quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vaga-Lumes



Essa sua seda,
Negra,
A se disfarçar em pele,
A me exigir leve,
Oferecendo-me possibilidades...
Repleta de meandros,
Absoluta em encantos,
Rompeu barreiras,
Invadiu e tomou pacificamente,
Prazerosamente,
Todas as fronteiras,
Nessa sua insensata tranquilidade.

Envolver-me em seu tecido,
Recobrou-me os sentidos.
Afastou todos os temores
E os incômodos tremores.
Não foi uma simples entrega:
Foi uma conquista, uma vitória,
Cravada para sempre na memória.
Uma proposta de primavera,
Com todos os seus perfumes.
O real
Do irreal!
Uma noite de vaga-lumes...

Perdemo-nos no tempo,
No mais natural elemento,
Nus...
Adornados em luz!
Passeando por dentro,
No mais terno argumento,
Em total consciência.
Antiga emergência,
Que eclodiu
E nos uniu,
Em algum lugar
Simples, além do ar...!

Sem qualquer consulta,
Numa respiração única,
Sem os pregos
Dos egos,
Atravessamos múltiplos portais,
Feito crianças celestiais!
A quem,
A convenção não detém,
Por estarem imersas na certeza,
Da estratosférica pureza,
Que fez os braços se encontrarem
E se enlaçarem...

Numa espécie de confluência,
Totalmente desconhecida pela ciência.

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