontura.
Impede a ferida de cicatrizar,
O barco de zarpar.

Não reter o ruim,
É um benefício sem fim.

A vida precisa fluir,
O rio tem que seguir,
Contornando as pedras,
Explorando as serras.
Agarrar-se à margem lodosa,
É uma postura hipnótica.

A sequência, o que está por vir, é uma incógnita,
Que pode muito bem, apresentar-se como maravilhosa.

A vida não admite contestações,
Nem reclamações.
Ela quer ser dissecada,
Sutilmente instigada,
Para revelar o seu calor,
A fragrância precisa de sua flor.

Bater de frente com seus desígnios,
É um patológico indício.

Muitas coisas são incompreensíveis,
Outras inesquecíveis.
É-nos muito complicado,
Apreender o significado,
Entender tudo
Que nos oferece o mundo.

Há que se ter humildade
Para lidar com a atualidade,
Onde nem tudo que parece, é...
Onde não basta ter fé...
Onde nem toda maré
Da pé!!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mandarim da Alegria III




A resistência ao tempo é um dado relevante,
Para se considerar uma amizade realmente importante.

Já não é mais caso de gostar...
Mas sim, de precisar!

Trinta e cinco anos de permanência,
É uma séria experiência.
Está em outro patamar...
... Varanda alta com vista pro mar...
É de uma fidelidade,
Que pode ser chamada de cumplicidade.

Lupy e eu estamos acima das classificações
E, principalmente das explicações.
É global o teto
Do nosso afeto.
Quebramos, entre nós, antigos conceitos,
Como os de tempo e espaço...
É muito maior nosso abraço.
O ritmo é intenso dentro dos nossos peitos.

Há uma preocupação sincera,
Que até na postura se revela.
Há um envolvimento tão profundo,
Quanto puro!
Divergimos é claro,
Mas é raro.
Ele suporta, mas com dificuldade,
A minha ponderada insanidade!
Acha inseguro meu abrigo,
Sofre comigo!

Se pudesse faria uns ajustes em minha personalidade,
Assim como a recíproca é a mais pura verdade,
Mas existe um respeito sagrado,
Impedindo qualquer ato precipitado.
Já não nos julgamos mais.
Gostamo-nos mais e mais...
Apesar da física distância,
Predomina a relevância
Do maior,
Do melhor!
Daquilo que há de mudar o mundo:
A irmandade em seu sentido mais profundo!

Impactante




Leia em meus lábios o imenso desejo
Pelo seu beijo...

Fui atingido pela sua presença
Da cor do pecado,
Desafio ao recato,
Despertando-me essa fome imensa,
Da sua pele,
Bruma leve,
A bailar à minha frente,
Dentro da minha mente,
Sem pudores,
Só ardores...

Olho para o seu rosto
E até me perco um pouco,
Diante da sua beleza!
Mas o que mais me impressiona
O que me congestiona,
É a sua delicadeza.

Você é uma grata surpresa!

O seu jeito simples e brejeiro,
Invadiu-me por inteiro
As glândulas desandaram a produzir
Os sucos da paixão,
Ininterruptamente,
Impunemente...
Ver você sorrir
Fez bem ao coração,
Domou, instantaneamente, o leão,
Aveludou o chão.

Encantamento moreno,
Alumbramento sereno...

Toda vez que se cruzaram nossos olhares,
Tremores percorreram os ares,
Com a força de Palmares
E os odores sensuais dos pomares.

Fascinei-me pela sua pureza!

Quando você me tocou,
O alarme de incêndio soou...
As sirenes internas enlouquecidas,
Torturaram a libido esquecida...

Ter você... Ah! Se eu pudesse,
Se, por acaso, você me coubesse...
Nem sei do que seria capaz.
Com certeza, seria muito por demais.
Mas não creio ser possível
Vivermos essa aventura indescritível.

Além das fronteiras,
Sobre sensual esteira,
Em abundante regalia,
Você habitará minha fantasia.

domingo, 25 de outubro de 2009

Covardia Insólita




Qual o fascínio que existe na maldade?
Que estranha ilusão é essa,
Cuja consequência não há quem meça
E que seduz uma parte da humanidade,
Através dos tempos,
Feito um hipnótico lamento...?

Qualifico seu argumento como impronunciável,
Um desperdício de energia lamentável.
Um engodo,
Psíquico lodo
Contaminado,
Mentalmente infeccionado...
Terra morta,
Faca que não corta,
Mas arregaça
E, lentamente, mata!

