sábado, 22 de agosto de 2009

Feitiço da Serra



Nos desenhos da serra,
Riqueza inegável dessa terra,
Sob um céu quase todo nublado,
Uma faixa no meio da montanha
Totalmente ensolarada: uma beleza tamanha,
Que interpretei como um pessoal recado,
Posto que um pouco abatido tenho andado,
Por ver mais uma vez, mais um grande sonho ser colocado de lado.
Mesmo em meio às nuvens cinza,
Um pedacinho de sol pode evocar cores lindas,
Removendo toda a tristeza
Que, a bem da verdade,
Nem combina com a natureza,
Que se sente mais confortável em meio à felicidade;
De preferência cercada por tranquilidade,
Livre de toda e qualquer ambiguidade.
O poder da faixa ensolarada era tão grande,
Que transformou tudo à volta em uma moldura gigante.
Como se tivesse valida a pena nublar,
Apenas para ver o céu começar a abrir,
Fazendo a mata agradecidamente sorrir:
Com um prazer incontestável,
Numa harmonia invejável,
Com um espontâneo e bem sucedido renovar.

O melhor da tempestade é: sobreviver,
Nem que seja só para ver,
Mais uma vez, o sol nascer,
Cada grão do solo enverdecer.
Um a um,
Um por um...
Cada reino, à sua maneira, responder,
Numa demonstração ostensiva,
Como se fosse a última alternativa:
Redescobrir o prazer
De ser,
De estar,
De continuar
A viver!

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