quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cuidado com o Coitado



É-me incompreensível a escolha de alguns destinos.
Soam-me como atos extremamente autopunitivos.

Não entendo quando alguém opta, espontaneamente,
Pela escuridão,
Pela trilha seca e sombria da negação.
Seria alguma espécie de deficiência da mente?
Nenhum tormento do passado justifica,
O que o autoflagelo implica.
Parece-me algo totalmente sadomasoquista
Que, sob qualquer ponto de vista,
Não tem cabimento.
O prazer pelo sofrimento
Não encontra respaldo,
Em coisa alguma que venha do alto.
É uma estupidez que não tem fim;
Melhor seria socar o próprio rim.

Quando esse autodestrutivo comportamento,
Fruto de total falta de discernimento,
Atinge a quem está perto,
Aí mesmo, é que por certo,
Fica mais difícil ainda de suportar,
De aceitar,
De se conformar.
Pior, só mesmo quando a criatura nega-se a mudar.
Só aceita ajuda, para continuar sua loucura,
Materializada em autotortura.
Faz-se de coitadinho
Abandonado, pobre, sozinho,
Interpretando um dramalhão mexicano
Implorando hipocritamente,
Cinicamente,
Uma chance para reparar seus enganos...!

Nesse golpe já caí mais de uma vez...
Mas não hei de ficar freguês!
Ainda hoje, amargo os resultados,
De querer ajudar, de ser bem intencionado...
O pior prejuízo não foi o material,
Permanece no emocional!
Os estragos ficaram tão feios
Que me retirei do mundo por inteiro,
Durante um longo tempo,
Enquanto convalesciam meus sentimentos,
Em meio à incredulidade,
Sobre a humana crueldade!

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