A história prova sua ineficiência,
Documenta sua putrefata consistência...
Até quando o homem vai se deixar seduzir,
Pelo seu desdentado sorrir?
Valer-se da maldade,
Em qualquer contexto,
Sob qualquer pretexto,
Soa-me como falta de inteligência,
Uma estupidez que desafia a ciência.
Um comportamento esgotado,
Que precisa ser abandonado.
Não existe mais espaço
Para o seu laço.
Já causou estragos em demasia,
Com sua insólita covardia.

A humanidade precisa entender,
Antes de o próximo sol nascer
Que, esse atalho, além de perigoso,
Lúgubre, sinistro e pegajoso,
Leva a lugar nenhum...
É trocar dois por um
E acreditar que está levando a melhor...
A maldade é o ruim do pior!!!
Vicia,
Alicia...
Uma postura como essa tão insana,
Há de ser superada pela condição Humana!

Tenho certeza que somos mais,
Que podemos muito mais,
Que atingiremos muito mais

Sem esse menos!!!

Em nome de todos os nossos ancestrais!!!


Esse texto é um repudio a tudo que envolveu a morte de Evandro do AfroReggae!

sábado, 24 de outubro de 2009

Candelabro

Quando a vida aperta,
É em seus braços que redescubro a reta.
Quando emudecido,
É com ela que repouso esquecido.
Quando amordaçado,
Só penso em ficar ao seu lado.

É meu porto seguro.
O que há de mais puro...
O que há de mais profundo,
Em meu alegórico mundo.

Penso nela dia e noite,
Ainda que sob eventual açoite.
Nela a alma se reconhece
E cresce!
Ganha proporções,
Esclarece distorções.

Apazigua contradições,
Desvenda emoções...

Ela é meu mar,
O insubstituível ar...

É o segredo de minha resistência,
Inspira-me paciência...
Única responsável pela solvência,
Pela característica cadência.

Determina o ritmo da pulsação,
Comanda toda a sustentação.
Impede a impulsiva ação,
Impele à melhor constatação.
A um só tempo: âncora e velas da embarcação,
O G P S da navegação.

A água do corpo
O sorriso do rosto.
O que há de mais elevado,
Em meu peito alucinado.

Minha doce guia!

Despretensiosa...

Carinhosa...

A rosa dos espinhos...

A melodia do meu caminho.

Estou me referindo à Poesia!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Observação



Intensidade não rima com tensão.
Gosto das coisas intensas,
Não tensas.
Não tenho qualquer atração
Por cotidianamente conjugar
O verbo tensionar,
Em qualquer dos seus tempos.
Acho um dispensável aborrecimento.
Prefiro os fatos em seu normal andamento.

Não gosto de drama,
De ficar rolando na cama,
Atormentado,
Perturbado.
Sob tensão, o cérebro não funciona
E o bom senso, não se posiciona.
A visão fica nublada,
Induzindo a conclusão errada.

Por outro lado, a consciência um pouco mais desperta,
Obriga-me a permanecer em alerta
Com quase tudo,
Que há no mundo.
Porém, estar atento,
Não é o mesmo que estar tenso.
Até porque, a tensão
Atrapalha a atenção.

Excesso de tensão é patológico,
Absurdamente ilógico.
Demonstra falta de conhecimento,
Sobre o holístico argumento.
Momentos tensos são aceitáveis,
Desde que não sejam duráveis.
São antinaturais,
Com consequências colossais.

Já, os momentos intensos, fortes,
Plenos de positivos significados,
São construtores da sorte,
Cósmicos recados,
Que, se devidamente decifrados,
Compreendidos e assimilados,
Obrigam os pulmões a profundamente respirar...
Impulsionam e valorizam o caminhar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Gente Desconectada!!!



A algumas pessoas, fica difícil levar a sério,
Sob qualquer critério...
É impossível,
Até para a criatura mais sensível.
São tão frágeis e infantis,
Tão visíveis seus ardis,
Tão pequenos os seus argumentos,
Que ofendem qualquer discernimento.

Não adianta querer nivelar,
Nem insistir em agradar.
O ideal é deixá-las com suas convicções,
Ainda que sejam transparentes contradições.
Mesmo que suas atitudes sejam pavorosas,
Suas personalidades mentirosas,
Não é recomendável o confronto.
É melhor deixar pra lá e pronto!

A própria caminhada
Há de lhes mostrar a mais adequada passada.

O que pode ou não acontecer,
Dependendo do jeito de cada um “acreditar ser”.

São pessoas complicadas.
Vivem em si mesmas enroscadas.
Não têm intimidade
Com a felicidade...
São invejosas!
Invariavelmente rancorosas.
Derrubam comida na mesa...
Engasgam com as próprias certezas.

Não têm claro, o raciocínio.
Desconhecem o autodomínio.
Escravizam-se aos impulsos mais primários.
Vivem flertando com o precário.
Reclamam de tudo,
Por só verem uma pequena fatia do mundo.
Sem intimidade com a consciência,
O encalhe é consequência.

Morrem na praia com sede,
Sem perceber a água sob a sombra, ao lado da rede.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cenário Teatral



Noite chuvosa.
Abro a janela, explode a visão
Da calma em sua precisão.
Sou tomado por uma inspiração furiosa.

Sobre a madeira da varanda,
A placidez tamanha...
Em formação triangular,
Três gatos a me olhar.

A luz da varanda apagada,
A quadra por um único poste iluminada.
As copas das goiabeiras,
Com seus desenhos sombrios.
O ar um pouco frio.
Ainda bem que em casa não há goteiras...

Só a parte da frente do quintal,
Sob a luz da rua.

O céu sem lua!

Tudo tão cenograficamente teatral...

Uma plasticidade!

A simplicidade,
O bom gosto do desenhista,
A mensagem subscrita,
A perfeição circunscrita...

A sensibilidade irrompendo em conquista!

A orquestra de rãs, com sua sinfonia,
O sino dos ventos com sua coreografia,
O som da chuva hipnotizante...
A harmonia navegante!

Tudo cheirando a molhado.
Eu, quase, embasbacado...
As poças d’água,
O regalo da alma.

Nem sei...
Só sei que transbordei...

Desvencilhei-me do tempo.
Queria olhar por dentro,
Do que estava à minha frente.
Mergulhei impunemente.

Despi-me até o centro.
Desejava o âmago do ensejo,
Para tentar apreender,
O que estava a perceber:

As mais antigas respostas
Que se abrigam no intervalo das horas,
Nas dobras,
Nas sombras das sobras.

Lembrei-me imediatamente,
Claramente,
Da sensibilidade da obra da escritora e amiga
Juli Lima!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dá Trabalho




Cheguei à conclusão
De que, quando se assume todos os lados da situação,
Sem ignorar,
Nem reclamar
Das partes mais desagradáveis,
As nuvens pesadas, instáveis,
Passam a não incomodar tanto.
Principalmente, quando é evitado o pranto:
Árdua tarefa...
Quando algo: incomoda à beça,
Fere os princípios,
Convida ao precipício,
Nesse contexto, só mesmo respirando fundo,
Para superar tudo,
Com alguma elegância,
Sobre toda a discrepância...

Para menos derrapar
É preciso assimilar
Que tudo é um único pacote,
Que, por sorte,
Tem também, o lado bom,
Com seu inconfundível som.
É melhor ser um pouco conformado,
Do que, permanentemente, revoltado.
É sempre bom lembrar que há sempre dois lados,
Que nada está acabado.
Tudo pode mudar, a qualquer momento...
Inclusive, o sentimento!
É normal ter dias mais fáceis
E outros, insuportáveis.
Nada, ainda, é definitivo;
Nem o positivo.

Evitar os internos atritos,
Os intermináveis conflitos,
Demonstra amadurecimento.
Impulsiona o crescimento.
Fixar-se no amargo
É atraso,
Autossabotagem...
Perde-se um tempo considerável de viagem.
O bom é acomodar tudo com lucidez,
Abusando de toda disponível sensatez.
Dá trabalho.
Não há atalho.
Mas vale a pena,
Em prol do equilíbrio,
Do brilho,
Para ter a alma serena.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Antes do que se Imagina




Sempre aparece uma saída.
Agora não vai ser diferente.
Nem que seja uma passagem só de ida,
Para algum lugar mais quente.
O capitalismo não vai me aprisionar.
Apenas finjo respirar o seu ar.
Estou esperando ele se distrair
Para, em desabalada carreira, sumir...

Não posso a esse pouco, pertencer.
Só preciso ser
O que, na verdade, apesar de todo otimismo
E do farto lirismo,
Não estou conseguindo.
Ao meio: é como estou me sentindo.
Não posso mais me enganar.
Como está, não pode continuar.

Meu jogo de cintura chegou ao limite.
Estou sentindo o dedo em riste.
É já que começo a berrar,
Se nada se alterar.
Estou dando aviso prévio, a mim mesmo.
Não posso mais permanecer em erro.
Quero terminar a jornada,
Com a alma lavada.

Basta de decepções
E de cinematográficas traições.
Não quero mais um contentamento meia boca...
Quero a alegria toda!
Por completo,
Dentro do meu ninho discreto.
Deixem-me quieto.
Desprezo o estabelecido concreto.

Deixem-me com minha fantasia.
Levei a vida toda confeccionando essa alegoria.
Tenho pressa.
Não sei o tempo que me resta.
Quero vivê-lo sossegado,
Pela paz, emoldurado...
Em plena harmonia,
Com a mais sincera poesia.

Novamente!




Enganei-me novamente...
Achava que fluía em água corrente,
Mas não! Havia a pedra da alheia insensibilidade,
Com a sua já conhecida agressividade,
A me impedir a passagem,
Atrasando drasticamente a viagem.
Já estou quase acostumado,
A viver incomodado...

Atravessado!

É que, por um brevíssimo momento,
Pensei que vivia sem tormento.
Que ousadia!
Pura utopia!
Afinal, quem sou eu para viver tranquilo...
Apenas sob os auspícios,
Dos escolhidos
Signos!

Tem sempre que haver um fato,
Um dardo,
Vindo, sabe-se lá de onde,
Para minar a alegria, bem na fonte;
Para entornar toda a água de coco;
Para me deixar rouco,
Numa tortura contínua e inexplicável,
Impedindo-me de permanecer estável.

Confesso que estou cansado
De viver acuado,
Com as asas fechadas,
Como se minha vida fosse uma errata...
Começo, seriamente, a ponderar,
Se já não está na hora de me mudar
E ir tentar a vida em outro lugar,
Onde se conjugue melhor o verbo respeitar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desperdício




Por que as pessoas não percebem,
Ou não querem perceber,
Quando o relacionamento está acabando
Ou já está acabado?

Não entendo a insistência
Sobre algo, que já decretou a própria falência;
Já entrou em decadência,
Já desandou para a indecência...

Agarrar-se a uma relação falida,
É skate na descida...

O mergulho na dor é inevitável.
Podendo mesmo se tornar insuportável.
Rompe-se com a realidade.
O emocional entra em estado de calamidade.

A pessoa emburrece,
A autoestima arrefece,
Concluindo o processo corrosivo,
Totalmente destrutivo.

Perde-se a dignidade,
Fica-se perdido, vagando pela cidade.

Tudo isso é suportado por medo da solidão,
Sem se perceber, que se deitou no leito da ilusão.

Vive-se em conflito,
Com um constante incômodo no umbigo.

Coloca-se na mão de outra pessoa,
A possibilidade de desfrutar de uma vida boa.
Pendura-se no outro,
Ao mesmo tempo em que se morde o ombro...

A essa altura, já não existe desejo sexual.
O comum escorrega para o banal.

A comida fica sem tempero,
A convivência, um erro...
Um tempo perdido,
Que não faz sentido.

Afasta-se da paz,
E de tudo o mais,
Que embeleza uma união,
Passa-se a viver uma acompanhada solidão.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sereno



Ah! Que bom!
Gosto desse som:
De não precisar urgentemente,
Desesperadamente,
De coisa alguma,
- Nenhuma –
Desbanquei tudo que se classificava,
Em mim atuava,
Como necessidade,
Como prioridade.

Nada ansiar,
É um mar,
Por demais prazeroso, de se navegar
É quase um flutuar...
Afastado da ansiedade,
Saboreia-se melhor a tranquilidade.
Parece até que sobra tempo
Para se pensar melhor no próximo segmento.

A mente alonga seu alcance.
A visão se expande.
Os fatos se mostram até, mais engraçados,
Quando, não tão a serio, são encarados.
Fica mais fácil deixar aflorar a sintonia,
Mais propícia à alegria,
Aquela capaz de transmutar,
O que urge mudar.

Viver em ansiedade,
É viver pela metade.
Perdem-se detalhes.
Passa-se por cima de alguns entalhes.
A mente fica por demais ocupada,
Viciadamente focada,
Em determinado assunto,
Para prestar atenção ao resto do mundo.

Assim, mais serenizado,
Sinto-me mais capacitado,
Plenamente inspirado,
Para observar,
Dissecar,
Perceber,
Até transbordar e... escrever!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Surpreenda!!


Essa sua mania de ser radicalmente,
Ilusoriamente,
Politicamente correto,
De ser sempre tão meticulosamente discreto,
Não pode dar certo.
Até porque, não existe um caminho tão reto.
É preciso curvar,
Às vezes, dobrar...

Há que se ter muito jogo de cintura,
Para não borrar a própria pintura.
Lembre-se: uma coisa é ser bonzinho,
Outra, bem distante, é ser... bobinho!
Não seja passado para trás, desnecessariamente.
Não seja tão crédulo!
Lembre-se: a mentira é a pandemia do século.
Haja cautelosamente,
Com parcimônia,
Mas não abuse da cerimônia.

Seja mais atirado,
Um pouco mais ousado.
Você está muito quieto, calado.
Precisa ser mais notado:
Desobedeça,
Apareça...
Não conceda tanto,
Chega de pranto,
De se sentir o último,
O ínfimo.
Aquele, de quem todos abusam
E que, outros, até acusam...

Abra a boca.
A maré é mesmo louca...
Não leve tudo tão à sério.
Preserve seu império!
Seja mais solto,
Um pouco mais louco...
Então, aos poucos
O mundo notará a mudança em seu rosto.
Você pode mais...
Você é bem mais!

Pois, então, a tristeza esqueça
E, profundamente, SEJA!

domingo, 11 de outubro de 2009

Claro Olhar




Não me conte sua história.
Vamos criar juntos, uma memória,
Que seja só nossa,
Na qual a gente possa
Relatar nosso encontro,
Em todo seu conforto...

Quero seus olhos claros,
Espreitando tudo que nos é caro.
Quero, com você, ficar
Em frente ao mar,
Conversando, calando,
Ouvindo, sentindo...

Vou lhe tocar suavemente,
Quase que, imperceptivelmente.
Estou tangendo meu desejo.
Quero ser seu espelho,
O seu reflexo,
O ápice do sexo...

Tal como a manhã, em relação à tarde,
Vou invadir sua carne,
Atiçar os mais prazerosos instintos,
Sob um prazer amplo, geral e irrestrito.
Não se engane com minha fama de santo.
Eu lhe quero! Você nem imagina o quanto...

A minha falta de juízo,
Vai escancarar seu sorriso.

Quero que você experimente a minha lasanha,
Feita com uma quantidade de queijo tamanha,
Que enfartaria qualquer nutricionista...
Quero lhe mostrar minha face anarquista,
A fome da paixão,
- O Ímpeto do furacão - !

Quero você por perto,
Isso é mais que certo.
O que vai acontecer? Não sei
Mas quero saber que tentei.
Nada lhe prometo.
Com a nossa felicidade é que me comprometo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Recado de Palmeira




Enquanto as folhas da palmeira
Balançarem ao vento,
Haverá alento...

Os dados ainda estão rolando.
Ninguém está sobrando...
É possível virar esse jogo,
É questão de respeitar o todo.
Não se pode imaginar os caprichos da história.
Desconhecemos a glória...

O que sabemos esbarra em sofrimento,
Tem um duvidoso acabamento,
Para uma obra tão esplendorosa,
Mas até agora, em nada vitoriosa.

A trajetória, em círculos, da humanidade,
Crivada de mediocridade,
Há de se quedar espiralada,
Compreensivelmente humanizada,
Onde a evolução é o maior prazer,
Que pode desfrutar um ser.

Todo o desespero,
Será absorvido pelo impacto do enredo.
Desaparecerão as barreiras.
Cairão todas as fronteiras.
Tudo vai se misturar.
Todos hão de se mesclar,
Por serem exatamente farinha do mesmo saco.
Nenhum ser sentir-se-á rejeitado.

Serão desnecessários, os particulares abrigos.
Serão requisitados todos os sorrisos.

Todas as peças irão se encaixar.
É questão de aguardar e observar.
Convém se preparar,
Para saltar...
E provar da grande experiência,
De desobstruir a consciência,

Para ir se incorporar
À matéria prima do ar.

Enquanto as folhas palmeira
Sentirem o alento,
Responderão ao vento!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sempre as Exclamações !!



A existência desperta em mim,
Uma perplexidade que parece sem fim.
Algum sentido que não sei explicar...
Que eu nunca ouvi falar.
É um jeito de perceber,
Que nunca ousei conceber.
Vai além do que está acontecendo,
Do que se está vendo...

Passa o estágio do sensível,
Incorrendo constantemente no invisível...
Outro entendimento,
Sobre a atualidade que estamos vivendo.

Sinto a interação com tudo,
Entre tudo...

Fator que me desabilita para o convívio normal.

Meu ser volta-se gradativamente para o excepcional...

Onde não existem explicações,
Apenas exclamações.

Fujo do banal,
Tanto quanto me torno disponível para o sensorial...

Mesmo na visão cotidiana da vida,
Há tanto que não se explica,
Que não combina,
Que não prima...
Que não pode ser só o que se vê.
Há muito mais do que se crê...

Até mesmo no nosso jardim,
Há mistérios que não têm mais fim.

Muito mais do que, até hoje, se conseguiu decodificar.
Falo do que está transparente,
Exatamente, à nossa frente.
Pedindo para se explicar,
Implorando para se desvendar,
Que não pode mais se calar,
Que não se deve mais ocultar,
Muito menos se ignorar.

Estamos tão atrasados, junto aos processos evolutivos,
Que é um milagre ainda não termos naufragados no destrutivo.

A poesia é a lente, através da qual vejo
E me ofereço.

É a ligação
Entre a alma e a imensidão.

Vivo pela sua janela,
De contornos azuis, com vasos de flores amarelas.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Viver é Mais



Preciso aprender a me calar.
Acho que ainda me prejudico com o falar...
Tenho que me abster
A escrever.

Penso muito diferente da maioria
Não existe qualquer possibilidade de empatia.

Como já disse tantas vezes, desprezo o estabelecido.
Prefiro-me esquecido,
Quieto no meu canto,
Administrando o espanto.

Quando resolvo abrir a boca,
A audiência olha atônita.
Se insisto, gero discussão
E eu não quero confusão.
Sou da paz.
Acredito que a vida é muito mais
Do que acham,
Dos que se acham.

Observando a atitude dos irmãos,
Fiquei imune à material ambição.
Também não tenho mais pretensões espiritualistas.
O viver bem é a maior conquista.
Mantendo esticada a corda,
O presente é o que importa.
É onde está a única possibilidade
De gerar tranquilidade.

Acho o comportamento humano abusivo.
Abomino todos os sistemas políticos,

Todas as manipulações,

Todas as fardas,

Todas as segregações...

Tantas farpas!

Meu espírito não se prende.
Ao banal não se rende.
Minha bandeira é a alegria!
Minha fronteira é a poesia

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O Muro da Ilusão




Reduzir ao mínimo, as expectativas,
A zero, os desejos;
Deixar em aberto as alternativas,
Respeitando o plano central do enredo,
Parece-me a mais adequada equação,
Para sobreviver na atual ilusão.

O mundo está todo enrolado,
Vergonhosamente mal acabado,
Perdido em suas contradições,
Em suas armadilhas,
Em suas requintadas prisões,
Em suas solitárias ilhas.

O certo
Não é mais concreto.
O louvável,
Não é mais provável.
Nada está seguro,
À frente de tudo, há um muro.

Todo cuidado é pouco,
Já que o homem está meio louco,
Correndo sem sair do lugar,
Tomando remédio pra dormir e pra acordar.
É triste sua comédia.
Está viciado em tragédia...!

Nada é o que parece.
Tudo muda quando anoitece.
Não há espontaneidade,
No reino da inveja e da falsidade.
O afeto,
Tem como obstáculo, a preservação do teto.

Sacrifica-se tudo,
O bom que há no mundo,
Em nome de uma sobrevida,
Que, absolutamente, não é VIDA.
É um degrau abaixo,
No qual não me encaixo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Em Obras




Aos poucos, na medida do possível,
Colocarei tudo em ordem em minha vida.
Ainda tenho uma disposição incrível,
Coisa de quem já se acostumou com a subida.

Ainda que as contrariedades não cessem,
Ainda que mais alguns portos se fechem:
Eu vou continuar,
Meu sonho não vai parar.

Está cada vez mais fortalecido.
Estou cada vez mais em paz com meu umbigo.

Passei em todos os testes de sobrevivência.
Nunca mais fugi da consciência.

Dominei os medos.
Só sei acordar cedo.

Aprendi a não rastejar,
A não implorar.

Meus poros exalam carinho.
Só há afeição em meu ninho.

As últimas feridas já estão cicatrizando.
O peito, novamente, está ronronando.

Não assimilo mais as críticas
De quem não sabe o que tenho em mente.
Vou pagar as poucas dívidas.
Sinto-me mais solvente...

Estou começando a cuidar do corpo,
Suavizando a expressão do rosto.

Estou cortando o mato do quintal.
Quero embelezar a casa,
Ela é excepcional.
Abrirei ao máximo, as asas.

Tenho controle absoluto sobre os meus desejos.
Contra a ansiedade impetrei mandado de despejo.

O fato de eu ainda estar vivo,
Aprimora-me os sentidos.

Estou mergulhado em um tonel de tolerância.
Descobri que a falta de amor próprio é uma discrepância!

Só em sossego,
É-me possível desenvolver o enredo

Que eu escolhi,

Como eu o entendi...

Com sincera humildade

E muita, muita simplicidade!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Momentos




Há momentos que são ávidos,
Pensam-se impávidos.

Chegam envoltos em urgência,
Como se fossem antigas pendências.

Não podem ser controlados,
Não se querem dominados.

Precisam ser ouvidos,
Normalmente, têm um profundo sentido.

Vêm com força, exatamente, para serem marcantes,
Irritam-se com os vacilantes.

Não perdoam os inconstantes,
Derrubam os arrogantes...

Contam com o elemento surpresa,
Para romper com as represas,
Das antropofágicas certezas.
Não se revelam mediante asperezas.

Além de terem seus próprios odores,
São marcos divisores.

Prestam-se a acordar os sonâmbulos
Apresentam-se sob inéditos ângulos.

Causam um relativo estrago,
Para quem vive no raso,
Olhando para o ralo,
De antigos fatos.

São portadores de novos dados,
Há evolução em seus dardos.

Sabotam a rotina.

Seu impacto ilumina.

São escandalosos,
Por serem calorosos.

De tão incisivos,
Acabam sendo construtivos.

São bonitos,
Com seus inesquecíveis coloridos.

Alguns não deixam pedra sobre pedra.
Pudera! Têm a conivência das serras.

domingo, 4 de outubro de 2009

O Dia do Especial














Num domingo ensolarado,
À beira-mar,
Até o ar tem preguiça,
O vento se torna um cobiça,
A alma se estica...
A mente espreguiça...
O tempo passa mais devagar,
Como que hipnotizado pelo mar.

A maré alta, porém calma,
Estende com delicadeza sua palma,
Molhando a barra da saia da areia
Que, habituada aos caprichos marítimos, espreita
Aquecida pelo sol, com sintomas de inverno.
Desperta apenas, os instintos mais ternos,
Aqueles serenos,
Tendendo a amenos.

Os pensamentos são carregados pela brisa,
Que toca a pele e os sentidos alisa.
As máscaras caem diante de tanta espontaneidade.
O oxigênio abundante incita à sinceridade.

Num domingo ensolarado,
Perto do mar,
Tudo muda.
Afastam-se as agruras,
A tristeza se aborrece,
Cansa-se e desaparece...
A natureza se revela como um templo,
Dispensa o humano argumento.

Convida o homem a se sentir inserido
Em algo, muito distante do conhecido.
Um inexplicável colorido,
Que o quer enternecido...
Libertado do próprio umbigo,
A salvo de todo e qualquer perigo,
Numa espécie de confraternização natural,
Plural!

A união de todas as diferenças,
A anulação de todas as crenças,
Em função de algo Essencial,
Universal!

Num domingo ensolarado.
Sentindo o mar,
Navegar-se sem embarcação,
É escapar-se pelo alçapão:
Corajosamente,
Impunemente.
Amparado pela imensurável beleza,
Concentrado na inacreditável leveza,

Que brota por todos os poros
Do solo...
Numa infinidade de “gêiseres caiçaras”,
Em meio aos olhares salientes das araras.
Sem peso.
Esquecido pelo medo,
Provando o sabor
Do imortal ardor.

Sentindo-se pertencente ao primeiro fomento,
Descendente do primogênito intento.
Uma incomum sensibilidade,
Oriunda da fecunda tranquilidade.

sábado, 3 de outubro de 2009

Comovido ao Extremo




Passei o dia de ontem todo,
Babando feito um tolo,
Completamente emocionado,
Com aquela sensação de recado dado.

A ideia era homenagear os amigos recantistas,
Verdadeiros artistas,
Mas eles inverteram a situação.
Para delírio de meu coração,
Eu é que acabei homenageado,
Descaradamente elogiado.

Palavras delicadas, generosas
Honrosas,
Com aquele inconfundível perfume,
Que ilumina o lume...
Signos que atingem irremediavelmente o alvo,
Por serem oriundos do alto.
E, por assim serem, não só enlevam,
Como elevam.

Passei o dia todo no ar...
A voar!
As asas recusavam-se a fechar.
O espírito negou-se a pousar.
Cada comentário que chegava,
Mais eu alçava.
Claro, um tanto orgulhoso,
Masn, vergonhosamente choroso...
Hoje, de olhos inchados,
Sinto-me novamente obrigado

A agradecer enfaticamente,
Poeticamente,

Liricamente,
Humildemente.

Pela beleza,
Pela pureza,
Em cada palavra, inseridas.
Tantas sensações convertidas
Em delicadeza,
Em nobreza,
Por parte dos autores
E dos queridos frequentadores.
Pessoas especialíssimas,
Com suas almas boníssimas.
Eles simplesmente, inverteram o jogo.
Deixaram-me estupefato, com cara de bobo.

Uma prova de amizade,
Plena de autenticidade,
De veracidade,
De sinceridade.
Tipo de gesto,
Que impermeabiliza qualquer teto...
Que dá abrigo!
Que afasta todo e qualquer perigo.
Que faz cair o queixo...
Que há de pôr o mundo no seu eixo.
Um dia histórico em minha vida,
Uma enorme conquista.
Muito obrigado pela demonstração de afeição.
Que os seus caminhos sejam iluminados pela imensidão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Todos do Recanto das Letras



Eu creio ter chegado o momento,
De agradecer com todo o sentimento,
O irrepreensível carinho, a mim dedicado,
Pelos meus altos amigos recantistas;
Todos excelentes autores
E refinados frequentadores.

O apoio que venho obtendo,
O estímulo que venho recebendo,
Vindo das águas da poesia,
É inédito em minha vida,
Preenche-me de uma tal alegria,
Que me suaviza a subida.

Empurra-me para o mais profundo desse oceano.
Convida-me a percorrer todos os meridianos,
A consultar todos os arcanos,
Sem esquecer dos decanos,
A bordo da suprema embarcação,
Em busca da mais precisa e pura emoção,

Alguns me visitam espaçadamente,
Outros periodicamente,
Outros tantos, já fazem parte da minha história,
Estão gravados em lindos versos, na memória.
É de tamanha qualidade o carinho,
Que me subtraiu algumas pedras do caminho.

Essas pessoas, com seus gentis comentários,
Atualmente, totalmente indispensáveis, necessários,
Sem saber, alteraram meu destino,
Identificando-se com o que sinto,
Expondo as suas almas,
Através de minhas irrequietas palmas...

O Recanto com sua incomparável consistência,
Tornou-se um exercício de consciência,
Um sagrado canto,
De cultura e encanto.
Na contramão da banalidade,
Um elogio à sensibilidade.

Encontrei no site, artistas verdadeiros,
Que, como eu, escancaram-se por inteiro,
Gente que não teme o que sente,
Gente que aguenta...
Gente que não mente, ou inventa.
Gente que é notavelmente: Gente!

Sinceramente, entrar
E ser, tão calorosamente aceito,
Por esse seleto grupo:
Fez um bem inominável ao meu peito,
Trouxe confiança e celebração para o meu mundo,
Fez-me respirar profundamente e decolar!

Muito, muito, muito obrigado,
A todos os escritores,
A todos os frequentadores.
O Recanto é um lugar abençoado,
Feito por mentes incríveis,
E almas elevadamente sensíveis.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Que Sorte, a Minha!!



Perguntaram-me outro dia, como é o homem atrás do poeta?
O que pensa? O que faz? O que sente? Qual a sua meta?
Respondi: atrás do poeta, há ninguém!
Só ele existe.
Apenas ele insiste!

Vivo em poesia!
Todos os segundos da minha vida.
Noite e dia,
De forma avassaladora e irrestrita.
Não viajo para escrever.
Escrevo o meu perceber:
Absoluto,
Ininterrupto!

Os versos são o relato,
Preciso e exato,
Do que sinto.
Por isso não invento, nem minto.
Tento passar o que me vai por dentro
Compartilhar é o maior intento.
Foi a forma que encontrei para sobreviver,
Para independentemente crescer!

O último trecho do rio, na busca por verdades,
Por unir as múltiplas metades,
Por encontrar sentido,
Pra não perder totalmente o juízo,
Desaguou no oceano da poesia,
Onde não há limites para a harmonia.
Onde a beleza
Inexiste sem a pureza!

Vivenciar o amor incondicional,
Proporcionou-me essa saída excepcional,
Inigualável.
Asseguro-lhes, incomparável!
Esse sentimento, inconcebivelmente profundo
Acredito,
Insisto,
Ainda há de revolucionar o mundo.

Pacificamente
Calmamente,
Prudentemente,
Carinhosamente,
Afetuosamente,
Irrestritamente,
Intensamente,
Irreversivelmente.

Essa certeza,
Invadiu-me a alma com sua leveza,
Com sua indubitável simplicidade,
Característica mor de toda a eternidade.
Redirecionou-me totalmente,
Radicalmente!
Ajustou-me à única meta.
Fez do homem um poeta!